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quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Silêncio de Martin Scorsese (II)

Continuo sem ver o filme - como escrevi aqui - contudo, até ao dia, acompanho pelos comentários e pelas críticas, não feitas por mim, mas elaboradas por aqueles que tenho em consideração. Admiro a consciência história e recta de José Miguel Pinto Santos, penso que o economista tocou em boas questões - ou melhor na boa questão: a veracidade dos factos -  a diferença entre a estória e a história.
/Cada vez que conheço mais a verdadeira história, mais fé tenho\




Aqui fica o artigo que vale a pena ler:

"O problema fundamental da nossa era não é económico nem financeiro. Tão pouco é social ou político. Nem sequer é o populismo ou a proliferação de leis e regulamentos que coartam a liberdade e iniciativa dos indivíduos. A grande crise da Europa e da sua civilização é filosófica. Mas não é principalmente uma crise nem metafísica nem sequer ética. A nossa grande falha civilizacional hoje é epistemológica. Já não se acredita que a realidade seja percetível objetivamente. Vivemos numa época em que todos somos Pilatos, prontos a ripostar “o que é a verdade?” e, ato continuo, virar-Lhe as costas com mais desplante e cinismo que o do verdadeiro Pôncio. Hoje, o ceticismo já não é um tique chique de professor de filosofia, como foi no século dezanove, mas um reflexo imbuído em todos os cidadãos pelo sistema escolar obrigatório.

Assim é natural que a ficção tenda a se sobrepor à realidade. Vivemos na realidade virtual na política, na economia e na gestão empresarial. Quando se desvanece a convicção que o conhecimento humano é capaz de aceder à realidade e apreendê-la restam as opiniões e sobra a crença de que de todas as opiniões têm igual valor. Nesta situação as “narrativas” tornam-se mais relevante que os fatos.

As narrativas do PS sobre a TSU e da imprensa europeia sobre Hillary Clinton dariam bons exemplos. Mas outro exemplo, quase tão mediático, é-nos oferecido pela narrativa do filme “Silêncio”. Que ficção não é História é a desculpa do costume para casos destes. Como a narrativa de “Silêncio” é vendida como ficção, argumenta-se que não tem de corresponder aos fatos estabelecidos pela ciência histórica. O problema é que, como já não se acredita na possibilidade de qualquer réstia de objetividade na História, e também porque se consome cada vez mais ficção, a narrativa que fica na cabeça é a da ficção e a que desaparece é a da História. A ponto dos jornais se referirem à ficção de “Silêncio” como “um retrato histórico”. A atitude mental da nossa época é conducente a que o retrato virtual oferecido por Scorsese sobre Cristóvão Ferreira e os dois jesuítas que vão para o Japão em sua busca se torne mais real que a realidade histórica cristalizada em dezenas de manuscritos do século dezassete que chegaram até nós.

Mas qual é o retrato histórico de Cristóvão Ferreira (c. 1580—1650) que nos oferecem as fontes do século dezassete? Para quem estiver interessado em saber mais existe material detalhado e acessível na net (meu aqui e outro melhor aqui). Mas podemos resumidamente referir que Ferreira nasceu em Torres Vedras, arquidiocese de Lisboa, cerca de 1580, e que entrou para a Companhia de Jesus em 1596. Fez dois anos de noviciado em Campolide e depois, a partir de 1598, frequentou o Colégio das Artes em Coimbra. Em Abril de 1600 embarcou numa nau para a Índia e chegou a Macau em Agosto de 1601. Aqui completou a sua formação intelectual frequentando os cursos de filosofia (3 anos) e teologia (4 anos) do Colégio da Madre de Deus. Foi ordenado em finais de 1608 e depois embarcou para o Japão na primeira nau disponível, na Madre de Deus, precisamente na sua última viagem. Ferreira não assistiu ao épico combate que resultou na destruição desta embarcação em Nagasaki, porque logo a seguir a desembarcar foi para o seminário de Arima. Em Macau e em Arima aprendeu o japonês a ponto de se tornar completamente fluente. Em 1610 foi para a capital imperial onde se tornou conhecido e popular nos círculos intelectuais, especialmente entre o grupo que veio dar origem à wasan, a matemática japonesa, e entre os cosmólogos independentes, que começavam então a contestar a cosmologia e o calendário oficiais. Também ficou conhecido, no imaginário japonês, pela prática ativa das sete obras de misericórdia corporais: dar de comer a quem tem fome, dar de beber a quem tem sede, vestir os nus, visitar os encarcerados, abrigar os sem abrigo, visitar os doentes e sepultar do mortos.

