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sexta-feira, 24 de março de 2017

Marca n'Agenda: FAMÍLIAS NUMEROSAS

Como já sabemos: aqui, aqui e aqui: Chema Postigo foi para o Céu no dia 6 de Março.
Contudo Rosa quer manter os seus compromissos e virá com um dos seus filhos a Portugal. ---» Obrigada «---

Conferência no Planalto 31 Março 2017| 21.30



quinta-feira, 16 de março de 2017

Tratar cada filho como se fosse único

Como já noticiamos por AQUI e AQUI  Josemaria ou Chema Postigo, partiu e deixou a sua história a sua família, deixou o seu exemplo de esperança.
Hoje lembramos novamente Chema com um texto escrito pelo pai da nossa Ni - Raul Bessa Monteiro. Vale a pena ler:





"Com uma simplicidade impressionante, e sem qualquer preocupação publicitária, um casal da Catalunha esteve de visita a Lisboa, Porto e Braga no final de 2016, para orientar conferências relacionadas com o tema “A alegria de construir famílias felizes”.

Não fora o magnífico exemplo de felicidade na família dados por Rosa Pich e Josemaria Postigo, e esta visita passaria despercebida. Parece-me no entanto que o conteúdo da mensagem que trouxeram e as experiências que apresentaram merecem divulgação.

Os Postigos, Rosa e Josemaria, têm 15 filhos vivos de 18 que nasceram. Encontram na família o ambiente propício para a sua realização como pessoas, através da ajuda mútua e da comunhão de objetivos, tarefas e interesses.

Na conferência a que assisti, Rosa, ao bom estilo feminino apurado com a origem catalã, quase monopolizou a conversa; contou histórias, anedotas e incidentes divertidos, com um bom humor e um entusiasmo contagiantes. Descreveu com graça, referindo-se à luta diária de cada um para ultrapassar as dificuldades, que Pepa, a 12ª, tem por meta rir-se pelo menos uma vez de manhã e outra à tarde, que Tomas, o 14 º, só pode fazer birra uma vez por dia, e que, quando se esgota algum produto de mercearia, na sequência da compra que é feita on line e apenas uma vez por mês, “no passa nada” se tiverem que beber o leite sem chocolate durante três ou quatro dias.

Josemaria, mais sereno, explica que não são apenas questões práticas, são formas de fortalecer a vontade, estimular o auto controle, mostrar respeito pelos outros, em suma, de se aperfeiçoarem como pessoas. É educação na sua formulação mais genuína e mais natural.

Se Rosa conta todas estas coisas com um entusiasmo indescritível, Josemaria alerta que também têm problemas, falhas e contratempos que vão resolvendo com espírito desportivo, não desanimando.

Colocando a relação conjugal no topo das suas preocupações humanas, Rosa e Josemaria têm uma disponibilidade total para os filhos. Essa disponibilidade, que tem como objetivo tratar cada filho como se fosse único, não se manifesta apenas no plano afetivo. Com esforço e dedicação de tempo e recursos, a família Postigo organiza-se com simplicidade, procurando que cada um assuma responsabilidades e tarefas concretas desde as mais tenras idades, habituando-os a não terem tudo o que querem, mesmo quando os colegas têm e exibem, articulando entre todos aspetos de melhoria geral do contexto familiar, e com cada um metas de aperfeiçoamento pessoal.

Jantam habitualmente todos à mesa. A família e os amigos ou parentes que sempre aparecem, esgotam a lotação da grande mesa redonda da sala de jantar, servindo diariamente mais de 20 refeições; um pequeno restaurante no qual se fala, se discute, se opina, e se ganha o hábito de respeitar os outros e de saber escutar.

Os mais velhos ajudam a tratar dos mais pequenos e estes, a partir do momento em que fisicamente lhes é possível, fazem as suas camas todas as manhãs, forma de aprenderem a colaborar e a assumir responsabilidades, mantendo arrumados os quartos mobilados com vários beliches de quatro camas feitos à medida para cada quarto.

Dedicar tempo, mais de qualidade do que em quantidade, um ao outro e ambos aos filhos, exige ordem, organização, desprendimento, virtudes que todos absorvem por osmose.

Como são pontuais nas entrevistas de trabalho com os professores dos filhos, vão 157 vezes por ano aos colégios.

