"Todos os anos também, na mesma época das férias da Páscoa, milhares de jovens europeus aproveitam para ir a outros países, visitar museus e participar em actividades culturais. Muitas centenas de estudantes liceais espanhóis fazem, há já vários anos, o percurso inverso ao dos finalistas portugueses e rumam em direcção a Fátima, onde passam a semana santa. São alunos de colégios católicos, que dedicam o seu tempo livre a actividades de formação cristã e de solidariedade social, com alguns colegas portugueses, nomeadamente no centro de deficientes profundos da União das Misericórdias Portuguesa. Para além das actividades de natureza religiosa, a cargo dos capelães dos seus colégios, também realizam trabalhos de índole cultural e desportiva: por uma estranha mutação genética, as suas hormonas não os levam a atirar com televisões para banheiras, mas a ajudar os outros, sobretudo os mais necessitados. Se não fossem alunos de colégios privados, que contam com a assistência espiritual de padres da prelatura do Opus Dei, decerto que seriam notícia. Se houvesse mais hormonas, álcool e drogas, a cobertura mediática estaria decerto garantida."
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quinta-feira, 27 de abril de 2017
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017
Silêncio de Martin Scorsese (IV)
Parece que hoje vou finalmente ver o filme de Martin Scorsese, o Silêncio, depois de muito barulho. Também foi hoje. que o Padre Gonçalo Portocarrero escreveu a sua crónica acerca do filme, e, como sempre, brilhante, histórico, incisivo, directo, um pouco ao estilo tomista, o Padre Gonçalo faz um retrato do que é essencial e do que é verdadeiramente fé (indissolúvel do Amor de Deus).
Os sete pecados capitais do romance de Shusaku Endo e do filme de Martin Scorcese, segundo a doutrina e a moral católicas, pecados que decorrem de contradições com princípios básicos da fé cristã.
O filme ‘Silêncio’ tem certamente muitas qualidades cinematográficas, mas também tem, pelo menos, sete pecados capitais. Não os clássicos, mas os que decorrem das contradições entre o seu argumento e alguns princípios básicos da fé cristã e da moral católica.
O argumento do filme, inspirado no homónimo romance de Shusaku Endo, poder-se-ia resumir numa frase: por caridade, seria justificável a apostasia, ou seja, a rejeição da fé. Nalguns casos, o martírio, que é a vitória da fé, deveria ceder ante o imperativo da caridade: não seria virtuosa a morte que arrastasse consigo a vida de seres inocentes. Num contexto de uma eventual perseguição, poderia ser até meritória a apostasia, como expressão de um amor desinteressado, porque o mártir poderia ser, em última análise, um orgulhoso que, para garantir a sua própria glória, permitiria a tortura e morte de fiéis inocentes. Pelo contrário, o cristão autêntico seria o que, por amor aos outros – não é a caridade a principal virtude cristã?! – se disporia até a renegar a sua fé, mesmo sabendo que, desse modo, pecaria gravemente e, portanto, comprometeria a sua salvação.
Este é, grosso modo, o argumento de ‘Silêncio’, o romance de Shasaku Endo que Martin Scorcese realizou como filme. Mas, esta tese é aceitável segundo os ensinamentos da fé cristã e da moral católica? Não parece, à conta dos sete pecados capitais deste ensurdecedor ‘Silêncio …
1. O primeiro pecado capital de ‘Silêncio’ é, precisamente, a contradição que estabelece entre a fé e a caridade cristã, insinuando que, nalgum caso, pudesse ser necessário negar a fé para salvaguardar a caridade, ou seja, apostatar por amor. Uma tal suposição contraria a noção de martírio cristão, que não é, como se pretende fazer crer, um acto de orgulhosa afirmação pessoal, mas um acto supremo de caridade cristã: “ninguém tem maior amor do que quem dá a vida pelos seus amigos” (Jo 15, 13). São Paulo ensina que a morte mais cruel, sofrida pela fé, mas sem amor, não só não é martírio como não teria, em termos cristãos, nenhum valor: “ainda que eu (…) entregue o meu corpo para ser queimado, se não tiver amor, de nada me aproveita” (1Cor 13, 3). O mártir não antepõe a sua salvação e glória eterna ao bem dos outros mas, imitando Cristo, oferece a sua vida pelos seus irmãos e pelo bem das suas almas. Mesmo sendo, em termos humanos, inglória a morte do mártir, a Igreja sempre considerou que o martírio nunca é um acto egoísta, nem em vão, porque o sangue dos mártires é sementeira de novos cristãos.
Note-se que, antes de Cristo, o povo judeu já tinha esta convicção: a mãe dos sete irmãos macabeus exorta-os a permanecerem fiéis até à morte, pois seria desonrosa a sua apostasia, não só para eles, mas também para a sua família e para todo o povo de Deus. Quando as autoridades pedem à piedosa mãe que, pelo menos, evite a morte do último filho que lhe resta, aquela santa mãe que, “cheia de nobres sentimentos, juntava uma coragem varonil à ternura de mulher” (2Mac 7, 21), anima-o a permanecer fiel até à morte: “Não temas, portanto, este carrasco, mas sê digno dos teus irmãos e aceita a morte, para que, no dia da misericórdia, eu te encontre no meio deles” (2Mac 7, 29). A sua cedência seria sempre, mesmo naquele contexto tão doloroso, uma ignominiosa traição e, ao invés, a sua fidelidade até à morte, a melhor expressão da sua caridade, também para com os seus irmãos e a sua mãe, que por isso o anima a abraçar o martírio.
