sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Ponte Golden Gate

  Fascinam-me as viagens, fascinam-me as belas paisagens e os bons momentos que proporcionam.
  Fascinam-me as pontes... não sei porquê! Sempre gostei de pontes e, de há um ano e meio para cá, a ponte 25 de Abril encanta-me de uma maneira especial  (porque será?)

  E é tão engraçado ver que a ponte Golden Gate é tão parecida com a nossa (com a minha). Na triste impossibilidade de voar corporalmente até São Francisco, levo a minha alma e a minha mente até lá... e por lá fico...durante umas horas!


Trim-trim...toca o alarme, é meio dia e o tempo de pintura acabou! Para a semana há mais e, aí, irei até aos Himalaias. (Há alguém que queira ir comigo?)



Uma aventura na cozinha com os Irmãos Duarte Silva

Apesar do dia chuvoso, hoje passei uma tarde divertida com os meus irmãos! Não sei bem como, o meu irmão mais velho, o Martim, viu a receita da Inês aqui no blog e decidiu que tinha de experimentar as bolachas com Nutella. O mais novo, o Migas, como também adora Nutella decidiu entrar na aventura...

Lá reunimos os ingredientes e deitámos mãos à obra. Depois de tudo misturado lá nos divertimos a fazer bolinhas de chocolate. (Fizemos bolachas gigantes mas para a próxima aperfeiçoamos a receita). Foi tudo ao forno e só via os meus irmãos "colados ao ecrã" a ver as bolachas a crescer...


O Migas, sensato e com raciocínio próprio de um economista, lá queria tirar as bolachas após o tempo indicado pela Inês, mas a minha mãe, que entretanto tinha chegado a casa, achava que ainda precisavam de mais um tempinho!

Resultado final - bolachas com um óptimo sabor mas um bocado duras




Agora, como tudo se pode aproveitar, vamos experimentar as bolachas com leite, para ficarem um bocadinho mais comestíveis!





Pedimos desculpa à Inês por qualquer dano moral causado pelo (eventual) assassínio da sua receita!

Crianças chegam ao hospital doentes porque têm fome

A notícia é esta, da RTP, e relata o desespero de muitos pais que levam os seus filhos ao Hospital de Santa Maria porque as crianças choram de fome. De muitos pais que não sabem o que fazer porque têm os filhos doentes ou internados, estão ambos desempregados e não têm como pagar os medicamentos aos filhos.

Oiço e leio esta notícia e não consigo parar de chorar.
A inimaginável dor que estes pais devem sentir por quererem dar aos seus filhos o mundo, mas não terem sequer como lhes dar de comer. O sofrimento que deve ser pensar que o amor não chega para que eles sobrevivam. E as crianças, que não percebem o porquê da crise, da troika, das dívidas e dos juros, choram e sofrem com as dores que a fome faz ao corpo. E à alma.


 Está na hora de parar, pensar seriamente como é que podemos ajudar, cortar as nossas correntes, arregaçar as mangas e lançarmo-nos ao Amor.



On the streets of.. New York






Copyright © 2005 - 2012 The Sartorialist .

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Cortar a meta


Tem-me vindo à cabeça a imagem dos maratonistas olímpicos deste verão. Em concreto, a minha memória insiste em recordar aqueles que cortam a meta em primeiro lugar e que, apesar dos imensos quilómetros já percorridos - e percorridos com esforço -, ainda correm mais umas voltas pelo estádio, com a bandeira do seu país pelas costas e com um grande sorriso. Dir-se-ia que podiam continuar a correr até ao fim do mundo.

Faz-me pensar a pedalada que dá a vitória! Não uma vitória qualquer, mas uma que exigiu superação, que foi conquistada com esforço. E, provavelmente, não à custa de tudo e todos, mas equilibrando o tudo e todos... Além disso, essa conquista não é apenas indivudual, é até bastante coletiva. Treinador, equipa olímpica, familiares, amizades, conterrâneos... Quando o atleta vencedor sobe ao pódio, todas estas pessoas se sentem lá também e, penso eu, com toda a legitimidade.

