quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Keep calm, it's in God's hands

Apesar de correr o risco de me tornar repetitiva hoje quero escrever-vos sobre esta fase em que me encontro: à procura de trabalho. E acreditem: dá muito trabalho. Além da típica busca, dos contactos "descarados" e das entrevistas há ainda o trabalho mais chato de todos: lidar com o ar "desolado" das pessoas quando me dizem "ainda não arranjaste trabalho?". 

Respira fundo e não dês a primeira resposta que te vem à cabeça. É muito o que te passa na cabeça mas também é muito aquilo que deves guardar para ti.

Não é de todo a situação ideal com que todos sonhámos para o resto da vida mas interiormente reconheço como tem sido bom para me conhecer a vários níveis. É difícil e quase ofensivo nos dias que correm aquilo que vou dizer mas a verdade é que estou bem assim. Não aquele bem de "quem não tem nada para fazer e pode dormir até ao meio dia". Não estou de férias! Mas estou bem porque estou tranquila  e consciente das decisões que tomei. 

Aceitar um emprego com base no grau de desespero, com medo de "ficar parada", é algo que não faz parte dos meus planos. Não me estou a fazer de esquisita mas sim à procura de abraçar um projecto de "corpo e alma" que esteja à medida das minhas capacidades. Às vezes a solução não está de baixo do tapete e temos de procurar um bocadinho mais fundo. 

Ir fazendo "qualquer coisa" enquanto procuro algo melhor também não faz parte da minha lista. Eu sei, eu sei que não há empregos perfeitos mas qual a vantagem de começar algo a pensar no dia do fim? É quase como ir de férias e planear o último dia em vez de planear a semana ou o mês. A ideia de ter um trabalho que não me faça olhar duas vezes para trás será assim tão utópica?

Como em tudo na vida a procura tem de ser refinada, com critério, com auto-conhecimento e com confiança em Quem tem sempre um plano melhor para nós. E mais uma vez: não é ser esquisita! É perceber que da mesma maneira que o mercado nos escolhe nós também temos de ter o trabalho de escolher o mercado. Como disse a querida P "tem de haver um match dos dois lados".

E por fim posso dizer-vos qual tem sido o trabalho mais difícil de todos: trabalhar a humildade. Para perceber quando não corre bem, para aceitar que apesar de termos dado tudo aquilo não era para nós, para corrigir defeitos e para lidar com elogios. 

Se mesmo depois disto continuam a achar que nesta etapa "não há nada para fazer" então já não sei que mais lhes digas. 

2 comentários:

Madalena Barros e Sousa disse...

Niquinha, um dia vais conseguir!!

Ni disse...

Obrigada querida Madalena! Estou nas "mãos" certas!