2. O segundo pecado capital de ‘Silêncio’ é a suposição de que um acto, em si mesmo mau, poderia não sê-lo num determinado contexto. Ou seja, mentir ou apostatar seriam justificáveis em legítima defesa, ante uma agressão injusta e brutal. É nesta contradição que radica o relativismo do argumento porque, segundo a moral cristã, uma acção intrinsecamente má não pode deixar de o ser, mesmo se for um meio para alcançar um bem maior. Não se pode matar um ser humano inocente, nem apostatar, mesmo que seja para salvar outras vidas.
3. O terceiro pecado capital radica na suposta independência entre os actos de um sujeito e a sua fé, ou seja, um crente poderia externamente apostatar, sem contudo negar a fé no seu interior. Mas não se pode restringir a afirmação da fé a uma mera atitude interior, porque é pelas obras que se conhece a verdadeira fé.
A cena final deste filme sugere, com efeito, que a apostasia poderia, na realidade, não ter afectado a verdadeira fé do apóstata, porque este, embora exteriormente tivesse publicamente repudiado a sua condição cristã, no seu íntimo continuaria a ser católico, mesmo vivendo em aberta contradição com a sua fé. Mas, seria cristã uma tal contradição entre as obras exteriores e as convicções íntimas?!
É óbvio que essa duplicidade, se consciente e voluntária, não é compatível com a fé cristã que, mais do que acreditar numas determinadas verdades, exige uma vivência de acordo com esses princípios, que o são precisamente porque têm correspondência com a prática. Portanto, não é católico quem diz que o é, mas quem procura viver como tal. Em caso de contradição entre a fé e as obras, é pelas obras que se há-de conhecer a fé e não o contrário: “de que aproveita, irmãos, que alguém diga que tem fé, se não tiver obras de fé? Acaso essa fé poderá salvá-lo? (…). Assim também a fé: se ela não tiver obras, está completamente morta. Mais ainda: poderá alguém alegar sensatamente: Tu tens a fé, e eu tenho as obras, mostra-me então a tua fé sem obras, que eu, pelas minhas obras, te mostrarei a minha fé. Tu crês que há um só Deus? Fazes bem. Também o crêem os demónios, mas enchem-se de terror. (…) Assim como o corpo sem alma está morto, assim também a fé sem obras está morta” (Tg 2, 14. 18-19. 26).
4. O quarto pecado capital tem que ver com o silêncio propriamente dito, que serve de título ao romance e ao filme correspondente. Na realidade, é quase blasfema a afirmação de que Deus se mantém silencioso quando os padres Ferreira e Rodrigues se enfrentam com um doloroso dilema, porque eles sabem muito bem qual a resposta de Deus a essa sua dúvida. Com efeito, Deus fala pela Sagrada Escritura, Deus fala pela sagrada tradição, Deus fala pelo magistério da sua Igreja, Deus fala pela oração, Deus fala pela obediência do religioso ao seu superior, Deus fala ainda pela voz da recta consciência. Mais do que silêncio de Deus, haveria que falar da surdez dos homens que não querem ouvir a sua voz, ou da sua fraqueza para cumprirem os seus mandatos.
Imputar, a um hipotético silêncio divino, a culpa pela apostasia do missionário é tão absurdo como seria despropositado que um assassino se desculpasse do crime que realizou, dizendo que não ouviu nenhuma voz do alto proibindo-o de matar …
5. O quinto pecado capital de ‘Silêncio’ é a sua tentativa de apresentar a religião católica como um produto ocidental que se opõe à tradição e cultura nipónica, como se os missionários, com o pretexto de evangelizar, no fundo fossem colonizadores, ou agentes de um certo imperialismo cultural. Neste sentido, a reacção das autoridades japonesas seria, em primeiro lugar, patriótica e, neste sentido, pelo menos compreensível, se não mesmo louvável.
Ora o Cristianismo não pertence, em regime de exclusividade, a nenhuma cultura ou tradição mas, como verdade que é, faz parte do património universal da humanidade. Seria absurdo considerar que a evangelização da Europa foi, na realidade, uma acção colonialista oriental, só porque os cultos pagãos europeus foram substituídos pela crença judaico-cristã, de origem asiática. Toda a verdade, nomeadamente a fé cristã, não é de nenhum povo em particular mas, como a ciência, é património de toda a humanidade: é por isso que a Igreja é católica, ou seja, universal.
Em cada país, a fé cristã adapta-se perfeitamente aos usos e costumes locais, desde que sejam moralmente lícitos. Diga-se de passagem que nesse processo, nem sempre fácil, de inculturação da fé, os jesuítas realizaram um trabalho admirável, nomeadamente no Extremo Oriente.
6. O sexto pecado capital de ‘Silêncio’ é o que decorre da metodologia adoptada para o tratamento cinematográfico, mesmo que ficcionado, de uma determinada realidade histórica. Com efeito, a dificílima evangelização do Japão é uma das páginas mais heroicas da história da Igreja Católica e da Companhia de Jesus: ao referi-la pela perspectiva da apostasia de uns poucos, ofende-se a memória dos muitos que foram verdadeiros heróis. A apostasia de alguns foi a excepção à regra do martírio de tantos: recordem-se, por exemplo, São Paulo Miki e os seus companheiros mártires.
É verdade que o Padre Cristóvão Ferreira apostatou e não foi o único, mas contar a evangelização do Japão por esse prisma é tão incongruente como seria injusto expor a acção heroica dos 40 conjurados que restauraram a independência nacional, em 1640, pelo prisma do traidor Miguel de Vasconcelos …
7. O sétimo pecado capital de ‘Silêncio’ é confundir apostasia com apóstatas, transferindo o perdão e compreensão de que os apóstatas, como quaisquer outros pecadores, carecem, para a própria apostasia, que é deste jeito moralmente justificada. Ora a Igreja sempre ensinou a amar os pecadores e a detestar o pecado, de modo semelhante a como o médico luta contra a doença, mas acolhe e protege os doentes. A tolerância é para o pecador, não para o pecado e, mesmo aquele, só pode ser perdoado e acolhido de novo se verdadeiramente arrependido.
