“Qual é o tema: o tema.. é.. o casamento..”
Dentro de mês e meio caso, e o balanço que faço deste ano e
três meses de noivado é bastante positivo! Uma pessoa consegue aprender muito,
e crescer, na preparação de um casamento, de uma nova casa, de uma nova vida! Hoje
falo do casamento (o dia, a festa), depois virá a casa, e com a experiência virá a vida…
Preparar uma festa, um copo de água, nos dias de hoje, quando
as limitações económicas não são poucas, dá muita luta! A empresa de catering,
a ementa, a decoração, as flores, as velas, os guardanapos… uma quantidade enorme de coisas com as quais
uma pessoa se depara. Todas as noções do normal, do óbvio, do imprescindível, daquilo que não pode acontecer.. na Guarda (onde vou casar) são bem diferentes. Lá em cima, de facto há uma busca, um afã de requinte num sentido que não é o meu. E
eu que sempre gostei de decorar e inventar, passei rapidamente, mas com verdadeira amizade e consideração, a ser a “ arquitecta simplória”, sem dar espaço a grandes imaginações, keep it simple, teve de ser. Mas com muita conversa, muitas reuniões,
muitas orações, lá se fez o acordo e assinou-se o contracto.
Contudo e apesar de
uma noiva querer sempre que a festa, como tudo o resto, corra bem, essa não deve ser a parte mais importante.Ou melhor, deve dar-se à festa a real importância que tem, nem a mais nem a menos. Uma coisa que aprendi, e que se verifica nos
dias de hoje é que se utiliza a festa do casamento para inundar os convidados de
elementos relativos à vida dos noivos, é o nosso dia, a nossa música, as
nossas fotografias, aquilo que para nós faz sentido, as amigas todas vestidas
da mesma cor, tudo à nossa volta e tudo é sobre nós. Há um enorme egocentrismo,uma constante chamada de atenção sobre os dois e isso faz-me impressão e por vezes causa-me até um pouco de vergonha alheia.
Antes bastava a noiva ser a noiva e o noivo ser o noivo! são-no e não precisam de mais nada..
O dia do casamento, nos moldes de hoje, apresenta-se-me como um enorme desafio à virtude da humildade, o dia em si (e todos os outros dias até ao fim), pois corre o risco de se tornar "no meu dia de Princesa" , quando é tudo menos isso. É uma entrega, uma mútua doação e para quem casa pela Igreja, um Sacramento, um passo mais no caminho para Deus.
Não é o nosso dia mas sim um DIA ESPECIAL que ELE NOS CONCEDE. Assim sendo compete-me agradecer, agradecer, agradecer: pela dádiva, pelo meu noivo, pelo dia, pela família, pelos amigos, pelo tempo, e até pelas coisas mais corriqueiras e que não vou fingir que não me interessam tais como o vestido, estar bonita etc etc etc.....
Notei também que há uma série de pormenores que um casamento tem que ter
senão não é bom, é escandaloso ou não correu bem! A fasquia está elevadíssima.
E depois vem a loucura da dança,(não é só dança, é mesmo a pura da loucura) o álcool...e fica tudo desenfreado...mas hoje isso é que está bem, isso é que é bom sinal! Há que voltar aos
tempos em que o casamento ainda era uma festa de família, normal, simples, boa
e divertida em que as
pessoas se bastavam umas às outras! Mas agora surge a necessidade de “manter
as pessoas animadas”. Tem que ser super divertido, tem que ser de arromba, tem
que ser até as seis da manhã com a música e o bar aberto. Eu não digo que um casamento não possa ter música e umas danças engraçadas, é bom que tenha e o meu vai ter, mas as disposições interiores de cada um é que devem mudar, cada pessoa deve estar consciente de qual é o seu papel e de qual deve ser a sua atitude quando vai e está num casamento.
Pois bem, em resposta a todas as perguntas que compõem o ideal de organização de um casamento: não haverá um tema do casamento, não haverá uma
cor do casamento, não haverá uma música do casamento… haverá simplesmente um
casamento.
6 comentários:
não percam tempo a rezar pelo aparecimento do bernardo no dia 8 de Setembro no casamento, tenho a certeza absolutíssima que ele não vai perder este dia por nada deste mundo!
Muito bom querida afilhada. Estou num xitex para que chegue este dia!!!!!!!!!
Brilhante artigo! Tenho vontade de lhe dizer: Publique isto em todas as revistas (principalmente nas cor-de-rosa em que insistem que o casamento é só festa...). Assino inteiramente por baixo. De verdade!
Os meus pais há 28 anos atrás casaram-se, numa cerimónia simples, mas com um grande significado na Capela privada em casa dos meus Avós. Pelas fotografias posso dizer que foi muito simples, o bouquet da noiva eram flores apanhadas no jardim no próprio dia e foi uma cerimónia muito bonita. Diz quem foi! =o)
Esta é a verdadeira essência de um casamento: a parte religiosa, a mais importante. A Festa? Vem depois... é apenas um espaço onde renunimos a família e os amigos. Mas pq é que tem de haver cor especifica? Música? Fotos? Porque é que as pessoas têm de ficar "com a corda ao pescoço" porque o copo d' água é num sitio girissímo mas são 100€ por pessoa?
Deixemos então a festa para segundo plano, em primeiro que venha a cerimónia religiosa.
Cara Margarida, desejo-vos um dia muito especial, e "que o Homem não separe aquilo que Deus uniu". Muitas felicidades!!
No dia 3 de Agosto tenho um casamento no Norte, de arromba, mesmo. Tudo do bom e do melhor numa quinta cara e com direito a tudo, segundo as conversas que vou ouvindo. E tenho um aperto enorme no coração: os noivos vão -se casar pela igreja "porque os meus pais querem", diz o noivo???!!! Juntando a isto, os noivos - que conheci há pouco tempo por serem amigos do meu namorado- não se respeitam. Faz impressão! =o//
Bem, mas não quero encher este comentário com coisas menos boas. Porque afinal vai haver um casamento! Que sejam FELIZES e que Deus vos acompanhe.
P.S.- Peça ao noivo para ir. É que eu adoro ver fotos de casamentos e vou querer ver. eheheh =o))))
M.
A língua portuguesa é muito traiçoeira, por isso quero evitar confusões. =O) Quando digo "Bem, mas não quero encher este comentário com coisas menos boas. Porque afinal vai haver um casamento!" refiro-me, claro, ao casamento da Margarida.
O casamento no Norte, dia 3, também será, abençoado por Deus mas enche-me de tristeza as pessoas que não vejam o casamento como um sacramento mas vão pedir coisas à Igreja "só porque fica bem".
Margarida, ainda bem que acedeste ao desafio de voltar a escrever no blog :) estou muito contente que o tenhas feito com este artigo tão "teu" :) e espero que continues! Dia 8, como sabes também estarei num casamento de uma colega e amiga do trabalho, e lembrar-me-ei muiiiito também de ti! Até amanhã!!!
Obrigada M. Percebi muito bem aquilo que quis dizer!!
Xana obrigada também!!! Um grande beijinho até amanhã!!
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