Poderia dizer muito mais coisas sobre o que aprendi com a família Postigo. No entanto a impressão mais profunda foi causada pela extraordinária tranquilidade e serenidade com que abordam os temas da família. Mesmo o facto de já terem morrido três filhas por doença cardíaca congénita e Lolita, a 15ª, viver em risco, esperando a oportunidade de uma cirurgia que não sabem se vai chegar a tempo.

Uma família alegre, feliz, exemplar, mas normal; que enfrenta o dia-a-dia com fé, com coragem, com confiança. Rosa diz que tem um segredo. Josemaria afirma que esse segredo não é nada de especial, é apenas visão sobrenatural, generosidade e esforço por corresponder à responsabilidade de terem uma família numerosa.
Como se fosse pouco!"

Raul Bessa Monteiro
Professor da AESE Business School

segunda-feira, 6 de março de 2017

Chema Postigo


Conhecíamos a família das “1.300 bolachas por mês” pelas notícias da imprensa mundial – e para nós só isso bastava para os chamarmos de heróis.
Rosa Pich e Josemaria (Chema) Postigo, casal de Barcelona, 18 filhos, muitos deles nascidos com uma cardiopatia congénita, 2 tinham morrido pequenos, no espaço de 4 meses, e a filha mais velha morreu inesperadamente em 2012, com 22 anos, na sequência de uma intervenção médica de rotina.
No Verão passado tivemos o privilégio de fazer umas férias formativas com famílias de vários países, e a Rosa e o Chema foram os nossos anfitriões – e vizinhos do lado. Já tinha passado uns dias, em pequena, naquele mesmo lugar, e tinha sido inesquecível. Desta vez, foram dias de sonho. A Rosa e o Chema especializaram-se em Orientação Familiar, seguindo os passos de gigante dados nesta área pelo pai de Rosa, Rafael Pich.
Mas a verdadeira orientação familiar que nos deram veio do dia-a-dia que partilharam connosco – a Rosa, sempre muito bonita, com uma alegria contagiante – as gargalhadas únicas - e uma capacidade incrível de tornar tudo mais simples e mais fácil. O Chema, que sempre parecia ter todo o tempo do mundo para nós. A voz calma, a serenidade, o sorriso pronto. As atividades tão bem planeadas – com logísticas complexas, com muitas famílias numerosas.
À porta da sua casa, no passeio, carrinhos, cadeiras de papa, camas e berços, para quem precisasse durante aqueles dias – bastava passar por lá e levar, apenas deixando um papel com a indicação de quem tinha levado o quê. Os filhos tão bem educados e tão felizes – se nos vissem a chegar das compras, prontamente ajudavam a trazer os sacos e a arrumar as coisas; nas nossas formações eram quem fazia o babysitting – sem que fosse preciso pedir, tudo funcionava porque os filhos antecipavam-se às necessidades, e isto vinha do exemplo da lógica amor-serviço destes Pais que, com uma sobrenaturalidade discreta, mas vivida, traziam o extraordinário ao quotidiano, amando a Vida e a Família incondicionalmente.
Estamos muito gratos à Virgem de Torreciudad por este encontro maravilhoso que mudou para sempre as nossas vidas – chegámos a Portugal absolutamente renovados.
Ficou a amizade, e mantivemos o contacto, trocando mails com frequência. A última vez que estivemos juntos foi na conferência dada pela Rosa e pelo Chema no colégio S. João de Brito para apresentar o livro de Rosa Como ser feliz com 1,2,3…filhos?.
Nestas duas semanas tudo aconteceu muito depressa e, apesar da incredulidade e da comoção inevitável, consola-nos saber que o Chema a partir de hoje está no Céu, reunido com 3 dos seus filhos. Nada do que for dito ou escrito será suficiente para descrever o legado desta Família.
Dizia-nos a Rosa que hoje em dia formamo-nos para tudo, tiramos a licenciatura, o mestrado, o doutoramento nas mais variadas áreas, para fazer mais e melhor. Assim também deve ser naquilo que é mais importante na vida: a Família. Podemos aprender como educar melhor os nossos filhos, e ainda mais importante, como amar mais o nosso marido/mulher. Porque este amor é a pedra angular da Família, e a Rosa e o Chema serão sempre um modelo do verdadeiro amor conjugal, que tudo crê, tudo espera, tudo suporta – e tudo alcança, porque o Céu é o limite!