A Igreja sempre venerou os mártires, mas nunca os confundiu com os apóstatas, que também nunca excluiu, muito embora requeresse, para o seu perdão e readmissão na comunhão eclesial, o seu arrependimento e penitência, que devia ser pública quando a apostasia também o era. Assim aconteceu com os primeiros cristãos que fraquejaram ante as perseguições romanas, os lapsi, sobre os quais S. Cipriano de Cartago escreveu um tratado.
Ao contrário dos muçulmanos, que ainda hoje aplicam a pena capital aos renegados, a Igreja Católica, sem nunca legitimar a apostasia, sempre perdoou e acolheu de novo os apóstatas arrependidos. Simão Pedro negou por três vezes o Mestre, chorou amargamente o seu pecado, de que o Senhor o perdoou e depois foi mártir e o primeiro papa da Igreja Católica! Porque Deus é amor, perdoa sempre o pecador arrependido, não uma vez, nem três ou sete, mas, como em ‘Silêncio’ se mostra de forma tão comovente, setenta vezes sete! (cf. Mt 18, 22).
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São Paulo Miki |
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quinta-feira, 15 de dezembro de 2016
D. Javier Echevarria: Surf, só à terça-feira!
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a carta de um filho espiritual ao seu Padre
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Para Deus não há acasos e, por isso, foi providencial que o prelado do Opus Dei, D. Xavier Echevarria, falecesse ontem, dia de Nossa Senhora de Guadalupe, aos 84 anos, em Roma.
São Josemaria Escrivá de Balaguer, fundador do Opus Dei, era muito devoto da Santíssima Trindade, as três pessoas que há no único Deus – Pai, Filho e Espírito Santo – mas também de uma outra muito santa trindade, formada pela Sagrada Família de Nazaré: Jesus, o próprio Filho de Deus encarnado, sua mãe Maria e o seu marido, José.
São Josemaria, de certo modo, também veio a constituir, com os seus dois imediatos sucessores, uma certa ‘trindade’ mas, como é óbvio, sem qualquer pretensão a qualquer analogia com as referidas trindades! Com efeito, mais não era do que um trio, ou uma tróica, composta por S. Josemaria, por D. Álvaro del Portillo, que viria a ser o primeiro prelado do Opus Dei, e por D. Xavier Echevarria, nessa altura mero sacerdote e secretário do fundador: ambos, com efeito, costumavam acompanhá-lo sempre. Depois da morte de Escrivá e da eleição do seu sucessor, em 1975, Echevarria passou a ser secretário-geral do Opus Dei e, em 1982, vigário-geral da prelatura, até à sua própria eleição e nomeação como prelado, após o súbito falecimento, em 1994, de D. Álvaro del Portillo, entretanto beatificado pelo Papa Francisco. Foi ainda o Papa São João Paulo II quem, em 1995, elevou D. Xavier ao episcopado, como tinha feito já com o seu antecessor, por ser canonicamente congruente com o seu múnus prelatício.
Para Deus não há acasos e, por isso, foi providencial que D. Xavier Echevarria, de 84 anos, viesse a falecer no dia em que liturgicamente se celebra a festa de Nossa Senhora de Guadalupe. São Josemaria, em 1970, durante uma viagem pastoral ao México, ao contemplar um quadro da aparição de Maria ao índio Juan Diego, comentou: “Assim quereria eu morrer: olhando para Nossa Senhora e que ela me desse uma flor”. Depois de um breve momento de silenciosa oração, concluiu: “Sim, gostaria de morrer diante deste quadro, com Nossa Senhora a dar-me uma rosa”. E assim morreu, de facto, no dia 26 de Junho de 1975, em Roma, pelo meio-dia, hora particularmente mariana: ao entrar no seu quarto de trabalho, olhou para a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe e caiu, fulminado, ao chão, para expirar pouco depois.
Chamados a Roma os eleitores, em representação de todos os fiéis do Opus Dei, votaram unanimemente naquele que tinha sido o mais directo colaborador do santo fundador. Álvaro del Portillo tinha também participado intensamente nos trabalhos do Concílio Vaticano II, nomeadamente como secretário da comissão que redigiu o decreto relativo à missão e vida sacerdotal. Como sucessor de Escrivá, coube-lhe a difícil missão de levar a bom termo o processo de reconhecimento canónico do Opus Dei como prelatura pessoal, solução jurídica já prevista e desejada por Escrivá mas que só com Portillo foi possível implementar. Sob o seu impulso e com a bênção de S. João Paulo II, fundou a Universidade Pontifícia da Santa Cruz, na cidade eterna, e promoveu o trabalho pastoral e social do Opus Dei em muitos países.
Poucas horas depois da sua chegada a Roma, de regresso de uma breve viagem à Terra Santa, D. Álvaro del Portillo faleceu no dia 23 de Março de 1994. São João Paulo II, de quem era muito amigo, fez questão de ir pessoalmente, nesse mesmo dia, à cúria prelatícia, para rezar diante dos seus restos mortais. Por segunda vez na história desta obra de Deus, foi despoletado o processo eleitoral previsto no direito próprio da prelatura, de que resultou a eleição do então vigário-geral, Mons. Xavier Echevarria. São João Paulo II confirmou a eleição nomeando-o, no próprio dia 20 de Abril de 1994, prelado do Opus Dei e ordenando-o, pouco depois, bispo.