Quando se deu a proscrição do Cristianismo e a expulsão dos missionários em 1614 Ferreira passou à clandestinidade. Em 1617 deixa a capital e passa a exercer a sua atividade em Kyushu, especialmente em Nagasaki e arredores. Em 1633 o padre Sebastião Vieira (1571—1634), o responsável pela missão jesuíta no Japão, também ele na clandestinidade, é preso pelas autoridades e Ferreira assume a direção de empresa jesuíta. Por pouco tempo, porque no ano seguinte também ele é capturado. O que tornou Ferreira notável e conhecido em todo o mundo, de Nagasaki a Edo e do Rio a Cracóvia, foi o de ter sido o primeiro missionário a apostatar. A Cristandade ficou incrédula e os jesuítas em choque. Fizeram-se jejuns e penitências públicas por todo o lado, de Goa a Vilnius. Antes dele outros padres e irmãos, e muitas centenas de leigos, tinham sido submetidos à laje, ao cavalo de madeira, à suspensão, ao caldeirão, à fogueira, à cruz e à fossa sem cederem nas suas convicções relativamente à Verdade. Ferreira tinha sido posto na fossa.

A fossa, diga-se de passagem, era considerado o tormento mais excruciante de todos, de acordo com relatos coevos que chegaram até nós. O supliciado era revestido com um mino, uma fatiota de palha de arroz, atado com força à volta de todo o corpo, nos pés e pernas, abdómen, braços e tórax, e pendurado de cima para baixo mas de modo que a cabeça ficasse numa fossa, onde usualmente era posto excremento; um sobrado, apenas com espaço para o pescoço, era posto à volta do cachaço para que não pudesse sentir a luz e fazer uma ideia da passagem do tempo; e eram feitos dois golpes nas têmporas de modo a evitar uma morte prematura devido à subida da pressão sanguínea no cérebro. E, já agora, valerá a pena notar que não havia intervalos para refeições, sonecas, ou outras atividades motoras ou excretoras: uma vez na fossa só a morte ou a submissão às exigências da política estatal interrompia a violência. As dores, que se começavam a sentir pouco depois da pessoa ter sido pendurada, são sempre descritas como sendo indiscritíveis: todas as fontes referem que nenhum outro tipo de dor pode ser dado em comparação. A morte ocorria usualmente ao fim de dois a cinco dias, mas uma das mãos era deixada livre fora do mino para que a vitima da violência do Estado pudesse dar um sinal previamente estipulado de que acedia às exigências que lhe eram feitas. Juntamente com Ferreira, a 18 de Outubro de 1633, foram postos na fossa outros cristãos, um dos quais o padre Nakaura Julião (1568—1633), que tinha sido um dos quatro embaixadores japoneses à Europa em 1582-1590 e colega de Ferreira no Colégio da Madre de Deus. Mas enquanto Nakaura exalou o seu espirito ao fim de quatro dias de tortura, Ferreira, que era o chefe, fez o sinal com a mão ao fim de seis horas.

Que Ferreira tenha apostatado levado pela angústia do sofrimento que os cristãos padeciam é uma estória bonita, e que consola a muitos espíritos contemporâneos, mas é ficção. É de frisar que os diálogos de “Silêncio” não são apenas ficção, muitos deles são ficção improvável. Nenhum dos que com ele estavam na fossa foi libertado, e quase nenhum das centenas que se lhe seguiram quiseram ser poupados ou foram poupados. Os japoneses do século dezassete eram rijos, rijos na fé e na incredulidade, rijos na capacidade de sofrer e rijos na capacidade de infligir sofrimento. Seres muito diferentes dos leitores fofos e adocicados de Endo Shusaku na década sessenta, e dos cinéfilos de hoje.

Depois da apostasia Ferreira foi naturalizado japonês, foi-lhe atribuído o nome de um criminoso que tinha sido justiçado, Sawano Chuan, foi-lhe imposta como família a mulher e os filhos do condenado, e foi feito funcionário público. Nas suas novas funções Sawano Chuan participou como interrogador de cristãos que eram torturados, com o fim de obter denúncias de outros correligionários, e no processo ganhou má reputação entre os cristãos japoneses. Foram-lhe também encomendadas várias obras pelo governo, entre as quais um tratado anticristão, Kengiroku, e um tratado sobre a cosmologia ocidental, Kenkon Bensetsu, que tem como peculiaridade ser o primeiro tratado escrito em japonês em que se expõe a esfericidade da Terra, e em que se explica como se pode perceber que na realidade esta é de fato redonda, e que não se trata de apenas mais uma teoria que quem quiser pode aceitar se lhe apetecer.