Catarina e Miguel Nicolau Campos

6 de Março de 2017


Como ser Feliz | Rosa e Chema Postigo

Para comprar o livro: AQUI
Quando li o livro "como ser feliz com 1, 2, 3... filhos?" delicie-me com esta família de 18 filhos! Fiquei impressionada com tamanha generosidade, e, rapidamente fui conquistada pelos Postigo's.
De facto são imagem de uma batalha, uma contradição ao egoísmo, uma esperança no mundo actual.
Hoje soubemos a que o Chema - o pai - partiu, depois de uma rápida e fulminante doença, e, esta família, mais uma vez, voltou a ser um exemplo, de fé, de crença de entrega.
Obrigada!






quarta-feira, 27 de julho de 2016

Porque ontem foi o dia dos avós | Deus tem algo de avô

É impossível não ficar indiferente a este amor: amor de avós, todos nós sabemos a importância que têm no nosso crescimento individual e no desenvolvimento social, o que seria de nós sem os avós.
Uma infância sem avós é como um  infância sem chocolates, sem asneiras, sem cultura, sem fé.....
Li uma entrevista fantástica, profunda lição, de como cuidar dos seus, de um casamento difícil mas feliz, de lutas e de alegrias.
 
Eliana & Tito
a história dos avós que não é só a história deles, aqui estão muitos.
 
 
 
«Ficaram-me muito gravadas umas palavras do Papa numa das suas catequeses sobre a família: “um povo que não respeita os avós, não tem futuro, porque não tem memória, perdeu a memória”»
 
Vale a pena ler:
Clique aqui:
 
!Aprender a cuidar, aprender a amar o que é de melhor na nossa sociedade!
 
 

terça-feira, 12 de abril de 2016

HEart na comunicação social | Diário de Coimbra #2

   A nossa HEart Rita Gonçalves continua a dar que falar (ainda bem!!!)
Agora com o seu testemunho do dia da mulher.
"ganho um estatuto de loucura"
(para ler melhor clique na imagem)

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

A maternidade e o mito de ter filhos






 ‘O contrário do amor, não é o ódio, mas o possuir.’        Chiara Corbella Petrillo








Inês Dias da Silva
16 Fevereiro 2015

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Vamos defender os direitos das mulheres (mas a sério!)

Hoje a capa do Jornal Publico trazia a notícia que as mulheres portuguesas que optam por sair do mercado de trabalho, para cuidar dos filhos, perdem grande parte da sua reforma, sendo as mais prejudicadas dos 34 países do OCDE, sim isso mesmo somos o país da OCDE que menos cuida da mulheres que são mães.
A esquerda que necessita de ostentar a unidade, mais aquelas cadeiraszinhas da direita, mostraram a prioridade de defender os direitos das mulheres, muito bem (palmas senhores deputados), prioridade legislativa, mas agora não sei se foi de mostrar a união ou se foi mesmo prioridade nos v-e-r-d-a-d-e-i-r-o-s direitos da mulheres. Parece que a luta é pela liberdade das mulheres, mas só no conceito de liberdade do BE, porque a liberdade da maternidade ou a liberdade de querer cuidar dos filhos continua a ser castradora, antiquada, má, e há que ensinar a essas senhoras que isso não é bom...
Só queria agradecer à minha avó, que por opcção, ficou em casa, criou uma família maravilhosa, ainda cuidou dos netos, sabia fazer o melhor gelado do mundo e apesar da família ser numerosa todos traziam os amigos para jantar na varada pró quintal nas noites de verão!
A noticia, também me fez lembrar do seguinte anuncio - to think seriously -sobre o tema:
 
 

sexta-feira, 17 de julho de 2015

O romantismo de uma família numerosa (ou então não...)

 
«(...) “O que é que uma laranja nojenta está a fazer na casa de banho?!” “Fui eu”, respondi baixinho. (...)»
Inês Teotónio Pereira

quarta-feira, 1 de julho de 2015

É Verão!