D. Xavier Echevarria, não obstante o apelido basco, era madrileno, mas viveu praticamente toda a sua vida em Roma, com S. Josemaria Escrivá e o Beato Álvaro del Portillo. Era proverbial a sua boa disposição, a sua humildade e a sua simplicidade: raramente, mesmo já sendo prelado e bispo, trajava de outra forma que não fosse uma simples batina preta, como qualquer padre, sem outro distintivo do que a cruz peitoral e um muito discreto e simples anel episcopal. Era tratado por padre por todos os fiéis da prelatura, dispensando outras fórmulas mais cerimoniosas mas menos familiares. Numa ocasião em que padeceu uma grave insuficiência cardíaca, disse a D. Álvaro que era chegada a hora de o substituir, como vigário-geral, por alguém mais válido, numa atitude de grande desprendimento e humildade.
Numa das suas últimas vindas a Portugal, tive ocasião de jantar com ele e, depois, participar numa muito amena reunião familiar. Sabendo do seu bom humor, enquanto lhe oferecia uma pagela com uma oração que compus para os surfistas, perguntei-lhe se praticava esse desporto, tão popular entre os jovens. Já octogenário, riu-se do meu atrevimento, ao mesmo tempo que me respondeu: Surf, só à terça-feira!
Já neste ano recebi uma sua carta pessoal, muito carinhosa, a propósito de uma minha doença e consequente internamento hospitalar. Sempre que morria algum dos mais velhos fiéis da prelatura, fazia também questão de escrever uma carta para as pessoas da Obra nesse país, consolando-as no seu luto. Todos os meses, também neste último do ano que foi também o último da sua vida, mandava uma carta-circular, não só para as pessoas do Opus Dei mas também para os cooperadores e amigos, em que nunca faltava alguma citação do magistério recente do Santo Padre, nem o pedido de orações pelo Papa Francisco, por toda a Igreja, pela Obra e, em especial, pelos mais necessitados.
Os primeiros cristãos chamavam dia de natal à data da morte, porque é o momento do nascimento para a vida eterna. Muito embora, humanamente, esta hora seja de tristeza e saudade, espiritualmente é de grande felicidade, na filial esperança de que aquela tão humana, feliz e santa ‘trindade’ – S. Josemaria, o Beato Álvaro e D. Xavier – já se tenha reencontrado junto da trindade da terra – Jesus, Maria e José – e da Santíssima Trindade. Laus Deo!
Padre Gonçalo Portocarerro, Observador
terça-feira, 26 de julho de 2016
Hoje
26 de Julho dia de Sant'Ana e São Joaquim
Ontem tentei ir à Missa, porque sim, um dia perguntaram-me se eu era obrigada ir à Missa, eu só respondi: "Alguma vez estiveste apaixonado?", não sei se ele entendeu a resposta, mas é isso... uma questão de amor. Quando ontem cheguei à porta da igreja reparei que estava fechada, não é comum, talvez o sacerdote esteja de férias, nunca entendi este tipo de férias dos padres, os pais de família não costumam tirar férias, não deixam de alimentar os seus filhos porque é verão.
Hoje de manhã acordo com a notícia que Jacques Hamel, um sacerdote francês de 86 anos, foi degolado enquanto celebrava a Santa Missa na sua calma paróquia, numa clama aldeia da Normandia. Um mártir na Europa ocidental em pleno século XXI, um acontecimento terrível, mas com muita profundidade sobrenatural, eles nunca irão entender.
Numa Igreja, lugar de paz, na casa de Deus, enquanto se celebrava a maior entrega de todas, a renovação da Paixão, onde se fala que só com o amor se vence o odio. O Padre Jacques foi morte e a sua comunidade feita refém, porque foram fieis, porque ele foi um pastor, porque celebrava a Santa Missa... (dá que pensar).
As nossas armas são maiores que as deles, as nossas palavras são mais verdadeiras que as deles, o nosso amor é muito superior ao odio deles: bastava sermos coerentes e fieis!
Alguma vez estiveste apaixonado?
Ainda esta semana um padre da mesma Igreja Católica escrevia aos terrorista: "Não terão o meu ódio!"
Hoje lembro-me especialmente dos meus amigos que tinham - humanamente - uma carreira profissional promissora pela frente e trocaram tudo isso pelo seminário.
Hoje lembro-me de uma grande amiga que está em Paris e, que apesar do medo constante, vai todos os dias à Santa Missa.
Hoje agradeço o exemplo de um director espiritual que fica horas e horas fechado num confessionário.
Hoje alegro-me por aqueles sacerdotes que não tiram férias e celebram a Missa todos os dias.
Hoje lembrei-me de um padre das ilhas, que anda vestido de padre, e numa capital europeia foi cuspido, enquanto ia pela rua.
Hoje vi muitos dos meus ali, com o Padre Jacques Hamel e com os seus fieis, que no dia 26 de Julho foram simplesmente à Santa Missa.
Hoje também é dia do ano da Misericórdia, que coisa estranha esta a Misericórdia.
Hoje também é dia do ano da Misericórdia, que coisa estranha esta a Misericórdia.
Hoje também começam as Jornadas Mundiais da Juventude, em Cracóvia, o maior encontro com o Papa, sei, por experiência própria, que serão dias intensos, de muitos frutos e este ano ainda mais, porque como um escritor clássico dizia, descrevendo o martírio dos Cristãos no Império Romano: "O sangue de mártires é semente de Cristãos"
PS.: desculpa Padre Jacques naquela noite, da véspera da tua partida, deitei-me cedo demais, adormeci e nem acabei a minha oração, a que devia ter feito, a que queria ter feito, talvez tenha sido por culpa da minha tibieza.