Lembro-me disto e penso neste período prestes a terminar. Também nós começámos esta corrida há algum tempo, muitos quilómetros foram já percorridos mas, ao contrário das maratonas olímpicas, o primeiro lugar possui espaço para todos - desde que estes todos corram -, e, a outra boa notícia, é que a corrida não tem de ser frenética, pode ser pausada, desde que seja constante.

Há diferenças entre as duas corridas, mas quantas semelhanças! Pela minha parte - por simples e pura justiça - penso na vontade enorme que às vezes sinto de pôr toda a equipa olímpica que me coube em sorte no primeiríssimo lugar do pódio e de ficar na plateia a aplaudir até me doerem as mãos.

SUBWAY

Jardim Zoológico
Praça de Espanha
São Sebastião (trocar de linha)

Saldanha
Alameda
Olaias
Bela Vista
Chelas
Olivais
Cabo Ruivo
Oriente (chegaste)







Isto explica muita coisa do que se escreve e pensa por aqui.
Não se controla o que cada uma destas paragens nos inspira, quando o metro pára.

Chelas. Cabo Ruivo. Oriente.

Ando fascinada com os transportes públicos.

Coisas boas do Outono

Estas cores!  

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Bolachas de Nutella.


Bolachas. De. Nutella. Que. Perigo.



O pote de Nutella está a olhar para mim.

Ingredientes:
150gr Nutella. Se puserem mais eu não conto a ninguém.
110 gr açucar
140 gr farinha
1 ovo
Papel vegetal Este não é um ingrediente- não o comam.

Instruções:
1. Pre-aquecer forno a uma temperatura média.
2. Misturar os 4 ingredientes.
3. Fazer bolinhas- como se fossem brigadeiros gordos.
4. Colocar as bolinhas no papel vegetal, bem separadas.
5. Untar com farinha a base de um copo. Com a base do copo pressionar as bolinhas.
6. Vão ao forno 7-8 minutos.
Mais fácil é difícil!!

Diz-me

com quem andas que sapatos usas e dir-te-ei quem és.

Fé: O Grande Método da Razão

Queridos leitores,

  Começou ontem uma grande exposição sobre o Ano da Fé, proclamado pelo Papa Bento XVI. Intitulada de "Fé: o grande método da razão", a exposição tem lugar na arena do Campo Pequeno, em Lisboa.

  

 Fui ontem à abertura e conto estar presente também hoje e amanhã (último dia!). Posso testemunhar que está interessantíssima, com um percurso muito apelativo. Deixo-vos a programação dos três dias (também a de ontem!).

  Terça-feira, dia 27:
15:00h - abertura da exposição;
19h00 - inauguração oficial da exposição, Apresentação do 3º volume do Jesus de Nazaré, de Bento XVI, Aura Miguel, jornalista da RR e P. Luís M. Hernández, responsável do CL Portugal.

21h30 -a fé no mundo do desporto. Fernando Santos, seleccionador de futebol na Grécia.

HOJE:
10:00h - Abertura exposição;

13:15h - As obras da Fé, José Figueiredo, director executivo da Orizon Capital Partners
    Catarina e Manuel Costa Duarte, fundadores da Angelman Portugal;

19:00h - Espectáculo Musical;

21.30h -  A fé e a cultura: medicina e artes, Miguel Guilherme, actor; Maria João Lage, médica pediatra.

AMANHÃ:
10:00h - Abertura da exposição;

13.15h A fé na literatura: apresentação do Assassínio na Catedral de T. S. Eliot; Maria Luisa Costa Cabral, professora do ensino básico; Maria do Rosário Lupi Bello, docente universitária.

19.00h Espectáculo musical

21.30h A fé na Igreja hoje Cón. Luís Alberto de Carvalho, Vigário coordenador da região de Lisboa
Cón. João Seabra, Pároco e Director do I. S. de Direito Canónico da UCP.