Os personagens Sebastião Rodrigues e Francisco Garupe da estória são ficção, mas a estupefação de muitos jesuítas ao ouvirem da apostasia fez com que de fato alguns fizessem longas e arriscadas viagens para contactar Ferreira e chamá-lo à razão. O primeiro foi o padre Marcello Mastrilli (1603—1637), que partiu da longínqua Itália e em 1637 chegou ao Japão, onde foi imediatamente apanhado e posto na fossa sem chegar a se encontrar com Chuan ou com cristãos japoneses. Como ao fim de três dias ainda não tinha morrido, as autoridades impacientaram-se e decidiram acelerar o processo com a sua decapitação.

Outro foi o padre Pedro Kibe Kasui (1587—1639), que viajou clandestinamente do norte do Japão para se encontrar com Chuan. Também foi preso mas teve a sorte de ver a fruição do seu desejo de ser interrogado pelo apostata. Aproveitou-a para lhe implorar que regressasse ao Cristianismo, mesmo com o custo da vida. Não teve no entanto qualquer poder persuasivo no ex-jesuíta, foi posto na fossa e morreu. Foi beatificado em 2008.

Seguiu-se em 1643 um grupo composto pelos padres Giovanni Rubino (1578—1643), Alberto Mezchinski (1598—1643), Diego Morales (1604—1643), Francisco Marques (?—1643) e António Capace (1606-1643) a que se adicionaram três catequistas. Rubino, que tinha sido provincial jesuíta na India, partiu de Goa mas as autoridades em Macau não o deixaram rumar para o Japão. Teve então de ir para Manila, onde arranjou um junco para o seu grupo. Assim que puseram pé em Kagoshima foram presos antes de qualquer ensejo de contato com cristãos locais. Foram tratados com todas as cortesias da etiqueta japonesa para com os inimigos do Estado: começaram na laje e terminaram todos, literalmente, na fossa.

Finalmente, um último grupo, composto pelos padres Pedro Marques (1575—1657), Afonso de Arroyo (1592—1643), Giuseppe Chiara (1602—1683), Francesco Cassola (1603-1644), André Vieira (1611-1678) e cinco leigos, tentou também reconverter Chuan. Nenhum deles tinha sido discípulo de Ferreira, mas não há que duvidar da preocupação fraternal que nutriam pela sua vida espiritual. Foram apanhados em Oshima por um grupo de pescadores e enviados para Edo, onde foram processados. Ao contrário das suas expetativas não lograram convencer Chuan, antes foram convencidos por ele, se bem que com a ajuda do argumento esmagador da laje e outros instrumentos coadjuvantes. Depois de apostatarem também eles receberam um nome japonês, mulheres de ladrões decapitados e uma pensão vitalícia para seu sustento. No entanto, ao contrário de Chuan que gozava de alguma liberdade de movimentos em Nagasaki, estes foram confinados, até à morte, no Kirishitan Yashiki, uma prisão-quinta, em Edo, que os isolava de todo o mundo. Embora não tenham estado em contato com cristãos japoneses terão sido estes os missionários que serviram de inspiração para o Sebastião Rodrigues e Francisco Garupe de “Silêncio”.

Não há dúvida que a novela de Endo Shusaku é de uma beleza literária notável ao retratar a complexidade dos sentimentos de um cristão empenhado e convicto sob a pressão atroz dos sofrimentos próprios e daqueles que estima. E o mesmo se pode dizer do filme de Scorsese em que o encanto da paisagem e a beleza da banda sonora são acrescentados ao trama empolgante do drama. No entanto é lamentável que ambos tentem sub-repticiamente passar por realidade o que não passa de ficção usando uma técnica ardilosa: juntando a um personagem histórico de carne e osso duas figuras fantasiosas de padres que nunca existiram. O autor poderia ter escrito a mesma estória sem lá ter posto o personagem histórico Cristóvão Ferreira e a novela seria só novela; também poderia ter feito um relato fatual, com o personagem histórico Cristóvão Ferreira acompanhado de outros personagens históricos, como Chiara ou Cassola, e teria então escrito História. Mas escolheu misturar tudo.

Qualquer argumento em defesa da realidade histórica e contra a sua contaminação por fantasias será de difícil aceitação na idade do pokemon-go, da geringonça e de Donald Trump Presidente. Houve eras em que ficção era ficção e negócios eram negócios. Durante séculos filósofos acreditaram que o conhecimento da realidade era possível. Como consequência despendiam um esforço considerável em justificar que o conhecimento que propunham se adequava á realidade física, social e moral, e faziam-no com entusiasmo e otimismo. Hoje esse entusiasmo e otimismo desapareceram. Podemos até comparar a epistemologia da nossa civilização ao Sebastião Rodrigues do filme: otimista e produtiva enquanto manteve a fé; seca, cínica e dilacerada depois de apostatar."