PS.: desculpa Padre Jacques naquela noite, da véspera da tua partida, deitei-me cedo demais, adormeci e nem acabei a minha oração, a que devia ter feito, a que queria ter feito, talvez tenha sido por culpa da minha tibieza.
«Possamos nós nestes momentos ouvir o convite de Deus a tomar cuidado deste mundo, a fazer dele, onde vivemos, um mundo mais caloroso, mais humano, mais fraterno.»
Padre Jacques Hamel
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quarta-feira, 15 de junho de 2016
segunda-feira, 13 de junho de 2016
Há vida para além da barriga da mãe
A incrível história do Lourenço, o bebé milagre veio trazer a Portugal [e ao mundo] alegria, esperança e maior confiança no progresso cientifico.
Quando Lourenço olhar para a sua história vai perceber que teve uma mãe corajosa, lutadora que até depois de morrer deu tudo pela vida do seu filho - afinal de contas as mães são assim, zelosas pelas suas crias.
"Os médicos choraram quando o bebé nasceu", a vida emociona, é a emoção da vitória perante a morte, "Esta mulher foi uma incubadora viva que doou o corpo ao seu filho”.
Uma vitória da vida, da ética e uma derrota das mentes obscurantistas:
segunda-feira, 9 de maio de 2016
segunda-feira, 7 de março de 2016
Ainda sobre os Óscares 2016 #2
Sou fã do cinema, tento sempre assistir em directo à entrega dos prémios mais badalados da 7ºarte, mesmo sabendo dos lobbys e das influências ideológicas, como por exemplo os filmes premiados são por natureza os mais comerciais. Mas gosto do ambiente, gosto de estar acompanhada, com pipocas e cerveja e muitas amigas, pela noite adentro a ver quem será o vencedor, gosto daquela espera: "And the winner is....." e gosto de torcer pelos meus preferidos.
Este ano não consegui acompanhar a cerimonia, o cansaço de uma viagem dominou a minha vontade - será que já são consequências dos 30's? Nãoooooo
Mesmo sem directo, no outro dia logo de manhã, não me contive a fazer zapping, para perceber se o Leonardo tinha ganho o Óscar ou não...
Mas a surpresa foi o melhor filme, Spotlight, um filme que fala sobre a investigação jornalística nos casos de pedofilia na Igreja dos EUA - penso que ganho o Óscar pela história em si, por ser uma ode à liberdade de expressão e ao trabalho dos jornalistas de investigação (espécie em vias de extinção). É um filme ligeiro e passageiro, daqui uns messes ninguém o vai recordar, não é brilhante, é extremamente comercial, mas mesmo assim não o posso deixar de comentar pelo facto do tema do filme ser um tema muito caro.
Não escondo o nojo que sinto por meia dúzia de padres, influenciados pela cultura nos anos 60, terem manchado tanto a fé de milhões, o que eles fizeram foi de uma dor incalculável para toda a Igreja.
Não escondo a repulsa por estes actos hedónicos, nem a tristeza de ver o sofrimento de muitos amigos sacerdotes, homens verdadeiramente bons que lutam pela sua santidade, terem sido traídos pelos seus irmãos.
Apesar de ser um motivo para reavivar a memoria e incentivar a luta contra estes crimes, fico com pena que o filme não tenha sido explicito no esforço que a Igreja fez quando descobriu os casos de pedofilia e percebeu que foram encobertos por membros do clero, esforço esse que esteve muito presente no magistério do Papa João Paulo II e como Bento XVI foi implacável: "Quase 400 padres foram reduzidos ao estado laical pelo Papa Bento XVI em 2011 e 2012 (...) É um dado que choca e que mostra como a legislação canónica introduzida em 2010 por Bento XVI é apertada e rigorosa (...) Na entrevista durante o voo para Lisboa, em Maio de 2010, o Papa Ratzinger afirma: "A maior perseguição da Igreja não vem dos inimigos de fora, mas nasce do pecado da Igreja e a Igreja tem a profunda necessidade de reaprender a penitência, de aceitar a purificação, de aprender, por um lado, o perdão e, por outro, a necessidade de justiça. O perdão não substituiu a justiça." (...)".
Assim sendo, sem disfarces, nem ocultismos deixo aqui 3 bons comentários a Spotlight:
1 (quase) Jornalista; 1 Padre e 1 Blogger:
"(...) E o que fez ele? Começou pelo básico indispensável. Reconheceu a culpa e pediu perdão. Condição necessária, mas não suficiente, para enfrentar a tragédia. A seguir, ouviu as vítimas e investigou os Padres. Vendeu património para pagar indemnizações às vítimas e desenvolveu talvez o maior programa de prevenção destes crimes alguma vez levado a cabo por uma instituição não-estatal. Mas mesmo isso não era suficiente.
Era preciso mais, muito mais. Não só em Boston, como em todas as dioceses americanas, foi preciso enfrentar o problema de frente para que, como na música de Johnny Cash, as palavras de São Lucas nos recordem que “what’s done in the dark shall be brought to the light”. A conferência episcopal dos Estados Unidos encomendou uma enorme investigação independente que custou alguns milhões de dólares.
Os resultados foram arrasadores, mas investigar era a palavra de ordem tanto nos media como na Igreja. Tolerância zero para os criminosos, “background checks” obrigatórios para todos os que lidassem com menores, restrições no acesso aos seminários e processos canónicos sérios que corriam em paralelo com os processos civis e criminais. Gastaram-se mais de 3 mil milhões de dólares em indemnizações às vítimas e várias dioceses foram à falência. Mas ainda assim era preciso fazer mais.
