sexta-feira, 20 de julho de 2012

Um dia não é toda a vida, mas é um começo

A vida a dois é, presentemente, o grande desafio da vida de algumas mulheres deste blog e, futuramente, de outras tantas. É um desafio porque envolve risco, envolve fortaleza, e envolve certas caraterísticas que, à partida, os dois podem ainda nem sequer ter (ou não ter bem trabalhadas), mas que são essenciais para a boa convivência.

Quase toda a gente gosta de fazer anos, de ter ali um dia especial em que é lembrada e mimada, por todos aqueles que lhe são queridos. Pegando no mesmo raciocínio, aquelas que sigam esse caminho, também não abdicam de ser "a noiva" e, mais tarde, "a mãe". O noivado, o casamento, a maternidade, são realmente momentos únicos na vida de uma mulher, momentos que queremos aproveitar de tal maneira que não possamos olhar para trás com pena de nos termos esquecido de qualquer coisa.

Mas esses momentos ou tempos, se por um lado constroem os alicerces de uma vida a dois, por outro não bastam para que um conjunto de pessoas seja verdadeiramente - e no melhor sentido da palavra - uma família. Isso vem com o dia-a-dia. Com o investimento que estamos dispostas a fazer na nossa família, ainda que tenhamos que abdicar de outros descansos mais apetecíveis; com a capacidade de conversar e de criar um ambiente agradável junto dos que nos rodeiam; com o amor que pomos nos pormenores e nos programas que preparamos; com o cuidado que temos numa casa que, mais do que uma house é suposto que seja uma home.

E se a possibilidade de ficar noiva, e de estar casada, e de ser mãe, nos atrai por um lado, não deixa por outro lado de ser muito importante manter os pés bem assentes na terra e pensar que um casamento se faz das pequenas coisas, das virtudes humanas que os dois têm ou lutam por ter, da capacidade de descer do pedestal, ouvir e pedir desculpa. 

Não há relações perfeitas, mas há relações muito boas. E é para construir uma dessas que eu trabalho.

5 comentários:

Anónimo disse...

Querida Teresa, gostei imenso do seu post. Mesmo muito, acredite!!! sei que isto n é um blog de "consultório sentimental", mas aproveito para abrir o coração: quero muito casar com o F., ser Mãe, ser feliz e fazer feliz quem partilha a minha vida. Mas tenho dúvidas quando ao meu namorado. Sinto-me confusa. Sinto-o tão imaturo, por vezes tão fraco, tão pouco " com certezas do que quer" e ora diz que o céu é azul ora diz que é rosa... Uma mulher quer mais proteção. Acho eu. Não sei. Buh, que venham as dicas princesas! Tanks.
A.

Anónimo disse...

Ah... o F. tem 27 anos, caminha para os 28!
A.

Anónimo disse...

A., fico muito contente em tudo o que puder ajudar! A imaturidade é algo que não atrai a maior parte das mulheres, por isso percebo muito bem o que diz. Claro que há mulheres que gostam de ser um bocado mães dos seus próprios maridos, mas a maioria prefere de facto alguma proteção e segurança. Acho que deve ponderar bem o seguinte: a sua falta de certezas existe em coisas que para si são muito importantes ou em "coisinhas"? E quando lhe explica bem as coisas ele percebe, ou fica na dele só para não dar o braço a torcer?
De facto todos nós temos as nossas infantilidades naturais, e algumas até são positivas. Mas a decisão de casar é muito séria, e tem que pensar bem se passar o resto da vida ao lado de alguém que considera imaturo não se vai tornar infernal. Porque a A. quer ser mãe, mas isso significa que ele será futuro pai: acha que ele vai ter um papel forte na educação dos vossos filhos?
Escreva, que ás vezes ajuda. E em tudo o que eu puder ajudar, pergunte!

Anónimo disse...

Em primeiro lugar, agradeço a sua resposta, Teresa. Tem toda a razão nos sábios conselhos que me deu. O que me preocupa é exactamente isso, não são só coisinhas, ou se lhe quiser chamar são, mas atrapalham tudo o resto. Tudo! E não, não costuma dar o braço a torcer, muito pelo contrário: "Olha, senti-me triste com esta tua atitude", pelo que recebo logo a resposta do contra - ataca / defesa: " sim, A., mas tu ontem fizeste isto", enfim, vai buscar coisas ao baú do namoro e n dá o braço a torcer.
Ele tem um coração d'ouro, tem, sem dúvida. A questão é que apesar de ambos sermos católicos eu sou mais praticante, se assim lhe quiser chamar, e vejo o Matrimónio como um sacramento, para o resto das nossas vidas. E é, talvez por isso, que estejam a surgir estes receios. Apesar de achar que dará um óptimo Pai, receio que esta instabilidade e imaturidade não se vão reflectir na educação dos nossos filhos?!
Que Deus me ajude a fazer a Sua vontade.
Obrigada Teresa.
A.

Maria disse...

Uma pessoa tem de ter aquela capacidade de querer, de vontade feita. Querer reconhecer a queda, querer fazer bem, querer reconhecer que faz mal, querer aprender, querer recomeçar, "querer querer", querer dar tudo, querer dar-se todo, querer colar o que partiu, querer compor as coisas que desarranjou, querer construir uma relação de vida em comum que se escreve cada dia num livro em branco, querer construir, querer compor o que destruiu, querer recomeçar, querer conhecer "o norte à casa", querer não dar importância às quedas grandes nem que para se voltar a pôr em pé seja necessário o colo de alguém, querer não dar importância, querer esquecer, querer perdoar, querer pedir perdão. É necessário querer. Isso sim. Para se chegar a bom porto, é necessário querer. E como são dois: é necessário que os dois queiram. Mas que "queiram querer aconteça o que acontecer", na saúde, na doença, na pobreza, na riqueza, .... até ao fim. O resto vem tudo por acréscimo, incluindo o "serão felizes para sempre".