sexta-feira, 22 de maio de 2015

A pior parte é voltar. 
Fazer tudo outra vez pela última vez. Fazer as malas já nem faz parte do cenário de tão breve que é a visita. 

Responder mil vezes à pergunta:
"E agora, quando voltas?
O que é que isso interessa? Estou aqui agora. E se disser que não volto?

A pior parte é voltar.
Quando já estava habituada à presença deles, às conversas, às discussões, chega a hora de dizer adeus outra vez. 

"E agora, quando voltas?

A pior parte é voltar.
No aeroporto metem as pessoas num autocarro onde quase não há espaço para o conjunto pessoa-mais-mala-de-mão. 

Eram 6 da manhã de uma segunda-feira. Pela roupa e falta de acessórios turísticos imagino que a grande maioria também levava a sua história para 10000 km de distância.   

Nestas alturas torna-se irónica a expressão "o tempo voa".

A pior parte é voltar. Evitar à força as lágrimas que não são para aqui chamadas. Pensar na casa nova, na adrenalina que o meu trabalho me dá, no porque de ficar triste se foi aqui que não me quiseram?

A melhor parte é aterrar. Voltar a enamorar-me pela língua, pelas ruas, retomar as minhas rotinas. E lembrar-me que na sexta-feira saio as 15h.

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