(Tirado d'aqui)
1. Há sempre aquele niguiri que se desfaz nos pauzinhos a caminho da soja ou a caminho da boca. Autodestrói-se e deixa um rasto com os destroços de arroz pelo caminho (isto é, uma peregrinação de nódoas pela toalha e pela nossa camisa branca);
2. Há sempre aquele rolo que se nos escapa dos pauzinhos e faz uma bomba na tigela da soja, deixando um splash de destruição à volta. E depois ainda se desfaz na tigela tipo arroz-doce e ficamos sem mais espaço para molhar. É dramático;
3. Há sempre aqueles rolos demasiado grandes para os conseguirmos mastigar com um mínimo de elegância. Obrigam-nos a bater records de distensão do maxilar e a ficar ali horas a ruminar de boca impossivelmente cheia, sem qualquer glamour. Perfeito para um primeiro date.
4. Há sempre aquele rolo que rebola sem querer para as imediações do gengibre e rapidamente se contamina com aquele satânico sabor a jardim; só notamos quando provamos e perdemos toda a alegria de viver;
5. Há sempre aquela primeira vez em que se prova sushi e se toma wasabi por guacamole e, por conseguinte, se enfia uma colher cheia pela goela abaixo, à confiança; nem todos sobrevivem para contar a história;
6. Há sempre aquela vez em que se dá uma dentada confiante no temaki e a folha de alga é tipo Chuck Norris e não se quer separar do resto; e nós ficamos ali a puxar alarvemente com as mandíbulas a tremer, a dar tudo o que temos para concluir a dentada, e entretanto já temos uma derrocada de salmão a cair pela manga abaixo. Tudo bem, alga. Venceste.
7. Há sempre aquelas sementes de sésamo que ficam irrevogavelmente presas entre os dentes e ninguém se digna a avisar-nos durante o resto da tarde
8. Há sempre aquelas verdezas artísticas a decorar o prato que nunca sabemos se são comestíveis ou impostoras de plástico. Esperamos que alguém coma primeiro não vá ser apenas bibelô;
Resumindo: comer sushi é dramático.
2 comentários:
Ri-me tanto a ler isto...
somos nós com a "Bruna Xana Afonso" a comer sushiii
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