João Paulo II foi pioneiro de reformas canónicas, sob o impulso do então cardeal Ratzinger, mas a mudança acelera drasticamente no pontificado de Bento XVI. Todos os processos diocesanos passam a ser obrigatoriamente comunicados e investigados pelo Vaticano para evitar que algumas dioceses escondessem o problema. Dos 3.400 processos que repentinamente chegaram a Roma, entre 2004 e 2011, 847 padres foram laicizados e 2.572 suspensos de funções.
O Papa Francisco aumenta ainda mais a pressão. Sean O’Malley, já cardeal de Boston, passa a liderar uma comissão constituída não só por especialistas, mas também por vítimas, a fim de propor reformas para serem implementadas em toda a Igreja. Só nos Estados Unidos, três bispos foram demitidos por más práticas em lidar com estes casos.
Será isto suficiente? Ainda não. Apesar de já haver um enorme decréscimo de casos em países como os Estados Unidos ou a Irlanda, em resultado das medidas drásticas adoptadas, todos os anos ainda se descobrem casos novos um pouco por todo o mundo.
Nada do que se possa fazer alguma vez compensará o que antes se deveria ter feito para se impedir um só destes crimes, mas, ainda assim, temos pelo menos que tentar.
Temos de pedir desculpa, temos de ouvir, e temos de falar sem medo para depois se denunciar estes crimes junto das autoridades civis e eclesiásticas. Só assim se combate este flagelo: com a coragem de pôr a vida dos inocentes à frente da reputação da própria Igreja, em linha com as palavras do Papa, “Eu prometo que seguiremos o caminho da verdade onde quer que ele nos leve. Padres e bispos terão de prestar contas quando abusarem ou falharem no proteger as crianças”. (PARA LER TUDO: AQUI)
Padre Gonçalo Portocarrero, Dois Óscares para quebrar um silêncio ensurdecedor
"(...) Neste sentido, em boa hora o Vaticano, precisamente para que nenhum fiel caia na tentação de esgrimir o tópico da perseguição religiosa contra o filme agora premiado, fez questão de declarar que Spotlight não é, nem pode ser interpretado, como anticatólico.
Outro tanto, aliás, já tinha sido feito pela própria arquidiocese de Boston, num comunicado que, com grande humildade, reconhece a objectividade do filme, ao retratar a pretérita realidade daquela diocese, entretanto totalmente reformada pelo seu novo pastor, o cardeal Sean O´Malley, que, para indemnizar as vítimas daqueles abusos, vendeu a sede do arcebispado e desfez-se de todo o seu património. Não em vão foi escolhido pelo Papa para presidir à comissão eclesial que, a nível mundial, tem a seu cargo a protecção das vítimas dos casos de pedofilia que envolvam clérigos católicos, bem como a responsabilização destes últimos. (...)" (PARA LER TUDO: AQUI)
Para mim um dos melhores artigos sobre o tema
Do blogger Espanhol , El foco y las sombras
Hay buen y mal periodismo, como hay buen y mal cine. Los Oscar han premiado Spotlight, un sólido film sobre la investigación periodística del Boston Globe, que denunció el encubrimiento de los abusos sexuales a menores cometidos por sacerdotes en la diócesis de Boston. Simultáneamente, los “anti-Oscar”, los premios Razzie, dedicados a ensalzar lo peor del año, han dedicado casi todos sus premios a 50 sombras de Grey. Ojalá Spotlight supere la taquilla de 50 sombras de Grey, que ha amasado 457 millones de euros, pero mi instinto me dice que no va a ser así.
También en el periodismo, el rigor y la objetividad no es lo que más vende, y, por desgracia, no es siempre lo que más influye. El Boston Globe prestó un buen servicio a la verdad y también a la Iglesia al rastrear los casos de abusos y denunciar el encubrimiento y mala gestión de la jerarquía, más preocupada de proteger el buen nombre de la institución que de atender a las víctimas y de hacer limpieza en sus filas.
Como periodista me satisface que una investigación concienzuda como la del diario de Boston, que en su día mereció el premio Pulitzer, sea celebrada. Pero, también como profesional, pienso que buena parte de lo que luego se convirtió en un diluvio informativo sobre el tema no está ni de lejos a la altura de los reportajes del Boston Globe. Es llamativo que una cobertura periodística tan amplia como la que ha tenido el tema, haya dejado impresiones tan confusas e inexactas en la opinión pública. Señalo algunas.
En primer lugar, la extensión del fenómeno. Es verdad que, después de la denuncia en EE.UU., saltaron a la opinión pública los casos ocurridos en otras Iglesias en Europa., sobre todo en Irlanda y Holanda. Pero, a base de generalizaciones, no pocos han transmitido la impresión de que el clero católico estaba infestado de depredadores sexuales. Sin embargo, por ceñirnos al país más afectado, EE.UU., el balance estadístico más preciso realizado por el John Jay College of Criminal Justice encontró que en el periodo 1950-2002, las denuncias afectaron al 4% de los sacerdotes activos, y que una minoría aun más pequeña (149 sacerdotes) acumulaba más de un cuarto de las denuncias (27%). Y en otros países, la proporción ha sido mucho menor. Esa minoría produjo un daño que habría que haber atajado y que ha perjudicado la credibilidad de la Iglesia y el buen nombre de la gran mayoría de sacerdotes sanos. ¿Ha sabido presentarlo así la mayor parte de la prensa?
