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sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

"Amar não é um sentimento é uma atitude" | Filipa Sáragga

«Amar não é um sentimento é uma atitude.»

Ao telefone com a actriz Ana Brito e Cunha







Na semana passada, agarrei no telefone e liguei à Ana Brito e Cunha, que, para além de ser uma grande actriz portuguesa, é também alguém a quem tenho a sorte de chamar amiga. Dei-lhe os parabéns por esta nova grande etapa que está a viver na sua vida. Aos 41 anos, a Ana vai ser mãe pela primeira vez.
Sei bem o que este momento significa na vida dela e, por isso, era inevitável que a conversa não enveredasse para temas mais profundos. Falámos sobre os nossos sonhos e os timings em que eles acontecem, e porque é que alguns se realizam e outros não.
Falámos sobre todas as mulheres solteiras que sonham casar-se, mas a quem, por algum motivo, isso ainda não aconteceu.
Depois, a Ana contou-me que desde pequena que dizia: «Quando me casar, quero que seja para toda a vida.» E então explicou-me que é capaz de entender os anos em que experimentou a solidão, a tristeza e aquela esperança que parecia inalcançável.
«Sabes, Filipa, quando uma pessoa não tem vontade de sair ou se está mais introspectiva, é porque nesse momento da sua vida precisa de crescer nesse sentido. Talvez essa pessoa esteja a precisar de se conhecer melhor, esse autoconhecimento pode estar a prepará-la para aquilo que sempre sonhou, mesmo que seja com sofrimento. Comigo, foi assim que aconteceu. Se eu me tivesse casado antes, a probabilidade de ser para sempre talvez fosse menor, eu era mais miúda e, por isso, também mais impulsiva e mais precipitada, e a grande vantagem da maturidade é sabermos aquilo que queremos e aquilo que nos faz falta.»
Esta conversa fez-me pensar em todas as mulheres que se sentem sozinhas, as que sofrem por isso, mas que não sabem que esse sofrimento está a construí-las por dentro. Muitas delas estão apenas a tornar-se mulheres mais fortes, mais sábias e mais preparadas.
Não tem de haver uma altura certa para as coisas acontecerem. Elas acontecem quando têm de acontecer e quando estamos preparados para as receber.
A pressão que a sociedade coloca sobre as pessoas e sobre os seus objectivos é cada vez maior, e não podemos nem devemos ceder a ela, porque a nossa felicidade só diz respeito a cada um de nós. Muitas pessoas tornaram-se e são infelizes por terem querido cumprir determinados objectivos sem estarem absolutamente certas das suas decisões.
Existe uma outra grande vantagem na maturidade, é que ela faz-nos amar com mais convicção e com mais sabedoria. Na realidade, a maturidade e o verdadeiro amor ensinam-nos que amar é muito mais dar do que receber.
«Uma vez, ouvi uma entrevista do César Mourão que me causou imensa ternura. Ele estava no casamento de um amigo e sentou-se ao lado do padre, e o padre disse que o casamento era fazer o outro feliz e não esperar que nos fizessem felizes a nós. E o César disse: "Então, eu sou casado com a minha filha, porque vivo para a fazer feliz."»
E é mesmo isto o verdadeiro amor: é ver o outro feliz. Amar verdadeiramente é não querer retorno, não é uma necessidade, não é uma exigência e não é uma espera, mas uma entrega.
E a Ana continuou:
«Num dos meus seminários de actores profissionais em Madrid, o meu professor de teatro, o Juan Carlos Corazza, ensinou-me que o amor não é um sentimento; é uma atitude. Explicou-me que o sentimento é "gosto" ou "não gosto", e a atitude que se coloca nesse sentimento é que é o amor, da mesma forma que também se pode, por exemplo, colocar ódio.»
Essa escolha que fazemos é aquela que determina, ou não, a nossa felicidade, e é também aquela que nos torna livres ou presos para sempre.

Depois desta conversa, senti a necessidade de transmitir cinco ideias-chave a todas as mulheres que se sentem sozinhas: 

1. Se estás sozinha, tira o melhor de ti enquanto tens esse tempo para te conheceres;
2. Não cedas a pressões, porque o amor não escolhe nem dia nem hora, e tu tens de te sentir preparada para o receber;
3. A maturidade oferece-te uma maior probabilidade de saberes exactamente aquilo que queres e aquilo que verdadeiramente te fará feliz. Foi mais tarde, mas foi para sempre.
4. O amor é fazer o outro feliz e não esperares que te façam feliz a ti;
5. O amor não é um sentimento; é uma atitude.

Revista Sábado, Dezembro 13 / 2016: AQUI

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Querida Filha

Ao ler a carta que a Rita Ferro Alvim escreve à sua filha, queria copiar a ideia aproveitar para te escrever uma a ti também, miúda.
Só que, pegando na dela, a minha seria bem diferente...

