segunda-feira, 30 de março de 2015

Um frenesim III

Ao inicio a sensação foi estranha. Comecei por me perguntar: "E agora, onde é que eu pertenço?".

Primeiro existe uma excitação e um alarido. Despedidas, festas, brindes, malas, mensagens, bilhetes de despedidas. O que se deixa para trás com a promessa de voltar logo, logo. 

Depois é hora de aterrar, cair na real. Perceber que a distância não é uma ilusão. Mesmo que fales todos os dias no whatsapp. Ou que ela te ligue pelo FaceTime a contar a última das últimas. Os quilómetros estão estabelecidos, já não estás à distância de um café e de um cigarro.  

Se não tiveres cuidado corres o risco de te tornar fria, criar poucos laços porque já viste como foi difícil deixá-los da última vez. De achar que só tu te vales. 

Porque nem a língua te garante um diálogo, mesmo sendo prima. 

Porque se perguntas em castelhano respondem-te em catalão e continuas sem perceber se era pela direita ou pela esquerda. E percebes que há palavras básicas que tens de decorar como os dias da semana se não queres continuar a bater com o nariz em portas.

Porque apesar de toda a emoção de começar uma vida e construir uma casa, se vais ao IKEA e decides comprar um chariot de 5 kg tens de o carregar de metro para casa, sozinha. Porque deixa de existir aquele privilégio de pedir boleia ao pai.

A sensação continua estranha. Amanhã vou-me empadronar, o que dito assim parece uma grande coisa. E de repente percebi que sou expatriada, o que dito assim fica meio violento. 

A sensação continua estranha, apesar de boa. É que posso dizer mal quase à vontade (sem que me percebam) das pessoas que decidem ir passear para o IKEA e ocupam demoradamente os corredores. (apesar disto não ser um bom princípio)

E agora já tenho uma boa desculpa para ouvir Enrique Iglesias à vontade, é que estou a aprender a língua.

liberalizações.

Neste domingo dia 29 foi aberto os céus açorianos à liberdade dos voos.
(Isto para nós é como o primeiro McDdonald's na ex união soviética!)


(ouvindo no café#7)

"Lá tivemos que adiantar os relógios.
Mesmo assim é tão bom saber que os Açores continuam com menos 1 Hora."

A beleza das coisas de sempre...


(Interpretação de aguarela de Roque Gameiro. Aguarela s/ papel, 2013. Rosarinho Morais Barbosa)



《Eu descubro sempre, mas sempre, novos motivos de interesse nestas paisagens de todos os dias, que se me apresentam com beleza diferente em cada dia que as observo. Pode crer que eu, até nas areias do deserto, consigo descobrir novos motivos de beleza. É que os meus olhos penetram na alma, na intimidade das coisas (...)》 
Roque Gameiro

domingo, 29 de março de 2015

Weekend sounds #11


We spent some time
Together walking
Spent some time just talking
About who we were

You held my hand so
Very tightly
And told me what we
Could be dreaming of

NOTHING LIKE YOU AND I

sábado, 28 de março de 2015

500 anos: nada te turbe

Hoje celebra-se 500 anos do nascimento da Santa Teresa de Ávila. É impossível ficar indiferente à sua história, à sua vida, à sua entrega. Foi líder na reforma da Igreja, e como faz-nos tanta falta lideres.
Santa Teresa era uma guerreira, uma grande mulher, uma grande escritora e por fim uma grande santa, fazia da sua oração poesia.
É difícil apreciar a poesia na sua plenitude, mas com Teresa tudo me é perceptível, tudo me é  claro, sincero e sentido.


Aqui fica um dos seus grandes poemas, cantado por Mina
(VALE A PENA OUVIR)
 

sexta-feira, 27 de março de 2015

Marca n'agenda: HOJE EM LISBOA


Porque hoje é sexta-feira (IV)

(a razão: aqui)
Uma das boas coisas de ter um irmão dado à agricultura é que se têm muitos legumes por casa. Na semana passada inspirei-me e fui para além do mediterrânio, cheguei ao pacifico, e arrisquei na tempura.
Por isso a nossa receita para a nossa sexta-feira será:
Tempura de legumes
Nada melhor para acompanhar um sushi ou até mesmo para comer a só.
Nunca esquecer que a tempura só ganha sabor se estiver associada a um bom molho, aconselho, em primeiro lugar, o original molho de soja: Tamari shoyu (溜醤油, tamari shōyu) ou Saishikomi shoyu (再仕込み醤油, saishikomi shōyu), por fim pode arriscar no molho Teriyaki ou até mesmo o agridoce.
Visto que esta é uma receita bastante  japonesa, achei que a melhor forma de explica-la seria em modo BD e ao estilo manga.
Espero que gostem. Bon appétit ou melhor 召し上がれ.
 
