Tem-me vindo à cabeça a imagem dos maratonistas olímpicos deste verão. Em concreto, a minha memória insiste em recordar aqueles que cortam a meta em primeiro lugar e que, apesar dos imensos quilómetros já percorridos - e percorridos com esforço -, ainda correm mais umas voltas pelo estádio, com a bandeira do seu país pelas costas e com um grande sorriso. Dir-se-ia que podiam continuar a correr até ao fim do mundo.
Faz-me pensar a pedalada que dá a vitória! Não uma vitória qualquer, mas uma que exigiu superação, que foi conquistada com esforço. E, provavelmente, não à custa de tudo e todos, mas equilibrando o tudo e todos... Além disso, essa conquista não é apenas indivudual, é até bastante coletiva. Treinador, equipa olímpica, familiares, amizades, conterrâneos... Quando o atleta vencedor sobe ao pódio, todas estas pessoas se sentem lá também e, penso eu, com toda a legitimidade.
Lembro-me disto e penso neste período prestes a terminar. Também nós começámos esta corrida há algum tempo, muitos quilómetros foram já percorridos mas, ao contrário das maratonas olímpicas, o primeiro lugar possui espaço para todos - desde que estes todos corram -, e, a outra boa notícia, é que a corrida não tem de ser frenética, pode ser pausada, desde que seja constante.
Há diferenças entre as duas corridas, mas quantas semelhanças! Pela minha parte - por simples e pura justiça - penso na vontade enorme que às vezes sinto de pôr toda a equipa olímpica que me coube em sorte no primeiríssimo lugar do pódio e de ficar na plateia a aplaudir até me doerem as mãos.
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