 
Começou o Verão. Por aqui, começou também a época balnear. Montámos a piscina que o tio F e a tia T ofereceram ao afilhadito, arranjámos um belo tapete de relva sintética para cobrir um pouco da calçada e comprámos um rádio baratinho, porque o antigo sofreu uma pequena queda de uma altura suficientemente grande para lhe provocar danos irreparáveis.
Nós, por cá, gostamos muito de música. Alguns já tocam umas coisinhas. Fora isso, com o rádio, preparada a nossa playlist preferida, já podemos cantar e dançar até cair. Muitas vezes, cair literalmente!
Com isto, inicia-se também a fase culinária que eu mais gosto que é a época das sandes com alface e tomate, as tostas mistas, os sumos de fruta e, claro, de vez em quando tem de ser, os gelados. Para além disso, claro está, os belos churrascos marcam lugar e deixam-me a cozinha bem mais arrumadinha que os outros menus.
É uma época maravilhosa porque estamos na rua até às dez da noite e nem nos apercebemos que o dia terminou. Ao olhar os miúdos a brincarem uns com os outros, na água, com grandes gargalhadas e alguns pirolitos, o mundo parece perfeito. O 4º começa agora a aguentar os pirolitos sem desatar a fugir da piscina. Olha para mim, sorri e sente-se vitorioso  por conseguir libertar-se da água que teima em entrar pela boca dentro.
Hoje, para além disso, recebemos a visita de amigos e uns estiveram no faz-de-conta, outros mantiveram-se no bem bom da piscina e outros participaram numa pintura conjunta que resultou em dois quadros muito engraçados.
O lado bom de se estar 100% dedicada à família é o ter tempo. Ter tempo para fazer grandes trapalhadas, dizer tontices, perder as estribeiras, mas também o ter tempo para pedir desculpa, falar, esclarecer, ensinar e rir em conjunto.
Tenho a certeza que os meus filhos conseguirão tirar muitas coisas positivas das minhas tontices. Para mais, tenho a certeza  que, se não fossem eles, eu seria praticamente intragável de tanta soberba.
Estamos agora na fase das férias escolares. Uma época bem difícil, sobretudo quando ainda não se pode recorrer aos planos de férias de que falei anteriormente (os meus ainda não tem idade de acesso), de grande resiliência para aguentar um non-stop, um show must go on em permanência. Ainda só passou uma semana e meia  e já me parece que fui ligeiramente atropelada por camião.
Os mais velhos estão a aproveitar esta fase das férias para aprender a nadar, numa espécie de curso intensivo de natação. O primeiro está em grande. O segundo foge a sete pés do treinador, como se fosse possível aprender a nadar com água pelo tornozelo. Quando levo a terceira para assistir à aula é um corropio porque fala que se farta  e está sempre a queixar-se de alguma coisa, pois o mundo inteiro insiste em contrariá-la. Quando levo o quarto, inicialmente, temos uma fase de encantamento, em que olha para tudo o que é sítio, completamente especado, depois, entramos no momento do “quero fazer chichi”, do “quero água” e depois “o que é isto?”, “os manos?”.
No final do dia, uns adormecem na sopa e os que não adormecem pedem para ir para a cama ainda antes de terminar a refeição. Eu? Eu estou de rastos e até adormeço no computador.


segunda-feira, 1 de junho de 2015

31 de Maio: porque ontem foi o dia do irmão.

 
Ontem fez anos que nasceu Fernando Castro, conhecido por ser o Pai das famílias numerosas. Quem é amigo do Fernando no facebook não podia ficar indiferente ao aviso do seu aniversário e assim lembrando a sua morte precoce, maldito cancro, mas ao mesmo tempo percebendo que o legado que deixou foi incrivelmente simples: uma sua família numerosa e uma nossa família numerosa. Talvez seja por isso que ontem se festejou pela primeira vez, por iniciativa AFN, o dia do irmão, ou talvez seja por ser a véspera do dia da criança, mas eu gosto de associar o dia do irmão ao Fernando Castro.
Uma das frases mais inspiradoras do Fernando, marca este sentido de generosidade que devia estar mais presente nas famílias portuguesas: "Se queres ver uma criança feliz, dá-lhe um irmão; se queres ver uma criança muito feliz, dá-lhe muitos irmãos".
Aqui fica o artigo do seu irmão José Ribeiro e Castro, que retrata muito bem a relação de irmãos e descreve a importância do dia.
Obrigada Fernando por teres deixado um legado incrivelmente simples: uma família.
 