 
 

Dúvidas do pôs-modernismo #5

 
 
"Não compreendo.... como é que depois desta reação massificada das fãs dos One Direction pode haver tantos psicólogos no desemprego?"

quinta-feira, 26 de março de 2015

6 Ways To Know If A Man Really Loves You!


Does he love me? I want to know. How can I tell if he loves me so? 

I can tell you right away that it is not in his kiss. We’ve all been in that situation where a man tells you he loves you but his actions tell you he doesn’t. So, how do you know if he really loves you or if he thinks he loves you but he actually doesn’t? How do you know if it’s real and authentic love?

      1) Does he say he loves you or does he show you he loves you?

 Love is measured as the sacrifices you do for the person you love. So, what are the daily sacrifices that your boyfriend does for you? What does he give up to be with you and to make you happy? Write a list of all the sacrifices he has done for you in the last month. Even if he tells you the sweetest things you’ve ever heard and that you are the love of his life, words are worthless when they are incoherent with actions. Don’t listen to his words, watch his actions. Actions speak louder than words.

“Love between man and woman cannot be built without sacrifices and self-denial.”| Saint John Paul II in Love and Responsibility


      2) Does he respect you and your values?

One of the first things couples do when they start a relationship is talk about their values and how they want the other person to respect them. Has he failed to respect you? Does he find excuses to not respect your values, or worse… Does he blame you and your values for what’s going bad in your relationship? If he doesn’t respect you now, chances are that he never will. And a man who doesn’t respect you is a man who doesn’t love you.

For instance, for me, as a catholic, it is very important that a man will respect my religion and help me become a saint, even if he doesn’t share the same beliefs. I know very easily if a man loves me or not, if a man is good for me or not. I ask myself: Does he lead me closer to God or does he drive me away from God? If he drives me away from God I can know for sure that this relationship is not what God has in store for me.


“The right relationship won’t distract you from God. It will bring you closer to Him”| Jason Evert


      3) Is your life better since you started dating him? Does he bring joy to your life?

 I am not talking about emotions. Of course when we are in love there are moments when we feel a great joy. But I am talking about him doing things that bring joy to your life like help you with your problems and tasks, or cheer you up when you’re feeling down, or being strong where you are weak.

      4) Does he make an effort to be friends with your friends and to get to know better your family?

 If this man is going to marry you one day, you will share most of your moments together; Christmas with your family, dinner with your friends, etc. What are the efforts he makes to get to know better your friends and family?

      5) Does he give you things expecting something in return? Does he make you feel used?

Some people say that Love is Give and Take, but that’s not Love, the word for it is Selfishness. Love is give. Period. When you love you give without measure and without expecting anything in return. If he gives you presents but then he asks you to give him something in return or pressures you to think that you should give him something in return, then he is just using you. And a girl knows when she is being used.

“Intense love does not measure… It just gives” | Mother Theresa

“A person's rightful due is to be treated as an object of love, not as an object for use.”| Saint John Paul II in Love and Responsibility


  6) Last but not least… The best way to know if someone loves you is by answering this simple question: Does he put your needs before his? Does he put your happiness and what is best for you before his happiness?

Real love consists on putting the other person’s needs before yours. Does he do that? Does he want more your happiness than his own happiness? In your conversations, does he talk more about himself and his problems or does he worry more about you and your needs?

“Love consists of a commitment which limits one's freedom - it is a giving of the self, and to give oneself means just that: to limit one's freedom on behalf of another.”| Saint John Paul II in Love and Responsibility




These are some of the questions you need to answer in order to know if he loves you or not. Crystalina evert once said that “it is not weakness to desire love. The weakness is when we settle for less than love”. If you desire real love in your life, you need to open space for that. Remember “it is better to be disappointed in men than to be disappointed in yourself for settling for a guy who is only half the man that you deserve”| Jason Evert

Dia internacional dos IRMÃOS

Eles são chatos, eles deixam a casa desarrumada, eles ligam às 2h da manhã porque foram jantar com amigos e esqueceram da chave, eles acham que tem prioridade no carro, eles pensam que os trocos que estão pela casa é dinheiro encontrado, eles não sabem partilhar chocolastes... eles são os irmãos. E porque não ter um dia deles? AQUI
 


A APFN Associação Portuguesa de Famílias Numerosas está a fazer uma campanha para que o dia 31 de maio seja declarado internacionalmente Dia dos Irmãos.
Assine a petição e peça aos seus amigos que o façam também. Vale a pena!
Obrigada!

