terça-feira, 24 de julho de 2012

Fresh new thinking #1


Estou neste momento dentro de um avião, a caminho dos Estados Unidos. Aliás, estou a voar precisamente por cima do meu país, a uma hora da chegada ao destino. Mas os meus pensamentos continuam em Portugal porque deixei lá um assunto pendente: há poucas semanas atrás, prometi à minha amiga Ana um artigo sobre a maternidade e a escolha das mães em ficar em casa com os seus filhos. E por isso, na última hora que passei dentro deste pássaro mecânico, gostaria de partilhar convosco algumas ideias sobre este assunto, como um presente final para as minhas mulieribus.

Nós, católicas, abordamos muitas vezes a questão do discernimento vocacional, e para muitas de nós, a questão mais clara da vocação prende-se com o casamento ou o celibato. Ainda assim, numa cultura em que as crianças são algo totalmente opcional, o casamento tem vindo a separar-se cada vez mais da realidade da paternidade. Está claro que para os católicos, católicos a sério, sabemos que as crianças serão, sem dúvida, parte da equação, mas passamos pouco tempo a pensar nas complexidades de sermos mães e pais enquanto nos preparamos para o casamento.

Sugiro que nos relembremos de algumas verdades fundamentais que a nossa fé nos ensina: antes de mais, a opção de casar é a mesma opção que ser mãe. Devemos portanto considerar de que forma a maternidade irá impactar nas nossas vidas antes de dar esse passo, uma vez que estão de tal forma interligadas que vale a pena considerá-las simultaneamente. Na nossa cultura moderna, as regras para a paternidade, e especialmente para as mães, foram alteradas de forma dramática e vale a pensa deixar claras as expectativas que cada uma tem para esse aspeto essencial da vocação matrimonial.

Para nós, mulheres, uma das várias questões essenciais que nos colocamos – antes de dar o passo do casamento – é: “será que eu ficarei em casa com os meus filhos em vez de trabalhar a full-time, por um certo período de tempo?”. Depois de muitas conversas com amigas portuguesas, descobri que esta questão é especialmente difícil para muitas delas, uma vez que a cultura do país “empurra” as mães novamente para o trabalho. Eu compreendo estas hesitações e consigo relacionar-me com elas: talvez tenhas investido tanto tempo de escola para uma carreira particular, tens O trabalho, como poderás dizer adeus a tudo isso? E há mais – achas que um casal deixará de lado os dois ordenados e passar a viver de um só? Isso seria de loucos nos dias que correm. E ainda há mais: não seria terrivelmente aborrecido e pouco desafiante se, dia após dia, ficasses em casa com crianças e bebés que só choram? Agora, quero pedir-vos que ponham de lado estes clichés e considerem uma outra perspetiva..

To be continued..

Eva Marie Haine is a recent graduate of Princeton University, United States and was currently living and teaching in Lisbon, Portugal. Traduzido por Ana Ulrich.

2 comentários:

Anónimo disse...

Belíssimo artigo! E desculpem, mas é preciso pôr o dedo na ferida: surge outra questão que é a virgindade antes do casamento! As jovens não querem engravidar por isso mesmo, são jovens, e então enchem-se de pílulas contraceptivos e preservativos e "bora lá fazer como os casados" e depois, aquando do casamento querem ter filhos e as pílulas que tomaram inconscientemente proíbem -nas de engravidar.
E que tal um artigo sobre a entrega total ao outro... apenas depois do casamento?!

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Anónimo disse...

Muito boa ideia! Virá em breve, fica prometido!