Querida filha, daqui mãe.
Escrevo-te pela primeira vez porque acho que chegou a altura de me conheceres.
Aconteceste para mim antes de aconteceres quando aconteceste para o mundo. Aconteceste no meu corpo, no meu coração, na minha cabeça, nos gestos que embalam o meu ventre. Aconteceste quando me peso, quando me deito, quando aperto os sapatos. Aconteceste quando lavei saladas, não comi carne mal passada e quando ouvi o teu coração. Quando te vi a preto e branco pela primeira vez, pela segunda e todas as outras. Aconteceste mesmo ainda antes de aconteceres.  Aconteceste no meu pensamento, nos meus planos, nos meus receios. Não Queria poder dizer-te que vais viver num planeta perfeito, onde não existe dinheiro, infelicidade, contas para pagar, doenças, morte, tragédias, e um dia a dia alucinante. Porque existe, porque vai sempre existir, e porque é bom que exista: só assim serás capaz de reconhecer o Bem, apreciar o Bom e decidir com a tua Liberdade como vais agir. Que não há Vais sentir stress. Queria dizer-te que não há maldade, nem inveja, nem competição, nem falsidade. Que não há frio e nem calor a mais. Que a noite não às vezes te vai meter medo, mas mesmo assim que os dias são sempre de sol. Que as pessoas não têm só lados bons e que nunca ninguém te vai passar a perna. Que vais fazer da tua paixão profissão, ou da tua profissão paixão, mesmo que não vais ter tenhas medo. Que nem tudo é seguro. Que não há químicos, que não há vícios, que não há interesses. Que a aventura dá sempre bons resultados, assim como a bondade, o amor e a verdade. Queria dizer-te que todos os teus sonhos vão acontecer, que a vida é música e festa e que nunca sempre haverão obstáculos. Queria dizer-te que não te vão dizer sempre tudo honestamente, calmamente, frontalmente. Que vais ter sempre uma oportunidade, que mas não vão sempre acreditar em ti, vais ter de lutar por isso. Queria dizer-te que nunca vais cair, que nunca vais sofrer. Que te vão amar incondicionalmente - eu vou, pelo menos. Que nem todos os dias te vais levantar com uma garra sem fim e que nunca às vezes te sentirás cansada. Queria poder dizer-te que eu não vou estar sempre a sorrir, que não vou ter sempre paciência, que nunca vou ralhar, ser injusta e que não vamos sempre estar em paz uma com a outra. Queria dizer-te que não vou estar sempre atenta e que não te vou sempre amparar, que nem resolverei todos os teus problemas. Queria dizer-te que não vou dar os melhores conselhos, que não vou saber estar calada. Que nunca te vou traumatizar, magoar, castigar, desiludir; mas não de propósito, nunca de propósito.
Queria dizer-te tudo isto e muito mais mas não posso para que venhas preparada para a alegria que é a vida, tal como ela éPorque se tirássemos as dificuldades à vida, o que nos restaria?  Mas queria que soubesses já que para mim aconteceste mesmo ainda antes de aconteceres quando aconteceste, e que mal posso esperar para te trazer para esta aventura que é a vida, onde estarei sempre ao teu lado.
E que a isso se chama amor.
Adoro-te, mãe.
P.S. - Percebo a tentação da Rita de escolher só as partes fáceis da vida para aqueles de quem gosta. Mas a minha concepção da Vida não me deixa acreditar no mesmo - especialmente nesta altura de Quaresma. Sem dificuldades, quem seria eu? Sem contrariedades, como me teria superado? Sem desgostos, como teria eu crescido? Viver não é um passeio no parque, e ainda bem. A felicidade não vem das coisas fáceis, nunca. Isso aprendi e isso irei ensinar.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

A maternidade e o mito de ter filhos






 ‘O contrário do amor, não é o ódio, mas o possuir.’        Chiara Corbella Petrillo








Inês Dias da Silva
16 Fevereiro 2015

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Não há argumentos para ter filhos

A propósito deste post, dei por mim a pensar “Porque é que eu vou ter uma filha?”
É uma pergunta meio ingrata, assim ao género prognostico no fim do jogo. Mas é relevante, porque não foi planeado-ao-milímetro.

E a resposta que me veio imediatamente foi: Vou ter uma filha porque posso engravidar. Vou ter uma filha porque engravidei. Ainda antes de eu saber que era uma menina, ela estava lá. Já sabia que uma ou um podiam ser gerados, mas só vou ser mãe porque a vida se gerou efectivamente.

Não tenho argumentos para ter filhos. Também não tenho argumentos para NÃO ter filhos. Nunca tive um desejo desmesurado de ser mãe, como também nunca tive um medo irracional de o ser, até porque sempre suspeitei que viesse a acontecer. 

Na verdade, não vou ser mãe por isso. Nem eu andava em pulgas, nem ninguém me convenceu a ficar. É simplesmente uma consequência do meu casamento, da minha (nossa) entrega, e não é racionalizável nem "convencível". Vou ter um filho porque posso engravidar, porque engravidei e porque toda a gente já o fez e eu hei-de conseguir fazê-lo, melhor ou pior, aprendendo no caminho, mas sempre a pensar mais fora de mim que em mim. 