Assinar AQUI
 

O meu coração é verde e encarnado

O meu coração é verde e encarnado. Os meus pés arrastam na pedra da calçada. Os meus ouvidos ouvem fado. E os meus Santos são populares.

O meu coração é verde e encarnado. O meu bairro tem flores no nome. O meu mosteiro é o dos Jerónimos. E a minha baixa Pombalina. 

O meu coração é verde e encardo. E os meus pés mesmo a milhas de distância continuam a arrastar na pedra da calçado. E nos meus ouvidos ouvem fado e o meu bairro tem flores no nome. 

O meu coração é verde e encarnado. E levo-o cheio de saudades e despedidas. Deles e delas. Dele. E dela. E levo-o cheio de sonhos e alegrias. Deles e delas. Dele. E dela. 

O meu coração é verde e encarnado e em cada esquina ouve um "Bom dia", e em cada esquina diz um "Boa tarde" e em cada despedida um "Até já".

O meu coração é verde e encarnado e eu tenho a sorte de leva-lo cheio deles e delas. Dele. E dela.


quarta-feira, 25 de março de 2015

porque hoje é um bom dia para se falar da vida

(hoje é o dia da Anunciação, dia em que se festeja a Encarnação de Deus. Por tradição 9 meses antes do Natal)
 
Hoje é um daqueles dias que me vem à lembrança todas as mães, mas principalmente as mães que são mulheres corajosas, as que não têm medo, as que enfrentam a sociedade, as que são generosas, as que são verdadeiramente e simplesmente mães.
Aqui fica a história de uma mãe:

(mais sobre a Marta: AQUI)

terça-feira, 24 de março de 2015

Amor ao trabalho

(Graphite s/ papel. Trabalho de Rosarinho Morais Barbosa)


Será que, se for reproduzindo obras de Jules Breton, me habilito a ganhar o notório amor que tinha pelo trabalho do dia a dia e pelas tarefas simples e menosprezadas pela sociedade?


viagens no meu quarto

(Ponte de São Francisco. Aguarela s/ papel. Rosarinho Morais Barbosa, 2012)



As viagens que podem ser feitas sem sair do quarto fechado...
Os passos que podem ser dados sem tocar com o pé no chão...
O voo que pode ser levantado sem bater as asas...

...tudo com apenas um pincel, um frasco de água e algumas tintas...tentando diminuir ao máximo a distância existente entre a mente e a mão!

domingo, 22 de março de 2015

Um frenesim II

Não sei quanto tempo esperei. Se calhar já te procurava bem antes de o saber. Todos os passos e todos os esforços foram dados em direção a ti. E eu não sabia, mas procurava-te.

Não sei quanto tempo esperei, mas encontrei-te. Não sei quantas vezes ouvi cada “não” com a certeza de que era por ali. Mas não era, e eu não sabia mas procurava-te.

Não sei quanto tempo esperei mas encontrei-te. E foi na espera que que soube o que queria. E foi na espera que me preparei para aquilo que procurava. Foi na espera que me fiz e me refiz. Porque queria estar à tua altura quando aparecesses.

Não sei quantas vezes bati com o pé. Quantas vezes me viste chorar. Não sei quantas vezes, mas desta foi de vez. E eu não sabia, mas tu também me procuravas.

E tudo o que me preocupava se tornou mais relativo. Porque sei que também esperaste por mim. A paciência não é a minha maior virtude, mas tu quiseres treina-la. Porque eu não sabia, mas tu também me procuravas. 

Não sei quanto tempo pensas ficar mas por agora: sê bem vindo!


