A Semana Santa
é sempre uma aventura cá por casa, porque com a cachopada toda de férias, o
barulho é constante, as requisições permanentes e não há tempo para grandes
leituras nem para grandes escritas. Para além disso, resulta sempre
interessante quanto temos de explicar aos mais velhos (8 e 6 anos) o que se
celebra na Páscoa.
O Natal
resulta muito simples porque o nascimento é algo que conseguem apreender, o
verbo nascer é-lhes familiar e tudo está bem relativamente ao facto de que no
Natal se comemora o nascimento de Jesus e como tal é a festa de aniversário de
Jesus. Relativamente à ressurreição, só o nome já assusta porque não o
conseguem dizer bem logo à primeira. Para a pequenita de 4 anos, nem se fala
porque anda numa luta com os “r”, pelo que a palavra sai mesmo muito
distorcida.
Para além da
dicção, temos a questão da compreensão. Decidi ir à procura de ajuda na
biblioteca cá de casa e encontrei um pequeno livrinho com o título de “Proposta
de Catequese Familiar” do Padre Miguel Falcão e, na 14º lição, encontro as
perguntas dos meus filhos e as respostas
claras. Fala do que é a morte, do que aconteceu a Jesus depois de morto e o
significado da Ressurreição. Fico mais tranquila com a tarefa que me espera.
A Páscoa é a
festa mais importante da Igreja porque celebra o facto de Jesus ser Deus. No
Natal, celebramos Jesus que se faz Homem. Na Páscoa, celebramos Jesus que se
mostra Deus. As duas festas se completam e completam a nossa vida. Completam-se
porque unem a dimensão humana e divina de Jesus e marcam o início e o fim da
vida terrena de Jesus. Completam a nossa vida porque nos transmitem o quanto
temos de ser terrenos e divinos ao mesmo tempo.
Certamente que
hoje o grande desafio para os cristãos é viver com os pés bem assentes na terra,
mas com a cabeça bem ligada ao céu. Os cristãos não são chamados a viver uma
cultura de morte, de passividade, pelo contrário, toda a história de Jesus é um
convite à vida, à viagem. A viagem interior, a viagem exterior, porque não
chegamos sem partir, porque não encontramos sem procurar.
Este ano,
sinto este desafio de um modo muito veemente. Não tenho grandes respostas por
enquanto, mas tenho a certeza que este tempo de neblina passará e conseguirei
ver com clareza o que é suposto fazer. Como diz o Papa Francisco, a Aleluia
Pascal vai ressoar e o presente cheio de futuro vai se abrir para cada um de
nós. Alegria!
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