quarta-feira, 15 de abril de 2015

Jean Vanier: Prémio Templeton | 2015

Conhece Jean Vanier? Infelizmente são poucos os que ouviram falar do seu nome, mas o seu trabalho é simplesmente i n c r í v e l
(para mim a melhor definição de um pacifista)
Changing the world, one heart at a time!
Com um sorriso contagiante, Jean Vanier é um exemplo, pessoalmente dá-me muita esperança conhecer vidas assim!!!
Depois da Order of Canada, National Order of Québec, Legion of Honour (2003), Humanitarian Award (2001), Pacem in Terra Award (2013), foi o merecido vencedor do Templeton Prize 2015. (mais aqui)
Não resisti em publicar um pouco da sua história (créditos Aceprensa)

 
"Desde que em 1964 Vanier acolhera dois doentes na sua pequena casa de Trosly (França), as "Arcas" - como se denominam as residências e centros de dia promovidos pela sua instituição - multiplicaram-se: hoje são 147 em 35 países. Tudo começou por um encontro com um sacerdote amigo, que havia formado uma reduzida comunidade para cuidar de pessoas com deficiência mental. Depois de visitar alguns centros psiquiátricos e de observar a insensibilidade e mesmo a crueldade com que os residentes eram tratados, Vanier comprovou que a vida em comum era a melhor terapia para estes doentes. E pôs mãos à obra.
Como explica um blog do Economist, a vida de Vanier é um exemplo prático do provérbio chinês "é melhor acender uma vela do que maldizer a escuridão". Poderia ter iniciado uma campanha de denúncia nos meios de comunicação ou em relação aos políticos, mas preferiu escolher o caminho mais direto. O tempo deu-lhe razão. Além de coordenar as comunidades de "L'Arche", aos seus 86 anos dirige Fé e Luz (uma rede internacional que dá apoio e põe em contacto famílias com filhos deficientes) e Intercordia (uma associação que facilita a pessoas do Primeiro Mundo viajarem para lugares pobres para ajudar).
Segundo os estatutos aprovados em 2007, L'Arche International procura que se reconheça "o valor único de cada pessoa e a necessidade do outro que existe em todo o ser humano". O compromisso com a dignidade humana explica também a importância que a organização concede à dimensão espiritual. Em todas as comunidades os residentes e os funcionários são convidados a aprofundar este aspeto, sejam quais forem as suas crenças. À medida que L'Arche se foi estendendo pelo mundo, a raiz católica original soube adaptar-se às religiões maioritárias de cada lugar.
Olhar cara a cara a fragilidade
A vida em comunidades é um conceito essencial em todas as "Arcas". Como explicava Vanier numa recente conferência na Câmara dos Lordes, estas casas devem ser autênticos lares para os residentes e, por isso, é necessário que acolham só a uns poucos doentes. Outros preferem viver por sua conta, embora contem com centros de dia. Em alguns deles, incluso, as pessoas com deficiência desenvolvem o seu trabalho profissional. 
A sensação de lar é imprescindível para que os que vivem ali (deficientes ou não) entrem numa relação pessoal, "se olhem olhos nos olhos". Parte desse reconhecimento consiste em aproximar-se do sofrimento e da fragilidade do outro; para tal, primeiro é necessário aceitar as próprias limitações. Segundo Vanier, a integração das pessoas com deficiência mental não se consegue à base de esconder os seus problemas, mas em recordar o que estas pessoas contribuem para a sociedade.
O prémio Templeton é concedido anualmente a uma pessoa que tenha dado um contributo excecional para afirmar a dimensão espiritual da vida, mediante a sabedoria, as suas descobertas ou realizações práticas. Foi estabelecido por sir John Templeton em 1972, no valor de um milhão e cem mil libras esterlinas. "

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