sexta-feira, 20 de março de 2015

Com três letrinhas apenas…
Vou aproveitar a ocasião para fazer justiça a uma situação que se tem mantido algo desigual e que não pode continuar assim. Tantas vezes falei de filhos, de educação, de amor, de mães, mas hoje quero falar do Pai.
Porque Março é o mês de São José. Porque Deus me deu um pai presente, amigo, companheiro de todas as horas. Porque sou casada com um pai maravilhoso. E porque o pai tem tarefas fundamentais na educação dos filhos, na gestão do lar, na cumplicidade com a sua esposa. (desculpe, se pareço muito romântica, mas, no meu caso pessoal, não pode ser de outra maneira!).
O pai tem hoje, mais do que nunca, uma tarefa muito exigente, porque educar um filho com valores, com princípios, torna-se cada vez mais desafiante nos contextos que nos circundam. O pai tem, muitas vezes, de procurar com mais dedicação e esforço todos os meios necessários para sustentar a sua família, porque tendencialmente a mãe acaba por ter de dedicar mais tempo à gestão do dia-a-dia dos filhos. Contudo, o pai tem também de garantir que não negligencia nas tarefas educativas dos seus filhos, nomeadamente no que se refere à explicação de alguns assuntos do programa escolar, aos jogos de futebol, na rua e na televisão, às conversas sobre a educação do caráter, entre muitos outros aspetos.
Ser pai não é pêra doce, ainda que, tantas vezes, para o olhar da mãe, seja sempre o que é menos importunado pelas birras dos filhos, seja sempre o que não é envolvido nas mesquinhas discussões do dia-a-dia. O que, em muitos casos, é verdade, não escondendo todavia o facto de, também muitas vezes, a mãe ter de pedir apoio ao marido para exercer alguma disciplina mais assertiva ou para tomar uma decisão mais delicada.
Ser pai é ter de arranjar sempre dinheiro para a visita de estudo que surge sem se contar. Ser pai é ter de organizar passeios fixes. Ser pai é andar com os filhos às cavalitas mesmo que a situação no trabalho, há meia hora atrás, tenha ficado complicada. Ser pai é ser uma espécie de vedeta oculta, tipo com pânico de paparazzi.
E aqui, não posso deixar de o dizer. Lembro-me de São José, o tal homem mais velho que assume uma missão muito estranha para o olhar humano, que trabalha na carpintaria e que em silêncio, discreto, demonstra uma resiliência e uma robustez interior que não precisa de exibição pública, que não precisa de demonstrações fulgurantes.
A minha filha de quatro anos tem um pequeno presépio na sua mesa-de-cabeceira e reza lá todas as noites. Uma destas noites, perguntou-me quem é que era mais importante: São José ou Dona Maria? A resposta é tão óbvia como quando nos perguntam se gostamos mais de um filho do que de outro ou se gostamos mais do pai ou da mãe.
A importância é um conceito extensível, elástico, um telhado que acolhe muitas necessidades, mas acima de tudo, quando se fala de pai e de mãe, o importante é tê-los por perto, na vida ou só no coração. Ambos são insubstituíveis naquilo que são para cada um de nós.
O pai representa uma terra segura, uma âncora na tempestade, uma palavra razoável e equilibrada, um colo de carinho que não se esperava, uma gargalhada espontânea. Tudo isto é tão importante em si mesmo e no quanto faz brilhar o manto de uma mãe, a emotividade, a preocupação constante com tudo e com todos.

A todos os pais que nunca se esqueceram de o ser. A todos os pais que se esqueceram de o ser mas que querem voltar. 

quinta-feira, 19 de março de 2015

《Eu amaria pintar como o pássaro canta.》 Claude Monet

(Desenho de Rosarinho Morais Barbosa.
Aguarela s/ papel.)



《Pintar é uma arte. E a arte é um poder que deve ser dirigido para o crescimento da alma. Se a arte não realiza esse trabalho, o abismo que nos separa de Deus permanece numa ponte.》Wassily Kandinsky 



Marca n'agenda: HOJE!

Um bom programa para fazer no dia do Pai:
 
 
+ info's sobre esta iniciativa de cidadãos: AQUI
+ info's sobre o local: AQUI


 

quarta-feira, 18 de março de 2015

Um frenesim

Já tinha saudades de vir aqui. Aqui entre nós que ninguém nos ouve.

Não foi preguiça. Nem falta de vontade. Mas um verdadeiro frenesim que não deixa que nenhuma ideia assente no papel. Adoro a palavra frenesim.

Estou literalmente a fazer o pino: ao contrário do que é habitual tenho a cabeça na Terra e os pés no Céu. 

Ontem aprendi uma palavra nova: resiliência. Segundo os físicos, é a propriedade de um corpo recuperar a sua forma original após sofrer choque ou deformação. No sentido figurado é a capacidade de superar, de recuperar adversidades.

Eu ainda estou a digeri-la. Não tem faltado choques, deformações, adversidades. Graças a Deus! Mas também não me falta a mão Dele para recuperar. 

É pelas esperas que se refaz um coração. Tudo passa quando a gente se aquieta. Tudo se refaz quando a gente acredita.

Percebo pouco de engenharia (e de física, e de sentidos figurados). Por isso os entendidos que me desculpem os disparates. O outro dia diziam-me que uma casa se começa pelo topo, para depois sabermos como construir a estrutura. Com a minha falta de habilidade para o desenho é assim que tenho procurado caminhar nestes últimos tempos. O meu topo não está a arranhar Céus, está lá, no Céu (como os meus pés). E aqui, na Terra (como a minha cabeça).

