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terça-feira, 24 de janeiro de 2017

O Trump e eu

Tenho 2 formas de estar perante a política actual: não sou Pró-Trump, mas sou Pró-Live.
E por ser anti-Tump é que digo Thank you Mr. President:




ups

terça-feira, 5 de julho de 2016

O revolucionário do chinelo gosta de fracturar só por fracturar


«A adopção de crianças por casais homossexuais, as barrigas de aluguer, mudança de sexo a partir dos 16 anos, casas de banho unissexo, eutanásia, mudança de designação do Cartão de Cidadão, fim do ‘offshore’ da Madeira e, mais recentemente, a intenção de convocar um referendo sobre a permanência de Portugal na União Europeia, todos foram temas para a líder do Bloco de Esquerda produzir declarações carregadas de dramatismo.
 
O diploma legal das chamadas “barrigas de aluguer”, aprovado por uma maioria parlamentar que incluiu deputados do PSD, mas com os votos contra do PCP, foi objecto do primeiro veto do novo Presidente da República. Marcelo fundamentou o veto em pareceres do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, que chamam a atenção para o facto de a criança ser ignorada. O Parlamento tem agora de refinar o diploma e fazer com que a técnica apenas possa ser utilizada por casais com problemas de infertilidade grave.
 
A eutanásia é outro tema fracturante que o Bloco de Esquerda pretende legalizar. Ainda em fase de preparação, a questão da morte assistida coloca uma série de questões, éticas e legais, que têm adiado o avanço do tema que, além do Bloco de Esquerda, também conta com declarações de apoio de cerca de três dezenas de deputados do PS e com o PCP a valorizar o assunto mas a dizer que não é prioritário.
 
O Bloco de Esquerda e Catarina Martins também enveredaram por outros temas, como a exigência para que se mude a designação do Cartão de Cidadão para Cartão de Cidadania, para evitar a discriminação. Assunto que depois, pelo ridículo, parece ter caído no esquecimento. A líder do Bloco veio igualmente dar voz à exigência de que a mudança de sexo possa passar a ser possível a partir dos 16 anos.
 
Sempre em tom dramático, a líder incontestada do Bloco de Esquerda, eleita com 83% dos votos dos delegados à última convenção nacional daquele partido, que decorreu no último fim-de-semana, corre o risco de, a breve trecho, ficar sem mais temas fracturantes para lançar. Curiosamente, há um sobre o qual nunca se ouviu falar: a eugenia.
 
A eugenia é uma teoria altamente polémica, do ponto de vista ético e moral, que defende a possibilidade de melhoramento da espécie humana, do ponto de vista físico e mental, através de métodos de selecção artificial e de controlo reprodutivo que, entre outras coisas, podem prevenir e combater doenças de cariz hereditário transmitidas geneticamente.
 
Melhor do que querer usar a tecnologia para vencer a natureza – como é o caso das pessoas com doenças agora incuráveis que pretendem ser congeladas para mais tarde, com o avanço da ciência, poderem vir a ser revitalizadas e curadas –, talvez seja preferível respeitar essa mesma natureza.
 
Um bom exemplo de como os homens podem errar foi dado por Jerôme Lejeune, pediatra e geneticista, e o biólogo Jacques Monod durante um debate televisivo. Lejeune perguntou: “Um pai sifilítico e uma mãe tuberculosa tiveram quatro filhos: o primeiro foi cego de nascença, o segundo morreu após o parto, o terceiro nasceu surdo-mudo e o quarto tuberculoso. A mãe ficou grávida de um quinto filho, o que faria o senhor?”. Jacques Monod não pestanejou e respondeu: “Eu teria interrompido essa gestação”, ao que Lejeune respondeu de imediato, “Então o senhor teria acabado de matar Beethoven”.
 
Com que intenção pretende Catarina Martins introduzir, a cada momento, temas fracturantes da sociedade? O último foi, há poucos dias, o do referendo à permanência na União Europeia. A proposta já levou Rui Tavares a escrever no Público que “não há pior para os referendos do que os políticos ambiciosos. Quando anunciam referendos não tencionam convocá-los, quando os convocam não os querem ganhar e quando os ganham não sabem o que fazer”. Dirigida a Catarina Martins, a ideia também pode aplicar-se aos líderes da campanha do ‘leave’ no Reino Unido que, agora, não sabem o que fazer.
 