 

Pequenos grandes gestos

terça-feira, 27 de novembro de 2012

De comboio para o Porto

Quando se vai no comboio
quantas coisas a fazer
ouvir e observar tudo
ver e.mails e até ler

É um tempo luxuoso
este, em que vou sentada
vendo a paisagem que passa
sem me preocupar nada

Que doce este momento
sozinha sem nunca estar só

É curioso, mágico até,
como vou tão sossegada
mas o tempo e o caminho
avançam sem eu dar por nada.

A meu lado dormem serenos
E à minha volta também
Que sonhem sonhos ternos e doces
Pois não os conhecendo, quero-lhes bem...

On the streets of.. Milan








Copyright © 2005 - 2012 The Sartorialist .

Normalmente.

Normalmente não ando a ver vídeos na Internet. Normalmente não faço share. Normalmente não acho grande piada a estas coisas. E nem acredito que estou a pôr isto aqui...

Mas isto...isto é tão mau, mas tão bom ao mesmo tempo!!




segunda-feira, 26 de novembro de 2012

A intimidade...

Quem diria

que seria a Dolce Gabanna
a voltar a mostrar à sociedade
que estão na moda famílias grandes,
crianças contentes, com coisas simples
mulheres arranjadas, que exige mais do que au naturel e menos do que produção cinematográfica
homens que são Homens, e que não nascem a cheirar a rosas
famílias reunidas e alianças nos dedos.



aDeus Avô

Quem me conhece sabe que o meu avô era-me muito próximo, no meu tempo não havia babysittings havia avós, e foi com os meus avós dos Açores que eu passeia grande parte da minha infância e juventude, com eles aprendi muita coisa da minha vida, mas sobretudo aprendi a viver, a história, a arte e a ver cinema (ainda não estava na primária e já tinha visto os clássicos todos, enquanto o meu avô Francisco lia as legendas...), foi o meu avô que me deu o meu primeiro caderno, foi com eles que aprendi a nadar e a apreciar as coisas belas do mundo, uma delas o chocolate!
Em 1992, há 20 anos atrás numa conferência Europeia acerca da solidariedade entre gerações o meu avô disse: "tive um sonho e tive a felicidade de o ter realizado (...) Este sonho realizou-se com a ajuda da minha mulher e filhos, foi um trabalho em equipa em que ninguém foi mais do que alguém"


Muito Obrigada Avô, tenho Saudades tuas! Até já....
Avô Francisco
XXIV | Outubro | 1930
XII | Novembro | 2012

"Quando eu estiver todo em Ti, não mais haverá tristeza nem angustia; inteiramente repleta de Ti, a minha vida será plena
Santo Agostinho

domingo, 25 de novembro de 2012

Ser Pais em tempos de Crise


“Sonhamos ter uma Família grande e unida, construída a partir de muito pouco, que é o que temos agora. Mas Feliz.”
Família Nicolau Campos, Lisboa






Ontem foi assim

Fui passear comigo para o rio.
Sentei-me no Padrão dos Descobrimentos. Passado algum tempo concluí que só chega ao destino quem quer.
Com ventos favoráveis e desfavoráveis.
Mas..
Sem medo de naufragar.

4TOBIS

Foi um encontro que mudou a minha vida. Um encontro com um dos muitos frutos de João Paulo II, a Teologia do Corpo.
A Teologia do Corpo, que mudou a minha vida. Radicalmente.
Descobri o que sou, de onde venho, para onde vou. Até então sabia a teoria toda, mas o contacto com esta realidade fez com que a minha existência tomasse uma nova dimensão, por mim desconhecida: a dimensão a que sempre fui chamada.
E por isso sou feliz.
Não cabe aqui no blog explicar o que é, mas fica a provocação de um convite. Um desafio, aberto à pluralidade dos nossos leitores: independentemente de crenças, religiões, nacionalidades, idades.

O IV Theology of the Body International Symposium, em Fátima, de 13 a 16 de Junho de 2013.


Mais informações:

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Panquecas ou Crepes? Panquecas!

Panquecas!! Muito americano! E por isso mesmo, a receita é americana!