José Miguel Pinto Santos,
Professor na AESE Business School

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Foi ontem o dia de (re)lembrar uma das memórias mais duras para nossa Europa

 
 

Contudo a dialética "tolerante" voltou!!!
Mas mais uma vez a "União Europeia" a ser muito pouco clara em prol de uma tolerância, tolerância a um regime criminosos, ainda estamos na fase pouco histórica que não-se-pode-falar-mal-do-marxismo-porque-aceitamos-os-comunistas-nas-nossas-escolas-ocidentais-como-uma-corrente-livre.
 
Leia de novo e com atenção ao post do Facebook do Parlamento Europeu (imagem a cima), é o dia de relembrar as vitimas de Stalinismo e do Nazismo, peço desculpas senhores comissários, é sim o dia de relembrar as vitimas do Marxismos e do Nazismo! Porquê ocultar o regime por detrás de Staline? Ou porque não dizem que é o dia de relembrar as vitimas do Hitlerinismo....
 
Se querem relembrar as vitimas, louvar as suas vidas com todo o respeito merecido e devido, sejam livres e não tolerantes com o mal.
 
Ontem foi o dia de relembrar a vitimas dos regimes mais monstruosos que a Europa teve no século XX: o Nazismo e o Comunismo.
Por isso ontem foi o dia de enchermos de coragem e de declaramos (novamente) luta ao despotismo e à injustiça, seja ela nacional socialista ou marxista, de esquerda ou de direita, vermelha ou amarela, sempre pela (verdadeira) liberdade, sem preconceitos económicos e falsas tolerâncias.
Acorda Europa e assume os teus erros do passado (e do presente!)
(*) a chamada de atenção a este post tolerante foi feita pelo meu professor de teoria politica




Ser honesto é aceitar e apontar o erro e a injustiça:

domingo, 17 de abril de 2016

Cooperatores veritatis | 89 anos


Neste dia 16 de Abril, o nosso Papa Emérito fez 89 anos.
Humilde: não viveu com a gloria do mundo, incrivelmente inteligente, o Papa Bento XVI soube conquistar os corações dos mais atentos, era pertinente e provocador, não se interessava em agradar pois era um verdadeiro amante da verdade. 
Um homem livre, como há poucos homens livres no mundo...
Eu só o tenho que agradecer, por aquilo que me ensinou e pela luz que foi na Igreja, mesmo - ou melhor até- sem ser reconhecido, agradeço também por ter trazido de volta a beleza, na arte, na musica e na liturgia (que tanta falta faz no mundo).

Wir gratulieren Papst Benedikt XVI

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Balanços 2015

(O balanço é feito à nossa moda, sem padrões, não se consultou sondagens nem interesses públicos, simplesmente fizemos um pequeno resumo de acordo com os nossos interesses <3
 a humanidade, a arte e a solidariedade.)
 
 
 
 
Curtas
A direita ganhou as eleições, mas a esquerda é que está a governar.
O Chocalho é património da humanidade.
Jorge Jesus foi para o Sporting.
Sporting ganhou contra o Benfica.
Os cidadãos portugueses adquiriram mais um banco.
O Cristiano Ronaldo é o melhor do mundo.
Costa Neves foi Ministro durante 1 semana.
A Base das Lajes vai deixar de vender candys e chocolates americanos, com a possibilidade de meter lojas chinesas.
Paris a cidade da liberté, egalité, fraternité uniu mais a União Europa.
 
Figura do Ano
(porque é o símbolo de todos os refugiados que morreram no mediterrâneo em 2015, porque é o símbolo das injustiças feitas na Síria e o símbolo do silêncio dos ocidentais. Que a sua morte não seja em vão.)
 
Associação do Ano
(Quem acompanha os filmes, os relatórios e os testemunhos da AIS não pode ficar indiferente ao seu trabalho. Antes de se tornar um tema mediático com consequências mais expressivas aos ocidentais, a AIS já tinha mostrado ao mundo o que se vivia na Síria e em todo o norte de África. Obrigada!)
 
Campanha do Ano
(Portugal unido pela arte, muita gente a dar pouco faz muito, cada milímetro da Adoração dos Magos vale o esforço. Porque é História, a nossa História.)
 