Também Ricardo Araújo Pereira, no programa Governo Sombra, se referiu a Catarina Martins para afirmar que, se seguir à risca o preceito contra a discriminação que é o Cartão de Cidadão, dirá um dia: “Portugueses e portuguesas, estamos aqui reunidos e reunidas porque estamos todos e todas preocupados e preocupadas com a questão dos desempregados e desempregadas”, e concluiu que “ninguém leva a sério uma pessoa que fale assim”. É caso para dizer: oxalá assim seja, porque não há nada mais irritante do que o tom dramático que a líder do Bloco de Esquerda utiliza para os mais diferentes temas, sejam eles fracturantes, ou não.»
 

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Freiras derrotam Obama na justiça e ganham direito de não fazer abortos

Lembra-se quando o Health Care do Presidente Obama - com Planned Parenthood - quis obrigar todos os hospitais norte-americanos a promoverem o aborto, inclusive os hospitais católicos e as Irmãzinhas dos Pobres? (Talvez não se lembre porque isto não passou nos meios de comunicação social com o mesmo impacto que merecia, pois o Obama para nós é aquele exemplo de "liberdade").
 
Nesta segunda-feira (sim os meios de comunicação social voltaram a não dar muita importância) a liberdade ganhou, a liberdade de poder ter as suas convicções, a liberdade religiosa e o direito à vida:
 
Imaginem lá esta situação:
Irmãzinhas dos Pobres VS Presidente dos Estados Unidos da América um dos homens mais poderosos do mundo.
 
Esta é uma vitória não só de uma congregação que durante anos dedica-se verdadeiramente, incansavelmente, generosamente aos outros, como também é uma vitória do povo norte-americano.
 
#AguentaObama

 
 


quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Ainda existe boa publicidade (IX)

Irreverente, criativa, algo irreal, mas sobretudo divertida.


Excelente anúncio da Doritos que passou no SuperBowl, que talvez tivesse passado despercebido, não fosse a NARAL Pro-Choice America ter ficado ofendida por, cito, "terem humanizado os fetos" e estereotipado homens e mulheres. Q'horror... 

#NotBuyingIt - that @Doritos ad using #antichoice tactic of humanizing fetuses & sexist tropes of dads as clueless & moms as uptight. #SB50
Felizmente, já houve quem lhes respondesse à altura.

E é isto que boa publicidade faz: pensar, discutir conceitos e falar da marca. Up top, Doritos!

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Uma interrupção que não se retoma

Nota: Já só inclui IVG por opção da mulher, isto é,
exclui IVGs por motivos médicos e de saúde.

Fonte: Direcção-Geral de Saúde
71% das "interrupções" "voluntárias" de gravidez (a única palavra incontestável) em 2014 foram as primeiras que aquelas mães faziam. Pode-se considerar que tenham ido "corrigir um erro".

Mas isso significa que 29% foram segundas IVG's (com as devidas aspas lá dentro). Quase um terço das pessoas que recorrem ao aborto - ai, desculpem, - à IVG, fê-lo repetidamente.

Pior: 8 mulheres fizeram pelo menos 10 IVGs. 80 abortos no total (no mínimo, não se esqueçam que está ali um 10+). 17 mulheres fizeram, somando, 143 IVGs pagas pelo contribuinte (eu e você).

Cada IVG custa ao Estado 700€.
O Estado gastou, em 2014, 11 mihões de euros em IVGs.
O Estado gastou, em IVGs repetidas, 3 milhões de euros.

Não me venham dizer que ter uma taxa moderadora de 7,75€ não faz falta.

Não discuto que muitos destes "números" se tratem de mães com uma história e circunstância difícil, que tenham vertido lágrimas, que lhes tenha custado, sendo mais ou menos "voluntária" a sua interrupção. Mas isso não invalida que haja uma facilidade de acesso e repetição que não foi votada em referendo.

A ILC Pelo Direito a Nascer, com mais de 50.000 eleitores subscritores, pedia apenas que se olhasse para esta realidade a que chegámos, e fosse consequente com as promessas de 2011: as mulheres devem ser despenalizadas, sim, mas também acompanhadas e ajudadas.

A ILC passou na Assembleia, para logo vir a Frente de Esquerda e ignorar 50.000 eleitores e desfazer a alteração, sem argumentos nem análises.

