quarta-feira, 1 de abril de 2015

A Páscoa

 
A Semana Santa é sempre uma aventura cá por casa, porque com a cachopada toda de férias, o barulho é constante, as requisições permanentes e não há tempo para grandes leituras nem para grandes escritas. Para além disso, resulta sempre interessante quanto temos de explicar aos mais velhos (8 e 6 anos) o que se celebra na Páscoa.
O Natal resulta muito simples porque o nascimento é algo que conseguem apreender, o verbo nascer é-lhes familiar e tudo está bem relativamente ao facto de que no Natal se comemora o nascimento de Jesus e como tal é a festa de aniversário de Jesus. Relativamente à ressurreição, só o nome já assusta porque não o conseguem dizer bem logo à primeira. Para a pequenita de 4 anos, nem se fala porque anda numa luta com os “r”, pelo que a palavra sai mesmo muito distorcida.
Para além da dicção, temos a questão da compreensão. Decidi ir à procura de ajuda na biblioteca cá de casa e encontrei um pequeno livrinho com o título de “Proposta de Catequese Familiar” do Padre Miguel Falcão e, na 14º lição, encontro as perguntas dos meus filhos e as  respostas claras. Fala do que é a morte, do que aconteceu a Jesus depois de morto e o significado da Ressurreição. Fico mais tranquila com a tarefa que me espera.
A Páscoa é a festa mais importante da Igreja porque celebra o facto de Jesus ser Deus. No Natal, celebramos Jesus que se faz Homem. Na Páscoa, celebramos Jesus que se mostra Deus. As duas festas se completam e completam a nossa vida. Completam-se porque unem a dimensão humana e divina de Jesus e marcam o início e o fim da vida terrena de Jesus. Completam a nossa vida porque nos transmitem o quanto temos de ser terrenos e divinos ao mesmo tempo.
Certamente que hoje o grande desafio para os cristãos é viver com os pés bem assentes na terra, mas com a cabeça bem ligada ao céu. Os cristãos não são chamados a viver uma cultura de morte, de passividade, pelo contrário, toda a história de Jesus é um convite à vida, à viagem. A viagem interior, a viagem exterior, porque não chegamos sem partir, porque não encontramos sem procurar.
Este ano, sinto este desafio de um modo muito veemente. Não tenho grandes respostas por enquanto, mas tenho a certeza que este tempo de neblina passará e conseguirei ver com clareza o que é suposto fazer. Como diz o Papa Francisco, a Aleluia Pascal vai ressoar e o presente cheio de futuro vai se abrir para cada um de nós. Alegria!

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