Só preciso que o frenesim acabe, apesar de já existir construção anti-sísmica. 

ambição.

Eu não percebo nada de futebol, só sei que sou do Sporting e que normalmente não gosto do Benfica. Há pouco tempo é que percebi que um fora de jogo não é a bola sair literalmente fora do campo, mas tirando essas faltas de noção acho que tenho vindo a apreciar cada vez mais o acto de ver futebol.
Convencida pelos meus irmão (sportinguistas ferranhos!!!) cheguei a ir ao Estádio José Alvalade, é um experiência incrível, um género de coliseu contemporâneo, mas sem leões a comer pessoas (ou então não?) Mas o que eu gosto mais é do convívio do futebol, são aquelas minis misturadas com gritos, é aquela bifana e aquelas batatas fritas que nos acompanham enquanto esperamos ansiosamente por um golo.
Contudo não há nenhum português, mesmo aqueles que não apreciam o futebol, que não se orgulho do nosso Cristiano Ronaldo.
Outro dia, acho que deve ter sido por causa do seu 30º Aniversário, vi algumas reportagens que me impressionaram muito, sobre o exemplo de ambição e de laboriosidade deste jogador.

Falta tanto isto ao nosso povo português, vale a pena ler:
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 O exemplo CR7 | Inês Teotónio Pereira | ionline | Tirado d'AQUI

 Os meus filhos, tal como o Cristiano Ronaldo, andam no futebol. Têm treino três vezes por semana e jogos ao fim-de-semana. Ao contrário do Cristiano Ronaldo, resistem a ir ao treino quando chove, quando está frio ou estão cansados
Cristiano Ronaldo deu uma entrevista a Marcelo Rebelo de Sousa em que explica que a pobreza em que cresceu e o que sofreu não foram empecilhos à sua carreira. Diz ele que as oportunidades se criam e que não há sucesso sem trabalho. Marcelo contrapôs com o facto de Cristiano Ronaldo ser um génio e por isso o seu exemplo não poder ser seguido por todos os que não nasceram geniais. Este comentário do professor resume todo o equívoco português, o equívoco segundo o qual as circunstâncias são determinantes em tudo. Ou seja, a pobreza, o azar e a falta de oportunidades são consideradas fatalidades que condicionam determinantemente o sucesso de cada um. Por isso, dentro desta lógica, são as circunstâncias que devem mudar e não a atitude que se deve ter para as superar. Cristiano Ronaldo não se ficou com o comentário do professor e argumentou que nunca a falta de oportunidades lhe serviu de desculpa e quem se desculpa com elas é porque não ambiciona verdadeiramente ultrapassá-las. Respondeu que todos temos de nos superar e dar o melhor que temos e podemos. Competir com nós próprios é a estratégia certa, diz o futebolista.

Os meus filhos também se queixam das circunstâncias da vida. Apesar de terem uma vida fantástica, de terem nascido numa família alargada e solidária e de nunca lhes ter faltado nada, eles queixam-se. Queixam-se dos professores, do excesso de trabalho, das horas a que se levantam e das horas a que vão para a cama. Queixam-se da piscina que não têm, das viagens que não fazem ou do cão que lhes falta. Há sempre qualquer de fora que condiciona a sua felicidade. Há sempre uma circunstância que os impede de serem mais felizes. Os meus filhos, tal como o Cristiano Ronaldo, também andam no futebol. Têm treino três vezes por semana e jogos ao fim-de-semana. Mas, ao contrário do Cristiano Ronaldo, resistem a ir ao treino cada vez que chove, quando está mais frio, quando têm trabalhos em excesso ou quando estão cansados. Vivem de certa forma desiludidos porque queriam ser génios da bola mas não há olheiro que lhes tenha dado uma olhadela. Por isso esforçam-se q.b. E é neste q.b. adormecido que vivemos todos. O quanto baste, basta. As metas são feitas pelas circunstâncias e não pelas capacidades de cada um.

