sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Playboy em português

Depois do fiasco da falência, a revista Playboy volta a ser editada em Portugal no próximo mês de Abril. Muitos meios de comunicação comparam esta revista com a emancipação do feminismo (!!!)
Isto não me incomoda de todo pela a minha ortodoxia, porque nunca me envergonhei do nu e nunca poderia deixar de apreciar Botticelli e muito menos a Capela Sistina! Isto afecta sim a minha condição de mulher, a minha maneira de ver o feminismo. De que como a mulher é altamente instrumentalizada para o prazer do homem, como submetem a sua intimidade e se vendem por tão pouco.
O mais grave de tudo é que nos fazem crer que isto é uma emancipação da mulher, que isto é liberdade. Mas eu penso, num tempo que se fala imenso da desigualdade, como é que uma das formas mais vil de domínio do homem sobre a mulher pode ser considerado liberdade? Muitas vezes, normalmente, para se vender um carro utiliza-se (sim utiliza-se) em publicidade, uma mulher semi-nua, como fosse um material, um acessório ao próprio carro.
O corpo humano é das coisas mais belas e mais dignas e deve ser apreciado. O corpo tem uma complexidade tão rica, por detrás de uma cara está sempre uma alma, uma história, um sofrimento, um grande amor e isto não é um chouriço ou uma posta de carne, uma pata de porco, ou uma coelhinha, é uma vida irrepetivel, incomparável, única e sagrada

2 comentários:

Anónimo disse...

Mas há mulheres que gostam de se mostrar e de serem "pedaços de carne". Isso para elas é liberdade. Também não acho que seja dignificante, mas para elas que o fazem e não para todas as mulheres no geral.

Dita disse...

A Liberdade não é um conceito relativo definido por cada um. A Playboy é uma revista, como muitas revistas pornográficas que instrumentalizam o corpo da mulher em geral, não só daquela mulher. O conceito de dignidade é um conceito absoluto, que não depende das esferas privadas. Como p. exemplo a guerra é má para a humanidade e não para o soldado x ou y.