Ingredients:                                                  Ingredientes:
1.5 cups of all purpose flour
3.5 teaspoons of baking powder
1 teaspoon salt
1 tablespoon of white sugar
1.25 cups of milk
1 egg
3 table spoons of melted butter
200 gr de farinha
3.5 colheres de chá de baking powder
1 colher de chá de sal
1 colher de sopa de açúcar
240 ml de leite
1 ovo
3 colheres de sopa de manteiga derretida
Nota: As minhas conversões estão mesmo bem feitinhas. Seguir sempre à regra. Sempre sempre.


Numa tigela grande:
1. Deitar o sal e o açucar.
2. Juntar o ovo.
3. Deitar o leite.
4. Derreter a manteiga e juntá-la.
5. Deitar a farinha e o baking powder.
Nota: Acabei de inventar esta ordem (óbvio?). Atirem os ingredientes todos para dentro da taça duma vez.
6. Pôr ao lume uma frigideira; para panquecas prefiro que seja pequenita.
7. Untar bem a frigideira com manteiga.
8. Com uma concha de sopa deixar cair a massa no centro da frigideira.
9. Fazer aquela coisa gira do fliiip para virar a panqueca. Ainda mais giro se correr mal.
10. Quando a panqueca estiver já douradinha, servir num prato e IMEDIATAMENTE barrar com manteiga. Depois escolher entre: Nutella, mel, doce, açucar, fruta...
11. Uauuu...

Considerações

Ao fim de 18km de corrida nos últimos fins-de-semana, pensei que o melhor não é o começo.
E também não é o fim.
E não são as pessoas que passeiam ao longo do rio nem as caras cruzadas que fazem pensar qual será a sua história.
E também não é a miragem do rio, a beleza dos reflexos na água ou a arquitetura de cada monumento.
E apesar de ser muito bom, muito bom, também não são os últimos dois minutos que corro descalça.
Não.

É isto:














Os casais velhinhos, mãos dadas.
Nada de romantismos foleiros ou amores de fachada.
São reais, estão ali.

Chegaram até aqui.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

It's a Girl



Bem-Vinda, Princesa!!

Uma mãe sabe sempre no seu íntimo. E, sobretudo, recebe muito bem os sinais que Ele manda.

Bem-vinda, Assunção!


Educar para a Cidadania...e para o Amor

São a Família O'Neill. Para o meu marido e para mim, são a tia Dulce e o tio Francisco. Têm 6 filhos.

Lindo e eterno sorriso!!


Criaram a Casa do Chapim (mais informações aqui), dedicada à querida Maria da Assunção, a filha mais velha, que há pouco tempo foi para o Céu. Pouco tempo na história do mundo, mas uma eternidade para a sua Família. Uma história que nos faz romper em lágrimas. O amor de uns pais e o amor de uma filha, e os frutos que geraram.


A Casa do Chapim é uma associação constituída por um grupo de Pais de crianças e familiares portadores de necessidades especiais, promovendo a sua inclusão social.
Só isto bastava para escrever um longo texto de como educar para a cidadania.
Mas não. Hoje venho-vos falar de outra iniciativa desta Família.
Uma imagem, toda branca, bonita, de Santa Catarina, na Cruz Quebrada-Dafundo, foi vandalizada por marginais com grafittis encarnados que deixaram a imagem assim:



Perante o estrago, ficou a promessa:
"Estátua de Santa Catarina perto de Linda-a-Velha. Já solicitei as entidades competentes a limpeza da Santa. Todos os dias passo pela mesma. Acredito que será honrada, caso contrario, irei limpar a mesma."
As entidades não foram competentes a ponto de atenderem a este pedido. E a promessa foi cumprida. Pelos vistos não era assim tão difícil...nem tão caro. Esperemos que os responsáveis (pelo acto, e os da Câmara, tenham aprendido a lição.)
Aproveitando este momento para educar civicamente os filhos, todos participaram, numa tarde animada, na limpeza de Santa Catarina. Abdicaram de uma tarde de passeio, ou de descanso em casa, para fazer serviço público.
O que estes pais porventura não poderão saber, é que não só educaram os seus filhos para a cidadania, como também nos educaram a nós, que fomos acompanhando a história.