Tal como a esquerda quer "interromper" a discussão com um rotundo "está bem como está", estas "interrupções" de vidas, nunca são retomadas. Na verdade, o que se pretender é terminar as vidas, e terminar a discussão.

Mas isso não vai acontecer, não enquanto houver coragem na Presidência e voz no HEart.

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Portugal dos Pequeninos #2


Caríssimos deputados, gostava de vos contar uma história, uma pequena história que se passou comigo, mas que também é habitual na vida dos comuns cidadãos que vós representais.
Fui uma estudante universitária deslocada, saída das ilhas. Frequente entre os açorianos que procuram novos horizontes.
Deixar a casa tem os benefícios, e Lisboa é uma cidade incrível, o encontro com grandes visões académicas, o conhecimento de outras realidades, poder viajar e frequentar lugares diferentes... A internet não nos basta é preciso viver. Mas tudo isso tem um preço, saudades, solidão, esforço...
Senhores deputados, durante a minha vida de estudante, trabalhei enquanto frequentava o ensino superior.
Foi nesses dias, enquanto estudante universitária deslocada, que descobri o que significa ter uma hérnia, não era uma hérnia qualquer, habitava nas minhas costas, mais propriamente na L5, mas também descobri o pior pesadelo de todos os cidadãos deste país: o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Posto isto, quero contar-vos a minha pequena realidade do SNS, pequena digo eu porque não falo de uma doença como o cancro entre outras terríveis situações que tanto afetam os portugueses.
Hospital do Santa Maria, mais 3h de espera no meio de tanta desgraça, tanto sofrimento à minha volta, fui atendida, num corredor, precisava de levar soro e a medicação pela veia, não havia espaço, fiquei no gabinete dos enfermeiros, onde vi vidas bastante duras. Lembro-me, até hoje, de uma senhora não sei o nome, mas sei o rosto, estava ali há espera de uma ambulância e ali ficou, provavelmente seria um dos últimos dias dela nesta terra, maltratada, abandonada....
No final,  paguei 20€ (taxas + exames) mais 10€ parque estacionamento (fui com uma amiga que me deu boleia, eu não estava propriamente capaz de andar), quero dizer que nessa altura trabalhava num restaurante de Sushi, algo que nunca me envergonho e que agradeço muito, mas ganhava somente 3€ p/ hora, feitas as contas precisei de trabalhar 10 horas para pagar um mau serviço.
Eu estou a falar de uma simples hérnia (o facto é que mais tarde tive que recorrer a outro médico e gastar mais dinheiro). Não, não me quero fazer de coitadinha, de vitimas da sociedade capitalista, tenho muito orgulho de ter sido uma trabalhadora-estudante, mas também tenho a certeza absoluta que existem pessoas que se esforçam mais do que eu, que têm vidas mais complicadas que a minha.
Mas quando vos vejo sentados na minha assembleia, a ganhar o meu dinheiro, agarrados ao meu microfone a discutir o fim da taxa de 7,50€ do aborto, que custa ao Estado entre 829,91 euros e 1074,45 euros, como prioridade para a vida dos portugueses fico revoltada. Desresponsabilizando deliberadamente e na totalidade quem faz um aborto (que é a matar a vida de um bebé, sei que muitos de vós não acredita que um feto com 11 semana  onde bate o coração, seja vida humana, contudo os nazis também não acreditavam que os Judeus eram humanos e a história encarregou-se desse assunto). Tornaram a prioridade de uma Assembleia, fizeram  do aborto algo banal normal, mais um método contracetivo oferecido pelo Estado, ainda por cima com a justificação que é pela minha dignidade feminina... Claro que fico revoltada, que sejam os meus deputados portadores de uma enorme desigualdade e de uma tremenda injustiça.
Não me venham é com bandeiras às cores a falar da igualdade, porque já percebi que há uns mais iguais do que os outros e os doentes de hérnias na L5 não fazem parte desse grupo de cidadãos, na verdade todos os doentes que procuram um hospital publico por doença não fazem parte desse grupo de cidadão. 
Só um conselho, ideologias à parte e ironias à parte, trabalhem em prol do nosso país e não do vosso partido.
Muito obrigada,
Uma cidadã.

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

porque todas as vidas contam.

Queria só fazer uma pergunta em relação a esta noticia aqui:
O numero de abortos feitos às crianças em Portugal contaram nesta estatística?
 
