terça-feira, 19 de junho de 2012

Chiara Corbella Petrillo, 28 anos

Uma mãe heróica que deu a vida pelo filho. Uma história que me impressionou sobretudo porque, de tão dramática, poderia ter sido totalmente dominada por uma tristeza e desânimo constantes. Mas não: em vez disso, vemos um casal jovem, alegre e com uma enorme confiança em que tudo concorrerá para o Bem.

Chiara Corbella casou com Enrico Petrillo em 2008 e teve duas gravidezes que resultaram na morte dos bebés Maria e Davide logo após cada parto, por força de graves malformações. Maria era anencefálica, e os pais já sabiam disto antes de ela nascer - respeitaram ainda assim a sua vida, que durou 30 escassos minutos. Chiara diz que aquela meia hora não pareceu pouco tempo, foi um tempo de inesquecível felicidade, dos maiores da sua vida, que não teria existido se tivessem optado pelo aborto. Passado um tempo, em que não desistem, chega nova gravidez: vem o Francesco a caminho, um filho sonhado desde o início do casamento de ambos. As sucessivas ecografias mostram que tudo corre bem e que o bebé é saudável mas, no 5.º mês de gravidez, é diagnosticado a Chiara um tumor na língua.

Começa uma nova série de batalhas: Chiara escolhe adiar o tratamento que poderia salvá-la mas que mataria o bebé. Sabe que corre um grave risco mortal se esperar pelo parto para se submeter a nova intervenção cirúrgica. Mas espera.

Nascido o Francesco, a 30 de Maio de 2011, começam os sucessivos ciclos de quimio e radioterapia. Ela, consumida até perder totalmente a visão do olho direito, não resiste por mais de um ano. Morreu na 4.ª feira passada, 13 de Junho de 2012, com 28 anos. Preferiu dois anos de sofrimento à morte do seu filho.

Na Missa celebrada pela sua alma, nada houve de fúnebre: foi uma grande festa, onde participaram cerca de mil pessoas, cantando e aplaudindo a sua heroicidade.

É preciso dizer que esta mulher - esta miúda - não queria morrer. Não era daí que vinha a felicidade dela. É preciso dizer também que não lhe era exigível que suspendesse os tratamentos que a curariam, ainda que com a consequência da morte do bebé que esperava: tratava-se de vida contra vida, pelo que a sua opção não seria censurada. No entanto, ela tinha bem clara a consciência de que a vida do seu filho bem valia a sua própria vida. Daí que ela tenha confiado ao marido, pouco tempo antes de morrer:


Um marido feliz e um filho sereno, mesmo sem ter a mãe por perto, são um testemunho maior do que uma mulher que venceu a doença. 
Um testemunho que poderia salvar muitas pessoas.

4 comentários:

Catarina Nicolau Campos disse...

: ) Mais uma Santa Gianna Beretta.

Ana disse...

Gosto especialmente desta:

http://www.google.co.uk/imgres?um=1&hl=en&sa=X&biw=1440&bih=707&tbm=isch&tbnid=BeX1HUKwG1WoHM:&imgrefurl=http://piangerestedigioia.myblog.it/archive/2012/06/18/le-immagini-del-funerale-di-chiara-corbella-petrini.html&docid=RjCB6dDABvsQ4M&imgurl=http://piangerestedigioia.myblog.it/media/00/02/2598076148.jpg&w=638&h=960&ei=-YjhT6TbFseV-wb6ht2zAw&zoom=1&iact=hc&vpx=403&vpy=288&dur=19&hovh=275&hovw=183&tx=114&ty=168&sig=102030466894933379120&page=1&tbnh=162&tbnw=122&start=0&ndsp=18&ved=1t:429,r:7,s:0,i:99

Linda.

Catarina Nicolau Campos disse...

Sim, que sorrisão! Já tem fama de santidade, se acontecer como a Santa Gianna, em que a Família esteve presente na Canonização, o bebé e o marido ainda poderão dizer na Terra que têm uma mãe e mulher Santa!

Catarina Nicolau Campos disse...

http://www.youtube.com/watch?v=R2txA2y3oB0

O Funeral. Que festa, o marido a cantar e os sacerdotes a beijarem com devoção o caixão. Lindo, belíssimo e tão comovente!!
E o que se dirá sempre de Chiara? Foi Mãe. No sentido mais absoluto.