Tanto falamos, mas pouco fazemos. Refilamos, criticamos, todos temos opiniões super válidas sobre tudo e sobre nada, mas, estranhamente, nunca nos sentimos responsáveis por fazer melhor. Como se fôssemos assolados por um laivo de superioridade. Nós, os intocáveis, que opinam mas não agem. Sabemos sempre como fazer melhor. Mas fazê-lo, está quieto.
E ver nisso uma oportunidade de ser exemplo para os outros, nem pensar. Humildade não é o nosso forte. Só mesmo a sabedoria de saber sempre a solução mais acertada.
Até ao dia em que somos nós que recebemos uma lição.




Sou só eu que acho que os chocolates falam comigo?

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Ainda a Emergência Social

A Associação mostra com o seu comunicado que não concorda com o tipo de programa, com o seu conteúdo, com a sua dinâmica e com os valores (ou ausência) deles. Não temos de aceitar tudo o que nos dão, ainda vivemos num mundo LIVRE, somos todos diferentes uns dos outros e não somos obrigados a nada.
Eu posso concretizar, como se fosse eu: se é um programa que não gosto, se não concordo com o conteúdo, se não permitiria que os meus filhos o vissem, porque hei-de aceitar dinheiro do mesmo? Porque hei-de compactuar com vendas de calções, associando o meu nome a algo com o qual não estou de acordo? Mas já não há liberdade neste país???
 Não temos todos LIBERDADE de escolha? Escolher receber ou não receber um dinheiro, escolher dar ou não...
Pensem: se cada um de nós que comenta aqui escolhesse uma associação para fazer um donativo iriamos ter "1001" diferentes, e muitos Não escolheriam determinadas associações cujo trabalho não nos faz tanto sentido como outras. Qual o problema disso?

Qual o problema de uma associação também poder dizer "NÃO" a um donativo de alguém, ou de um programa que não se coaduna com os seus principios, estatutos e âmbito de intervenção?
Dá para nos respeitarmos uns aos outros? Dá? Obrigada.
 

Panquecas ou Crepes?

Panquecas.


Crepes.


Quais preferem?
Amanhã seguem as melhores receitas para panquecas e crepes. According to moi.






Não é o corpo a nossa maior forma de expressão?

Reparemos: quando estamos cansados, fechamos os olhos; quando estamos tristes choramos; uma boa notícia, rimos. Estamos desconfiados? Franzimos o sobrolho. Quando amamos alguém, beijamos. Quando algo nos irrita, ficamos petrificados, de expressões tesas, cara muito presa, mãos contraídas.

E o olhar? Haverá algum mistério humano maior que o olhar? No fundo, o olhar expressa o que as palavras não conseguem transmitir. Mesmo quando queremos dizer algo que não é verdadeiro, lá vem o olhar e, rapidamente, somos denunciados.
           
         Correntemente, ouvimos dizer que os olhos são o espelho da alma. Porque reflectem o que sentimos, o que queremos, o que desejamos. Os olhos são a forma mais directa de contactarmos com alguém, pois estão imensamente cheios de energias, de vida, de alma, de sentimento. Quando estamos felizes, brilham, resplandecem de luz. De felicidade. Se estivermos em baixo, vemo-nos com olhos escuros, caídos. Já os mortos... esses têm os olhos opacos, sem vida, de porcelana.

           Os olhos conseguem reflectir, também, a nossa auto-estima. Realmente, se estamos seguros de nós, olhamos nos olhos, directamente. Quando somos inseguros, ansiosos, desviamos constantemente o olhar, com medo que nos interpretem e nos roubem as memórias e pensamentos mais íntimos do nosso ser.

         Mas, vejamos bem, não é esta uma beleza infinita? Um tesouro? Um dom? Poder comunicar sem ter de usar uma única palavra.
      
       Aconteceu-me há dias; uma amiga perdeu uma pessoa muito importante na sua vida. Bastou-me chegar perto dela para perceber a dor que carregava no peito e as lágrimas que lhe lavavam a alma. Quanto a mim? Uma festa com a mão na sua cara, um abraço apertado, um olhar de cumplicidade e ela soube-o: estávamos juntas e eu rezava por ela.