 

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Desabafos #2

(Devo confessar que cada vez mais aprecio estes mártires do cotidiano, gente que tem coragem de dizer o que pensa em difíceis circunstâncias, não abdicando dos seus valores por uma melhor vida profissional)
 
 
"No amo tanto mi carrera para permanecer callado ante el aborto. Defiendo a todos los niños no nacidos".
Jim Caviezel, actor.
 
(+ info's AQUI)

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Aborto em Portugal: Reconhecer uma evidência

 
"Em matéria de aborto, não há boas noticias, mas há, apesar de tudo, algumas menos más e a descida do número de abortos praticados pelo terceiro ano consecutivo é uma delas. Mas isso não nos deve impedir de olhar com enorme preocupação para o absurdo de mais de 16 mil crianças impedidas de nascer num só ano. Ou para o facto, ainda mais incompreensível, de mais de trezentas mulheres terem, no espaço de doze meses, praticado mais do que um aborto.
Foram menos 3.400 do que os mais de vinte mil praticados em 2011, altura em que parecia que tínhamos entrado numa espiral imparável, traduzida em quatro anos de subidas continuas dos números de abortos praticados depois de aprovada a lei da liberalização. A tendência é já, por três anos consecutivos, decrescente. Esta é a notícia menos má.
O quadro permite-nos, no entanto, concluir que a quase totalidade dos abortos cai, afinal, no enorme saco do aborto “a pedido da mulher” até às dez semanas, sem que para isso tenham de ter evocado um qualquer motivo específico particularmente gravoso (e que representam 97% do total).
Este dado parece mostrar como haveria lugar a pensar uma política alternativa, como a praticada em vários outros países europeus, fortemente baseada na consciencialização e ajuda oferecida à mãe e na aposta da apresentação de alternativas. Mesmo os defensores da liberalização não deixam de considerar o aborto sempre um mal, quer para o não nascido quer para a própria mãe, também ela vitima da agressão física e psicológica que a perda do filho em gestação sempre representa. A causa do combate ao aborto não deve por isso ser reduzida a uma causa dita “fracturante”, mas encarada como causa comum.
Estamos a falar de 200 crianças abortadas por cada mil nascidas, o que implicaria que caso lhes tivesse sido reconhecido o seu direito a nascer o impacto no aumento do número de nascimentos se traduziria num crescimento da ordem dos 20 por cento, o que seria uma inestimável ajuda ao aumento da nossa baixíssima taxa de natalidade.
Por outro lado, os dados da DGS provam o que também já se sabia: só 432 abortos realizados se ficaram a dever à má formação fetal e 14 a violação. No fundo, foram menos de 500 os casos que se referem ao que foram os dois grandes motivos mobilizadores das discussões em torno da bondade/maldade da própria lei. Podemos ainda somar-lhes os 97 abortos realizados em prazos mais alargados, por razões “de saúde física e psíquica da mulher” (onde apenas sete foram apresentados como única forma de evitar danos irreparáveis sobre a vida e saúde da mãe).
As histórias de vida apresentadas como especialmente dramáticas e que ocuparam a quase totalidade do espaço de debate público sobre a lei representam, consistentemente, ao longo dos sete anos decorridos da sua aplicação, afinal, uma percentagem ínfima do total de abortos praticados. Mais preocupante ainda é verificar uma taxa de reincidência em torno dos 30 por cento. Só 71 por cento das mulheres que realizaram abortos em 2014 nunca tinha abortado antes. Pior ainda é verificar que em casos de reincidência gravíssima, como os da realização de mais de três abortos, a taxa não está a descer mas a subir: 220, contra 157 em 2013.
Não precisamos de pensar na mais de meia centena que fizeram quatro abortos anteriores nem nas duas dezenas que fizeram mais de cinco abortos e que configurarão casos verdadeiramente patológicos, para ver a gravidade destas repetições.Dado ainda mais grave: 303 mulheres repetiram o abortamento no curtíssimo espaço de tempo de um ano, mostrando que a intervenção do sistema de saúde foi totalmente ineficaz em todos estes casos, no que se traduz numa das suas missões prioritárias: evitar que o aborto se transforme em mais um método contraceptivo de recurso.
Alguns responsáveis, mesmo perante a evidência dos factos, continuam a argumentar que eles demonstram exactamente o oposto e a clara recusa do aborto como método contraceptivo. É caso para perguntar que tipos de números superiores seriam necessários para que finalmente reconhecessem o que parece ser uma evidência.São estas questões que o movimento de cidadãos subscritores da iniciativa “pelo direito a nascer” querem trazer de novo ao debate parlamentar, sugerindo a necessidade de rever a actual lei, designadamente defendendo a aplicação desincentivadora de taxas “moderadores” ou dos apoios específicos previstos na protecção à maternidade e que devem continuar a aplicar-se aos casos de aborto clinico ou “involuntário” e cuja filosofia, convenhamos, não se aplica manifestamente à larga maioria dos casos de aborto a pedido.
Defendem também os autores da iniciativa legislativa a necessidade de combate a este flagelo com reforço a um programa eficaz de consciencialização e ajuda às mães (com efectiva possibilidade de reencaminhamento para serviços de apoio que lhes permitam ponderar alternativas).
É legitimo dar voz ao não nascido para que ele se faça ouvir ao nível da consciência dos que sobre ele têm direito de vida e de morte. Fragilizadas e em situações particularmente dramáticas, as mulheres não podem nem devem ser sujeitas a uma pressão duplamente violentadora e estigmatizante, mas isso não deve ser compreendido como a defesa e promoção de uma falsa ignorância irresponsável. É tempo de reflectir, serenamente, de novo sobre a lei aprovada, buscando, com o desejável consenso (e este é um daqueles casos transversais à esquerda e à direita), sobre as formas concretas de, não podendo erradicar este mal, pelo menos o minorar."