La compresión del fenómeno ha quedado empañada muchas veces por el olvido del contexto histórico en que se produjeron los hechos, que en muchos casos se remontan a hace varias décadas. Hoy nos parece evidente que la “tolerancia cero” es la única política posible. Pero en los años setenta y ochenta, cuando se alcanzó el punto álgido de los escándalos, el clima era muy distinto. En plena revolución sexual, se trataba de liquidar los viejos tabúes. En el caso de los menores, las organizaciones homosexuales pedían la rebaja de la edad de consentimiento sexual. Parte de los Verdes alemanes y un partido específico en Holanda apoyaban la legalización de la pedofilia, contra “la hipocresía sexual burguesa”. Si algo se reprochaba a la Iglesia es que no relajara más las normas de comportamiento sexual y mucha prensa jaleaba a los clérigos que se mostraban más “liberales”. Lo curioso es que la erotizada cultura mediática reprocha ahora a la Iglesia el haber sido demasiado tolerante con una conducta sexual licenciosa. Quizá no vendría mal que los medios de hoy consultaran su propia hemeroteca para recordar lo que defendían en aquellos años.
La Iglesia y los otros
Por otra parte, el tratamiento periodístico y la continuidad en la información no han sido los mismos cuando han afectado a la Iglesia católica o a otras instituciones. En no pocos casos se ha dado la impresión de que los abusos sexuales a menores eran un problema específico del clero católico. En realidad, informes como los de Philip Jenkins, no católico, autor de Pedophiles and Priests, muestran que el problema de los abusos no es más grave en la Iglesia católica que en otros ámbitos. Para Jenkins, todo esto provoca que “la opinión pública se haya familiarizado con la figura del ‘cura pederasta’, mientras que los abusadores de otros ámbitos pasan desapercibidos (…) o son vistos como malhechores aislados”. Si preocupa la protección de los niños, hay que investigar y denunciar también los casos que se producen en el entorno familiar, en los círculos deportivos, en asociaciones juveniles, en escuelas laicas. Pero en el banquillo mediático de los acusados parece que ha habido poco sitio para estos otros responsables.
También se distorsiona la realidad cuando el encubrimiento de casos de este tipo se presenta como una práctica que solo se dio en la Iglesia católica. Cuando se han ido desatando las lenguas, se ha visto que la reacción en otras instituciones fue similar: como en la BBC con el caso Jimmy Savile, en la ONU frente a los abusos de cascos azules en África, o en equipos deportivos de universidades americanas
El legítimo afán de denunciar la injusticia y hacer luz en este tema no siempre ha sido acompañado de esas elementales reglas del oficio periodístico, que obligan a respetar la presunción de inocencia, a contrastar las fuentes, a escuchar al acusado. Esto ha llevado a veces a linchar mediáticamente a clérigos que luego han resultado inocentes, como el caso del obispo castrense de Australia, Mons. Max Davis, que acaba de ser absuelto en los tribunales después de años de persecución. Otras veces el sensacionalismo ha llevado a pintar escenarios dramáticos de abusos, que luego han sido desmentidos o matizados por informes documentados, como ocurrió en Irlanda en el caso de las lavanderías Magdalena o los niños muertos en el asilo de Tuam. Lo malo es que, cuando se descubre que eran exageraciones o falsedades, la respuesta de algunos informadores ha sido: de acuerdo, pueden haber sido mentiras, pero han sido mentiras positivas porque han servido para llamar la atención sobre un problema innegable.
En esos casos de informaciones que han resultado falsas, mi impresión es que muchas veces la prensa ha preferido mirar hacia otra parte y silenciar los propios errores o de los colegas. También aquí se ha impuesto no pocas veces la “omertà”. Hemos puesto en la picota a los obispos que ocultaron los casos de abusos, pero rara vez a los medios que han abusado de la confianza de los lectores con informaciones erróneas o falsas. Quizá también los periodistas estamos a veces más preocupados del buen nombre de la profesión que de servir a los lectores.
Es justo que celebremos el buen hacer periodístico que se nos cuenta en Spotlight. Pero no está de más que señalemos también las cincuenta sombras que han distorsionado la información sobre este tema. Por el bien del periodismo."
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quinta-feira, 3 de março de 2016
Isto sou eu a comer pipocas e a ver o BE a autodestruir-se
Enquanto estive fora houve algumas polemicas e outras polemicazinhas, afinal de contas estamos em Portugal! Contudo não queria deixar de apreciar nestas bandas...
O cartaz - insultuoso, intolerante e estupido - do Bloco de Esquerda mostra sobretudo a frustração deste partido.
Eu sei que fico logo com uma dor no estomago ao ver a intolerância dos tolerantes, mas desta vez até estou paciente com estes jovens revolucionários, porque tenho pena, porque compreendo que eles estejam a sofre, porque para um partido vazio, mimado que sobrevive da reacção, que se alimenta da contradição, da violência política deve ser difícil fazer parte do governe, dói ter que aceitar uma esquerda moderada e um Banif, por isso toca a disparar para as instituições reacionárias, mesmo que isso signifique uma afronta à fé e à liberdade da maioria dos portugueses.
Despóticos na razão, o BE está a mostrar a sua intolerância ideológica e a sua idiotice, Catarina continua assim que eu vou comendo pipocas, porque com esses comportamentos não precisas de adversários.
"Jesus Cristo, como aliás todos nós, tem um só pai e uma única mãe, não dois pais sem nenhuma mãe, nem duas mães sem nenhum pai. Isto não é religião, nem ideologia; é genética e biologia"
"Segundo uma deputada do Bloco, esta iniciativa não pretende ofender a Igreja nem a religião, tratando-se apenas de mostrar às pessoas que sempre existiram famílias diferentes e que essa não é uma realidade nova, nem recente. Claro que a deputada tem tanta razão como teria quem, afixando cartazes com a imagem dela, neles escrevesse a frase ‘Em Portugal há políticos corruptos’ e depois, em jeito de desculpa, dissesse que não pretendia ofender a deputada, nem o Bloco de Esquerda, mas apenas mostrar às pessoas que sempre existiu corrupção entre os políticos e que, portanto essa não é uma realidade nova, nem recente…"
" a natureza essencialmente anticristã do Bloco de Esquerda e da sua política. Sem diabolizar este partido político, nem muito menos os seus militantes – alguns, honra lhes seja feita, até se demarcaram desta campanha – é óbvio que, depois deste incidente, nenhum cristão coerente poderá ser seu membro, ou nele votar, sem prejuízo da sua integridade, ou da sua inteligência. De facto, esta campanha contra a Igreja católica, as demais confissões cristãs e, em geral, a liberdade religiosa, pôs a nu a ideologia anticristã do Bloco, senão mesmo a sua natureza antidemocrática e tendencialmente totalitária.