O país sofre deste mal e vai-se anestesiando na crítica às circunstâncias, ao sistema, à cultura, etc. Encostando-se à teoria de que nada depende de nós mesmos mas sim de uma entidade abstracta, de uma lei que não mudou, de um dinheiro que não chega e de um sistema caduco. E enquanto nada disto mudar ninguém pode mudar. O atira culpas é um desporto nacional mais popular que o próprio futebol. Mas se é assim no país, nas famílias o clima é idêntico. Os alunos não são bons alunos porque têm maus professores e os professores não são melhores professores porque a educação dos alunos é má. Os pais culpam os professores pelo resultado dos filhos, culpam a televisão pela falta de educação dos filhos e culpam a sociedade, o Estado ou a Europa pelo futuro incerto dos filhos. Nada depende verdadeiramente dos próprios filhos e pouco depende deles próprios. Os pais passam a maior parte do seu tempo preocupados com as circunstâncias, com as condições de vida que devem dar aos filhos e com o conforto que lhes devem proporcionar. Sim, é legítimo que assim seja, e é bom que esta seja uma das preocupações cimeiras de qualquer pai ou mãe. Mas esta preocupação anula todas as outras. Anula a exigência de esforço apesar do conforto, a exigência de trabalho apesar das facilidades e a exigência de responsabilidade apesar da falta de autonomia. E também anula tudo isso quando não há conforto ou facilidades.

No país e nas famílias o que interessa não devem ser as metas mas sim o esforço de cada um por dar o seu melhor em todas as circunstâncias. Sejam as condições favoráveis ou desfavoráveis, sejam as oportunidades muitas ou poucas. E este é um bom começo para mudar as próprias circunstâncias. Aliás, é o único começo possível. Cristiano Ronaldo fez exactamente isto quando tinha 12 anos e não tinha um tostão no bolso. E hoje faz o mesmo apesar de adulto e ter mais dinheiro que que o PIB de muito países. O grande exemplo de CR7 não é o seu génio futebolístico, mas sim o percurso que fez apesar das malfadadas circunstâncias.

Being a Lady


《Authentic femininity is a combination of class, tenderness, and virtue. When a Woman possesses these traits, a man will naturally want to be more of  a gentleman around her.》

Jason Evert 

Marca n'agenda: Cafés com Psicologia

(É com muito orgulho que o HEart apresenta)
Cafés com Psicologia 
Organizado pela Psicóloga e nossa blogger ALEXANDRA CHUMBO
Tema:
"Gestão de Autoridade Parental: Castigar ou não, eis a questão!"
 
Como gerir conflitos, teimas e caprichos
Perceber e orientar o caracter da criança
 
 
 
18|Março| 21h30|Clinica da Criança e do adolescente
Site: AQUI



 

terça-feira, 17 de março de 2015

Indiferença e Vaidade
Na mensagem de Quaresma, o Papa Francisco fala de “globalização da indiferença”.  A interpelação que nos é feita é óbvia, mas muito difícil. Difícil porque a nossa indiferença é tão profunda que já nem nos preocupamos com o facto de o sermos.
Daquilo que observo em mim e nos outros, todos nos convidamos uns aos outros a vivermos numa espécie de espaço negativo, vazio, terra de ninguém. O espaço do nim. Lugar onde tudo é aceitável, porque não temos a diligência de fazer o bem, de defender o bem, porque quem faz tem de arregaçar as mangas, tem de dar a cara, tem de procurar argumentos, tem de ouvir contra-argumentos. Dá um certo trabalho.
Nalgum momento da história, decidimos começar a não querer chocar com ninguém, a viver de acordo com tudo e com todos, vestir todas as camisolas, como se fosse aceitável dizer que sim e que não à mesma coisa, quase ao mesmo tempo. E vemos isto em todo o lado. No trabalho, para não ferir suscetibilidades. Nas conversas coloquiais, assentamos a cabeça, para continuarmos amigos de todos. Na escola dos miúdos, porque temos medo que a professora rejeite o nosso filho e porque, da escola, os professores é que sabem.
No fundo, todos preferimos andar silenciosamente, fazendo de conta que tudo está bem, que todos atuamos muito bem, que a sociedade se autogere na perfeição e que, mesmo que não o faça, não vou ser eu a mudar o rumo das coisas.
Não sei se sente o mesmo, mas já tenho dado comigo, calada, perante elocuções completamente bárbaras, a preferir calar-me e fugir porque não me lembro, no momento, de nenhuma forma de lidar com aquilo. O problema é que esta atitude se torna viciante e se alimenta daquilo que cada um tem de mais certo em si mesmo- a soberba/ a vaidade. A pouco e pouco, vamos dizendo para nós mesmos “Sou bestial, não me meto em chatices, todas as pessoas gostam de mim…”. UAU, a seguir é o vazio completo. Vivemos no conforto do vazio. Um vazio de alma que não nos leva a lado nenhum.
Bem, dizia que não nos leva a lado nenhum, mas isso também não constitui um problema em si mesmo. Estamos num estado de anestesia tal, num estado de tamanho adormecimento, que não sentimos falta de nada, até porque para sentir falta de alguma coisa, seria preciso uma premissa base muito importante- parar. Quem é que tem paciência para parar? Por isso é que andamos sempre super ocupados e nunca temos tempo para nada. Está na moda não ter tempo para nada.
Na lufa-lufa dos dias, entre uma sessão de ginástica, uma tarde de compras, a psicanálise e as atividades extra-curriculares dos filhos, estamos prontinhos para mais uma temporada de “paraíso do nada”. Quem não quiser, pode sempre tentar sintonizar a sua antena para outras atmosferas, respirar fundo e deixar-se estar em silêncio. Sem pressas, chegará o momento em que as grandes perguntas surgirão. Paulatinamente, teremos a oportunidade de ponderar o que queremos da nossa vida, que tipo de pessoa queremos de facto de ser e que aspetos temos de mudar.