quinta-feira, 30 de abril de 2015

"Desculpa, mas não era suposto"

É impossível não ficar revoltada com as noticias de violência doméstica e de violência infantil, isto tudo no meu país, não é na China, não é na Rússia, é aqui, ao meu lado. Sim estou escandalizada, não compreendo e não quero compreender. Como é que uma instituição do Estado a Assistência Social é tão impotente, será que funciona verdadeiramente para o bem, ou descentralizou-se dos seus objetivos? Quantas crianças mais é preciso que morram, para esta violência ter um fim? A lei existe para nos servir, por isso só há justiça se a lei for intransigente na defesa da vida humana, mas não é só a lei,  sobretudo são necessárias consciências bem formadas a servir o meu país.
Desde que li a noticia, que uma menina está grávida de uma violação, estas duas crianças, a mãe e o bebé, estão presentes no meu coração - como quem diz na minha oração - nem de perto nem de longe posso imaginar a dor, mas quero carregar um pouco desta injustiça para não desistir de lutar pelo meu país.
 
Deixo a alegria de uma instituição que não se limitou a ler a noticia e a comentar, oferece-se para apoiar esta menina grávida AQUI.
José Maria Duque retrata bem como "Diante do Mal, Só o Bem Pode Salvar". Estamos a falar de duas vidas, a "outra criança", este é o testemunho de uma médica que se preocupa verdadeiramente com os seus doentes, no site da Maria Capaz uma crónica tocante não deixem de ler: “MÃE AOS 11 ANOS? QUE INCONSCIÊNCIA! QUE BARBARIDADE!”
Acabo com a carta que a nossa blogger Catarina Nicolau Campos escreveu AQUI.
A recolha de alguns destes textos foi feita pelo blog o Povo, que ainda hoje enviou por mail a frase de Antoine Saint-Exupéry, selecionada pelo jornal Publico para o dia de hoje: "Se a vida humana não tem preço, nós comportamo-nos sempre como se alguma coisa ultrapassasse, em valor, a vida humana, mas o quê?"
 
Não podia deixar de escrever sobre ti, sobre a tua história, és  uma criança, só tens 12 anos, devias estar a brincar, a aprender a dividir, não devias estar gravida,  deste violador, que era o teu padrasto, que morava contigo, na tua casa, supostamente a nossa casas é um lugar seguro, mas tu agora não estás sozinha...
Desculpa pelo meu país, desculpa só termos agido agora,  desculpa mas não era suposto...