Palavra do Ano
Corrupção.
(da banca, do mercado, da bolsa, dos interesses públicos, dos valores cristãos europeus, da origem dos géneros, do belo, do bem e da verdade.
Não é minha intenção ser pessimista, o bom de perceber que corrompemos muito em 2015 é a possibilidade de fazer o certo no próximo ano)
 
Músicos/as do Ano
(Ups não consegui escolher só um)
 
Mumford & Sons voltaram este ano com o álbum Believe, não é o meu preferido deles, contudo assisti ao concerto no Optimus Alive'15 e foi TOP.
George Ezra, comercial eu sei, mas acho incrível que um miúdo de 22 anos tenha juntado tão bem o folk, o blues e o rock.
Vance Joy, porque foi surpreendentemente divertido e acompanhou-me em muitos trabalhos de secretária.
Ana Moura, pelo o dia de folga.
Eagles of Death Metal, porque criou uma geração de libertários.
 
Fotografias do Ano
(Porque é a minha terra e a minha terra é parte de mim.)
 
Cor do Ano
Verde.
(Não pela estética da moda, apesar de eu achar um clássico vestido veludo verde-marinho, mas pela estética da verdade, despertar para uma ecologia-humana).

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Barrigas para alugar? Não obrigada...

A gravidez é sem dúvida um periodo diferente, diferente porque pode ser especial, pode ser bonito, mas também pode ser horrendo, pode despertar o lado mais belo e emotivo da mulher, mas também o seu lado mais neurótico. A mulher pode sentir-se a mais bela de sempre, ou a mais feia à face da terra! Seja como for é um periodo potencial crítico, envolto numa miscelânia de emoções, desejos e pensamentos, ansiedades e frustrações, prontas a fazer manifestações constantes, umas mais pacíficas, outras mais animadas. Tudo isto culpa do nosso lado “psi”, claro!
O nosso psíquico é uma coisa extraordinária, foge ao nosso controle como diz o povo “como o diabo foge da cruz” e apresenta-nos uma série de partidas ao longo da vida, mas mais ainda, ao longo destes períodos potenciais críticos como é o caso da gravidez. Eu que o diga, que já passei por 4 e mesmo com os conhecimentos técnicos “todos” e prevendo uma série de situações, não consegui escapar ao terrível “psíquico e seus fantasmas”.
Ora felizmente ainda somos todos seres humanos, e por isso limitados pela nossa humanidade. Faz parte desta mesma uma incapacidade em controlar muitas emoções, muitos pensamentos, muitos desejos, medos, angustias e sentimentos e por isso mesmo é diferente alugarmos a nossa casa de férias, o nosso carro, ou alugarmos a nossa barriga. Não é possível do ponto de vista mental este ser um aluguer pacífico, não é possível de forma serena para os egos dos envolvidos já para não falar nos “super-egos” de cada um.
É urgente todos descermos à terra e constatar que não há mecanismos de defesa que resistam a tamanha trapalhada.
Outros países já nos mostraram os acontecimentos consequentes desta prática assustadora, mães que alugam a sua barriga e depois sentem o filho como seu e não querem dá-lo, bebés que desenvolvem alguma deficiência e depois não são aceites por quem os encomendou por não virem “perfeitinhos”, estes são dois dos muitos exemplos de casos dramáticos das barrigas de aluguer.
Não menos importante a ter em conta é a saúde mental de quem decide alugar uma barriga, se há esta decisão há certamente uma incapacidade em ter filhos, um caso de infertilidade ou algo semelhante. Do ponto de vista psicológico é muito diferente não querer ter filhos, ou não poder ter filhos e mais uma vez fantasmas psíquicos vêem sem se esperar ter com quem, normalmente, já se encontra em grande sofrimento interno. Não é por se desejar muito ter um filho, que se aceita e ama pacificamente um que cresceu numa barriga de alguém que se contratou. Estes são processos muito complicados do ponto de vista psicológico e que têm muito de involuntário. Sem querer e sem esperar, quem decide alugar uma barriga, vai confrontar-se com pensamentos, frustrações, sentimentos e afins que não esperava.
Resta-me por último, mas não menos importante, referir o mais indefeso em todo o processo, no meio de tudo isto há um bebé, um novo ser que não pediu para nascer, que durante 9 meses convive com uma voz, partilha um espaço, sente muitas das sensações e emoções de alguém que vai simplesmente desaparecer naquele momento em que ele tanto precisa de ser amado e cuidado.

domingo, 22 de janeiro de 2012

Frase do dia: Esta define bem o nosso blog

Outro dia estive a (re)ler a República e encontrei isto, lembrei-me do inHEart, acho que Platão à 2350 anos atrás definiu o nosso lema:
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"O belo é o esplendor da Verdade" 
Platão  in República