Eu sou uma pessoa desorientada
por natureza. Graças a isso passei a conhecer imensos sítios novos. Tem piada
voltar a passar por lá e pensar “eu conheço este sítio…ah deve ter sido de
alguma vez que me perdi”.
Há caminhos engraçados e há
caminhos simplesmente aborrecidos. Há caminhos que faço sozinha com a música
aos gritos e a cantar super alto. Outros que faço com o pai a ouvir o mesmo cd
vezes sem conta, “esta é a música que a menina gosta”. Há caminhos curtos e há
caminhos compridos.
Há caminhos que são sempre iguais
e nos levam sempre ao mesmo lugar mas ao mesmo tempo parece que nos levam
sempre a um destino diferente. De tanto os percorrer já conhecemos os buracos
na estrada, os sinais, os semáforos. Bolas,
e os semáforos que ficam sempre encarnados quando estás prestes a chegar a esse
destino que é sempre diferente.
Depois há caminhos que nos fazem
deixar de fazer o caminho de sempre.
Viras e reviras o mapa à procura do norte. Dás voltas ao mesmo quarteirão. Ainda
pensas em pegar no GPS. Mas ele simplesmente já não existe. "Onde foi que eu me perdi?". Mesmo que
apanhasses o metro ou o autocarro não ias voltar a chegar lá, não vale a pena
tentar fintar a estrada. Porque aquele caminho não é mais o teu e não tens de
esperar mais naquele sinal encarnado.
Um dia quando dás por ti estás a
fazê-lo outra vez. Mas desta vez os buracos são só isso, buracos. Percebes que
só na tua imaginação é que eles eram parecidos a qualquer coisa como uma
arritmia. E aquele sinal encarnado não é mais que um tempo de espera até teres
segurança para avançar. E o caminho passa a ser só isso: uma estrada de
alcatrão. Quem sabe que te leva a um sítio para te perderes outra vez. E
avanças com confiança porque o sinal está verde.
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