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Mulheres com coragem

Wanda Półtawska, «Kaninchen» 7709
 
 
 
No início da Segunda Guerra Mundial, Wanda Wojtasik, uma católica polaca de 17 anos, juntou-se à resistência. A Gestapo apanhou-a, torturou-a para lhe arrancar os nomes dos companheiros e, como não conseguiu, fecharam-na no campo de concentração de Ravensbrück, juntamente com centenas de milhares de outras mulheres, amontoadas num recinto incrivelmente pequeno para tanta gente, obrigadas a trabalhar até à exaustão, muitas vezes com neve. A maioria delas morreu, mas o número total foi sempre em aumento, por causa do afluxo de novas prisioneiras. Perdiam tudo, até o nome, substituído por uma matrícula.
A 7709 passou pelas torturas extravagantes de Ravensbrück. Uma das piores era o pavilhão das lésbicas, onde algumas prisioneiras descontroladas agrediam as outras e se exibiam, enlouquecidas. Impressiona que as crianças fossem um dos alvos e impressiona a reacção da maioria das prisioneiras (a maioria católicas praticantes), agarradas à oração, no meio daquele delírio de violência e degradação.
A 7709 foi também escolhida para servir de «Kaninchen» (cobaia, na linguagem macabra de Ravensbrück). Partiam os ossos às «Kaninchens», infectavam-lhes as feridas com madeiras e trapos sujos (não vale a pena adiantar pormenores) e a seguir ensaiavam medicamentos novos, a ver quem resistia. Muitas não aguentavam e as que sobrevivessem deveriam ser mortas. Neste ponto da história, aconteceu um momento sublime de ternura. A multidão das prisioneiras de Ravensbrück, que morria de fome e de frio, pediu clamorosamente que poupassem as «Kaninchens» e – mais estranho ainda – as SS aceitaram o pedido. Em 1945, quando os soviéticos chegaram, a 7709 foi libertada.
Demorou muito tempo até a 7709 se habituar a ser novamente Wanda. As dores atrozes e os pesadelos ficaram para sempre. Casou-se com o Prof. Andrzej Półtawska, com quem teve 4 filhas, e ainda arranjou força para fazer o curso de medicina e especializar-se em psiquiatria.
Lembrei-me desta mulher quando li a mensagem do Papa Francisco neste Natal: «o meu pensamento vai para todos as crianças que hoje são mortas e maltratadas... antes de verem a luz, privadas do amor generoso dos seus pais e sepultadas no egoísmo de uma cultura que não ama a vida».
Em plena ditadura comunista, Wanda Półtawska comparou o drama do aborto com o Holocausto, deixando as comunistas polacas de cabeça perdida. E, em vez de voltar atrás, insistiu: «como é que dizem defender a liberdade da mulher e condenam à morte os seres mais indefesos que existem no mundo? O número de abortos realizados no planeta é aterrador e ultrapassa em muito o número de vítimas de todas as guerras».
Wanda vira recém-nascidos a serem atirados para os fornos de Ravensbrück e prometera a si mesma que, se sobrevivesse, estudaria e trabalharia para defender a vida humana.
O encontro de Wanda com o Padre Karol Wojtyła foi decisivo e durou para sempre. Quando não podiam encontrar-se, trocavam cartas, que Wanda Półtawska reuniu, com considerações suas, num volume intitulado «Diário de uma Amizade» (publicado depois da morte de João Paulo II, editado em português pela Paulus). Os textos centram-se na Eucaristia e na importância da oração. Há também cartas muito interessantes sobre o sentido do sofrimento e a santificação da vida familiar e profissional. O prólogo é do marido, Andrzej Półtawska.
A intensa amizade desta família com Karol Wojtyła inclui muitas colaborações e alguns favores curiosos. Em 1962, quando o Bispo Wojtyła estava em Roma para o Concílio Vaticano II, Wanda foi internada no hospital com cancro. O marido preveniu Wojtyła por telegrama e este escreveu uma carta ao Padre Pio de Pietralcina, um franciscano com fama de santidade, para que pedisse a Deus o milagre. A cura foi total e inexplicável, e o Bispo Wojtyła voltou a escrever ao Padre Pio, a agradecer-lhe a oração.

José Maria C. S. André
«Correio dos Açores», «Verdadeiro Olhar», «ABC Portuguese Canadian Newspaper», 4-I-2015

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Beleza interior e exterior


Vale muito a pena ir aqui e ver e ouvir uma entrevista feita à Miss Mundo 2013, que, além da beleza exterior, revela também beleza interior.
(entrevista em vídeo (1'30'') e por escrito)