Je suis Dolce & Gabanna #1

(já que se fala tanto do assunto, vamos fazer um pouco de publicidade à casa.
Quem é que não gosta do linha D&G?)

 
 #SupportDolceGabbana
 





 

A intolerância dos tolerântes

Os piores intolerantes que conheço são aqueles que se autoconsideram tolerantes a toda a hora, são aqueles que só falam de tolerância e justificam os seus ideias com a tolerância, "eu penso assim, eu falo assim porque sou uma pessoa tolerante", é que eu não tenho noção quantas vezes já ouvi esta justificação para se defender a ausência de valores.
 
(Já há muito que queria escrever um artigo sobre isto, com a polémica da casa D&G fiquei mais entusiasmada.)
 
Antes de mais começamos pela morfologia da palavra tolerância, para quem não sabe tolerância tem origem do latim tolerare que significa sustentar ou suportar. No meu ver à partida a tolerância não é de todo a melhor forma de estar na sociedade, porque não provem do amor, é  sempre numa ultima instância: "olha lá como tu és insuportável, mas nós vivemos em sociedade eu vou ter que tolerar, mesmo que eu acho que tudo o que tu fazes está mal e podes mudar a tua vida, mas isso vai dar-me muito trabalho a mim!" 
Assim sendo a tolerância também é uma postura muito comum nos preguiçosos, daqueles que abominam as outras ideias, mas são capazes de suportar para não ter que discutir, a tolerância está a dar cabo da discussão filosófica, e está a criar uma massa acrítica, os tolerantes não discutem, os tolerantes suportam.
Não gosto de tolerar os meus inimigos, gosto de amar os meus inimigos com as devidas diferenças que temos, talvez seja por isso que tenho muitos amigos que pensam de maneira diferente da minha, porque eu não os suporto como fim ultimo, eu discuto com eles porque gosto deles, tolerar é não se importar com o outro nem com a sociedade, é não amar o outro é não achar que o outro pode ser melhor. O tolerante contemporâneo é um preguiçoso.
Gosto de pessoas que sabem estar, que são educadas e que sabem respeitar e o respeito é diferente do sustentar é diferente de suportar, por isso muitas vezes utilizo a palavra respeito em vez de tolerância.
Mas para mim o pior defeito do tolerante contemporâneo é ser intolerante com tudo aquilo que ele acha que não é tolerável, redundante?
 
 
Conclusão os tolerantestoleram as suas conceções, e tudo que seja diferente à sua ideologia é intolerante.
Mais uma vez, faz-me lembrar o história do George Orwell: "Somos todos iguais mais há uns mais iguais do que os outros!" 

segunda-feira, 16 de março de 2015

I'm a Dolce&Gabbana


#VistoDolce&Gabbana #VistoFamília
Em resposta ao boicote...

A beleza e a força da maternidade foram o tema do último desfile de senhora de Dolce & Gabbana. 

No HEart partilhámos algumas das imagens da campanha, reconhecendo o valor e importância de associar a Moda  às Mulheres, Mães de família, Profissionais e com imenso estilo.
Os criadores Domenico Dolce e Stefano Gabbana  apresentaram também uma coleção masculina sob o tema da celebração da família. Na opinião de ambos, a mamma cheia de estilo não pode, nem deve ser substituída por um padre e vice versa. Afirmam, «Somos exclusivamente a favor da família tradicional»

Como é recorrente, depois de qualquer (muito) boa iniciativa gera-se uma onda de polémica e pressão, onde a vitimização e o boicote são as únicas formas de resposta.  Desta vez, o protagonista é um famoso músico britânico que iniciou uma campanha contra a marca, referindo que "nunca mais comprará, vestirá D&G".