 
(para ler basta clicar na imagem )
 

quinta-feira, 26 de março de 2015

Dia internacional dos IRMÃOS

Eles são chatos, eles deixam a casa desarrumada, eles ligam às 2h da manhã porque foram jantar com amigos e esqueceram da chave, eles acham que tem prioridade no carro, eles pensam que os trocos que estão pela casa é dinheiro encontrado, eles não sabem partilhar chocolastes... eles são os irmãos. E porque não ter um dia deles? AQUI
 


A APFN Associação Portuguesa de Famílias Numerosas está a fazer uma campanha para que o dia 31 de maio seja declarado internacionalmente Dia dos Irmãos.
Assine a petição e peça aos seus amigos que o façam também. Vale a pena!
Obrigada!

Assinar AQUI
 

terça-feira, 17 de março de 2015

Je suis Dolce & Gabanna #1

(já que se fala tanto do assunto, vamos fazer um pouco de publicidade à casa.
Quem é que não gosta do linha D&G?)

 
 #SupportDolceGabbana
 





 

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

"A maternidade e o mito de «ter» filhos"

Chamo-me Inês e tenho 4 filhos.
Os suficientes para saber que 'ter' não é o verbo adequado.
Os filhos não são meus, foram-me dados.
Foram-me dados, para não serem meus. 

Esta é uma verdade que intuí quando o nosso primeiro filho começou a falar.
- 'A mãe é má!'.
Esta é uma verdade que confirmei quando o nosso segundo filho nunca fazia o que lhe pedíamos e muito menos o que lhe mandávamos. 
Esta é uma verdade que experimentei quando o nosso terceiro filho esteve muito doente, a morrer. 
E esta é uma verdade que mesmo assim, me surpreendeu, quando o nosso quarto filho foi concebido e não planeado.
Os filhos foram-me dados, para não serem meus.
'O contrário do amor, não é o ódio, mas o possuir.'          
Chiara Corbella Petrillo
Quanto mais profundamente se ama, mais profundamente se percebe que 'os nossos' não o são.
O nosso filho mais velho é muito dado. Ele é, antes de mais, o melhor amigo do seu melhor amigo, o neto dos seus avós, o aluno da sua professora. Por isso, quando muitas vezes se engana e em vez de mãe, chama-me o nome da professora, eu fico contente, porque ele é mesmo o aluno da sua professora. Estabeleceu uma relação significativa, benéfica e poderosa e, liberdade das liberdades, não é comigo.
O nosso filho 'do meio' sempre foi independente. Não faz o que lhe dizem, só faz o que quer.  Quando não fala aos 'tios', é imediatamente repreendido, e de imediato já está enrolado nos braços dos tios não cumprimentados, a rir-se virado do avesso, para o resgate do beijo exigido pelas regras da boa educação. As suas primeiras experiências de perdão, são a ver o mundo ao contrário, e liberdade das liberdades, não são connosco.
O nosso terceiro filho é totalmente dependente. A sua vida está mês sim, mês não, por um fio.  Um fio que já se tentou manipular, controlar, medir, esticar, encurtar…mas fugidio dança à volta das mãos da equipa médica que o segue e invariavelmente não o conseguem dominar. Liberdade das liberdades, esse fio não está nas nossas mãos. 
O nosso quarto filho é totalmente dependente. A sua vida está há 8 meses ligada a mim por um cordão. Um cordão do qual irá prescindir quando estiver pronto, prescindindo assim também de mim. Liberdade das liberdades, a sua vida não depende de mim. 
E assim, como mãe, sou posta no lugar. Sou importante, mas não imprescindível. Importante para os introduzir no mundo, na família, na escola, no hospital, na companhia dos nossos amigos, para que possam um dia, provavelmente mais cedo que penso, prescindir de mim para viverem no mundo. O mundo dos avós, o mundo dos professores, o mundo dos amigos que perdoam má-criações, o mundo dos médicos que desejam definir um mistério que a todos nos escapa. 
Os meus filhos foram me dados para serem do mundo e para o mundo.
Liberdade das liberdades!
 
Inês Dias da Silva, Fundação Maria Ulrich, 2015.02.16
Tirado d'AQUI