Por outro lado, não será exagerado afirmar, graças a esta campanha e não só, que os católicos portugueses fazem, de algum modo, parte da Igreja que sofre perseguição. Que grande honra, para nós, fazer parte do grupo dos milhões de católicos que são perseguidos pelos regimes totalitários comunistas, como os da China e da Coreia do Norte, e pelo fundamentalismo islâmico ou laicista! Obrigadinho, ó Bloco!
Esta ofensiva do Bloco de Esquerda contra os católicos e contra a liberdade religiosa, de pensamento e de expressão, não é sequer original. Por ora, é mais imbecil do que violenta, mais trocista do que mortífera, mais laroca do que sangrenta, mas promete ressuscitar, em futuros episódios, o pior legado do anticlericalismo português.
Não obstante os nossos brandos costumes, é bom recordar que os jesuítas foram expulsos de Portugal no século XVIII, pelo Marquês de Pombal; que, no século XIX, não só eles mas também todas as outras ordens religiosas foram extintas pelo liberalismo jacobino; e que, no século XX, voltaram a ser perseguidos todos os religiosos, bem como todos os bispos e padres do clero secular, pela primeira república. No século XXI, será que o Bloco de Esquerda dará continuidade a esta ignominiosa tradição?!
Avé, Bloco, morituri te salutant!"
Vale a pena ler tudo, aqui: "Obrigadinho, ó Bloco! " Padre Gonçalo Portocarrero de Almada
terça-feira, 22 de dezembro de 2015
Padre Gonçalo Portocarrero
Precisamente há um ano o Padre Gonçalo Portocarrero escrevia um dos seus maravilhosos artigos, dado a época falava sobre o Natal mas, ao seu característico estilo, o tema insidia na solidão humana dos sacerdotes durante os festejos, não fosse Gonçalo um desses sacerdotes de Cristo:
(Que o celibato não é sinonimo de solidão eu já sabia, tenho muitos amigos, homens e mulheres celibatários que são mais preenchidos, mais felizes e mais apaixonados que muitos outros...)
"Em tempos passados, era comum que uma irmã, ou familiar próxima do sacerdote, o acompanhasse com uma disponibilidade total. Hoje em dia, a grande maioria dos clérigos seculares carece de uma presença familiar que o possa amparar: uma dolorosa ausência que até é perceptível quando, pelo seu aspecto, indiciam algum desleixo pessoal. Nota-se que lhes falta um ambiente familiar que seja, sem lhes criar uma dependências excessiva, um espaço de amizade e descontracção; que não têm quem, com a devida descrição, os possa corrigir e ajudar; quem se interesse, sem intromissões abusivas, pela sua saúde e alimentação; quem zele, com solícita atenção, pela sua apresentação; quem lhes facilite, uma vez por outra, alguma diversão adequada à condição sacerdotal; quem dê um toque de alegria e de graça às suas casas, etc. Nota-se que lhes falta, em poucas palavras, uma família cristã!"
Assim tão pertinentemente, o Padre Gonçalo exortava:
A vida dá muitas voltas, ironicamente passado um ano quem precisa de ser adotado é o próprio Padre Gonçalo.
Um ano depois deste texto ser escrito recebo a notícia que o Padre Gonçalo Portocarrero está no Hospital, o que lhe aconteceu é grave, provavelmente deve ter dores, mas pelo que eu conheço não se deve queixar tanto quanto sente, sei que não estará sozinho, mas estar no hospital durante os festejos do Natal é mais duro que o tempo comum.
Por isso, neste Natal, vou seguir o seu conselho e, nas devidas distancias terrestres, aéreas e marítimas e espirituais, sou eu que lhe vou adotar, uma adoção com as minhas orações.
Um ano depois deste texto ser escrito recebo a notícia que o Padre Gonçalo Portocarrero está no Hospital, o que lhe aconteceu é grave, provavelmente deve ter dores, mas pelo que eu conheço não se deve queixar tanto quanto sente, sei que não estará sozinho, mas estar no hospital durante os festejos do Natal é mais duro que o tempo comum.
Por isso, neste Natal, vou seguir o seu conselho e, nas devidas distancias terrestres, aéreas e marítimas e espirituais, sou eu que lhe vou adotar, uma adoção com as minhas orações.
Na esperança que o Observador volte a ter as suas crónicas (aqui) e de muitos confessionários ficarem cheios....
quinta-feira, 23 de abril de 2015
Porque hoje é o dia mundial do livro: Marca n'agenda e põe na parteleira
No dia de hoje não podia faltar uma recomendação de leitura.
É para os mais pequenos.
(Mas também serve para os grandes, que são mais pequenos na fé.)
Quem conhece o Padre Gonçalo Portocarrero sabe como isto vai ser muito bom:
segunda-feira, 22 de dezembro de 2014
terça-feira, 16 de dezembro de 2014
segunda-feira, 10 de novembro de 2014
quarta-feira, 5 de novembro de 2014
segunda-feira, 3 de novembro de 2014
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