Caro E. não te esforces tanto. O que estes dois criadores D&G fizeram foi realmente genial e bom de se ver, associaram a moda à maternidade, transmitindo um conceito de família que não é apenas tradicional, mas moderno e, mais ainda, intemporal. Os media até podem passar a ideia de que centenas de pessoas  apoiam esta tua onda de indignação, mas o número de pessoas que #vesteD&G (#vesteafamília) é bem maior, só não é divulgado. Mas eu confirmo!
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Propositado ou não, a criação da D&G coincidiu com o ano em que muitos homens e mulheres por todo o mundo celebram o Ano da Família. Uma família que se quer que ilumine os caminhos da terra. 

Venham mais criações destas! 
#I'maD&G 

porque os fãs da bimby andam aí

 
(mais um óptimo texto roubado d'aqui)
(entre muitos amigos dedico este aos recém casados M&P)
 
1. As pessoas que adquirem Bimbys desenvolvem uma relação evangélica com a dita.
No dia em que o ciborgue entra lá em casa dá-se o ponto de viragem bíblico AB – Antes da Bimby – para DB – Depois da Bimby – e a culinária passa a vergar-se às 12 funções do manual e às 25 receitas do livro.

2. As pessoas que adquirem Bimbys referem-se à Bimby como “ela”. Conferem-lhe um estatuto humano, de parente próximo, detentor de emoções e vontade própria.
Estatuto esse que não conferem a outros objectos de cozinha, nomeadamente ao escorredor ou à colher de pau, há tantos anos ao serviço da Humanidade. O próprio nome “Bimby” é usado a título de diminutivo fofo, que se poderia chamar ao cão ou ao namorado.

3. As pessoas que adquirem Bimbys passam a ter diálogos deste tipo: “Ela faz tudo sozinha”, “Ela programa o tempo de confecção”, “Ela pesa-te tudo.”
Ora, quem não conheça o objecto propriamente dito, não saberá que invenção robótica esperar. Uma mulher-a-dias feita de aço? Um R2D2 com batedeiras em vez de bracinhos metálicos? (poucas donas de Bimbys vão conhecer esta referência).
É que estes rumores induzem em erro, porque na verdade ela não faz tudo sozinha – é preciso pôr as coisas lá dentro do bicho. Ela não vai buscá-las ao frigorífico nem comprá-las ao Pingo Doce.

4. As pessoas que adquirem Bimbys ganham um novo “one time, in the bandcamp.”
Juntam-se a uma tribo urbana em que só se fala sobre Bimbys e passa a ser o tema preferido, debatem filosoficamente as receitas e fazem festas próprias, cheias de lasanhas e bacalhaus com natas, e tudo aquilo é uma espécie de abraçoterapia.

5. Todos os pratos que existem, a Bimby faz melhor.
Assim acham as pessoas que adquirem bimbys. Sobremesas milenares da avó, pastés de Belém, a receita secreta da Coca-Cola? A Bimby faz muito melhor.

6. As pessoas que adquirem Bimbys dormem descansadas porque ela “só custa 1 euro por dia”.
E têm um pote próprio onde colocam, todas lampeiras, o seu euro diário. Não queria ser eu a desmascarar esta inovação exclusiva da Bimby mas… dessa forma também dava para comprar o apartamento do Sócrates. Só que demorava 3 milhões de dias.


7. As pessoas que adquirem Bimbys deixam de saber acender um bico de fogão.
Desaprendem. É coisa de 3-4 dias. E depois atiram, com ar casual e dondoco, “ah é que com a bimby nunca mais usei…” Como se não houvesse culinária lá em casa antes da Bimby, as refeições eram rodízios de enlatados e a cebola picava-se sozinha. O que é este objecto metálico com uma pega? Como assim, uma “sertã”?

8. As pessoas que adquirem Bimbys gastam mais na dita do que nas refeições de uma vida cozinhadas pela dita. Porquê? Porque a Bimby vem com mais acessórios que a Barbie. Tem o seu saquinho de transporte próprio, a sua editora especial e cerca de 193897 utensílios que ninguém sabe para que servem.

9. O culto à Bimby é de tal maneira visceral que basta mencionar a Yammi ou noutra concorrente que está o caldo entornado. E é chato, porque é sabido que a Bimby custa a lavar.

10. E como adoramos ser recordistas em coisas mundanas, está claro que somos o país com o maior rácio de Bimbys per capita.

Dúvidas do pôs-modernismo #4

 
arranjar a casa ou ter uma família numerosa?
(why not both?)