Mas então, há argumentos para ter filhos?
Ouvem-se regularmente pais que vêem os filhos como uma posse, como um direito, como uma "coisa" que lhes pertence e que lhes serve os seus propósitos. 
Com um filho eu ficarei realizado. Com um filho é que eu vou saber o que é amar. Com um filho eu prolongo a minha linhagem. Com um filho eu tenho a quem deixar a casa. Com um filho eu tenho quem me sustente. Com um filho eu serei feliz. Com gémeos eu fico "despachado".
E são isso razões para ter um filho? Se são, deixem que vos diga sem muita cerimónia que são razões bem egoístas. Reparem na utilização de pronomes pessoais na 1ª pessoa do singular! “Eu”, “minha”, “me”. Podem ser verdade – o nosso desejo de procriação é tão básico que sim, tem de haver motivos egoístas para termos filhos, senão a taxa de natalidade seria negativa! -, mas não há nada mais redutor.

Também eu terei as minhas fases em que verei vantagens pessoais em ter filhos, mas na teoria pelo menos vejo a falácia. Se eu tenho um filho por mim, estou a tê-lo pela razão errada. Um filho é um ser independente de mim – ainda que dependa muito de mim nos primeiros anos. Mas não é, nunca é, uma extensão de mim mesma.
É uma pessoa nova, única, irrepetível, com os seus próprios gostos, desejos, ambições. Não prometo olhá-la sempre assim (quando me disser que quer ser graffiter, acham mesmo que não a vou tentar convencer a ir para gestão?), mas a realidade não estará do meu lado. A realidade é que, desde a concepção, que a minha filha é algo distinto de mim, dentro de mim. E isso é tão bonito quanto é aterrador. Se eu pensasse nisso antes, secalhar não seria mãe*. 

Por isso não, não há argumentos para ter filhos. 

Os filhos têm-se e pronto.




*Nisso e nos enjoos. Ou só nos enjoos. Isso.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

As bailarinas e a maternidade

Eu não sou bailarina. Quer dizer, dancei ballet na 4ª classe – quem não?! -, mas acho que isso não conta.

Dizem os entendidos que custa. Acredito, sei que qualquer desporto levado ao profissionalismo obriga a horas infindáveis de entrega, de suor, de falhanços e de melhoria. Há dores físicas, dores espirituais, mas também há o lado negro das expectativas e da procura de um Eu.

Lucy Gray, fotógrafa e autora do livro Balancing Acts, diz sobre as bailarinas:
“Em geral, as prima ballerinas começam a dançar por volta dos três anos (…), quando chegam aos 25 ou aos 30, dançar é tudo o que sabem fazer. É aquilo que são. É a sua identidade (…)”
Hoje não me alongo em demasia neste “perder-se” a si próprio para se reencontrar na dança, levando a extremos em que o próprio corpo deixa de ser o que é, mas naquelas bailarinas, fotografadas por Gray, que tiveram a coragem de buscar a maternidade em simultâneo.

Não sendo habitual, muitas vezes nem desejado, Gray “pensava que ia contar a história de como era difícil para estas mulheres continuarem a afirmar-se profissionalmente sendo mães. Mas a história acabou por ser outra: ‘tiveram melhores críticas depois de terem filhos.’ ”

E agora perguntam vocês, como eu me perguntei a mim mesma: mas o que as fará terem evoluído enquanto bailarinas, apenas pelo facto de terem sido mães?

Responde-me Gray:
- Perderam o nervosismo do palco
O que é o medo, depois de dar à luz? O que é o medo, depois de pensar que o nosso filho se engasgou e pode não respirar mais?

- Passaram a relativizar as coisas
A dança deixa de ser o centro das suas vidas, há mais fora disso. Que me importa brilhar em palco, se falho em casa com aqueles que fazem que a vida valha a pena?

- Dançar tornou-se “mais fácil, ganhou beleza”
Agora há por quem dançar, há um objectivo e tem de haver – por que danço? Por quem danço? Porque se não é só por mim, se é pelos outros, só o posso querer se for algo bonito, belo de ver e de fazer. Redescobrir essa beleza.

De algum modo cruzam-se, mas é tão bonito pensar o quanto – inconscientemente! – muda na consciência de uma mãe, só por sê-lo.

Mal posso esperar para descobrir por mim própria.



segunda-feira, 2 de março de 2015

Dolce & Gabbana: um elogio à maternidade

A nova coleção D&G, apresentada na semana da moda em Milão, foi uma homenagem à maternidade. É tão bom quando a moda é aliada às mulheres normais, às mães de família.
Aqui fica a reportagem feita pela SIC-Noticias com fotografias da Reuters.
 









 
 

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Os portugueses da nova geração agradecem.


Já falamos sobre isto, mas nunca é de mais. Ainda tem até ao final do mês de Dezembro para assinar esta Iniciativa Legislativa Pelo Direito a Nascer: AQUI. Descarregue o documento das assinaturas e faça-o circular, reenviando-o ao mail de coordenação.
 
Porque vale a pena nascer!

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

família. maternidade. vida


Para chegarmos às 35 mil assinaturas, legalmente exigidas para que o parlamento seja obrigado a apreciar e votar a proposta de lei , é preciso que cada um de nós faça a sua parte recolhendo uma, poucas ou muitas. + infos: AQUI