Finais da década de 1970, China
É aprovada a Lei do Filho Único, que impede cada casal de ter mais do que um filho. Se a lei for desrespeitada, as famílias serão punidas com severas multas. Racional? Permitir o acesso da população a um sistema de saúde e educação de qualidade (!). Exceção à regra: as famílias rurais podem ter um segundo filho, principalmente se o primeiro filho for rapariga.
Década de 2010, China
Mais de 1,3 biliões de habitantes. Prevê-se um total de 80 milhões de filhos únicos, designados pequenos imperadores. Estima-se que o número de crianças-não-nascidas, que envolve diversas técnicas para assim o serem, se situa nos 400 milhões. Vamos fazer alguns cálculos: 35 mil abortos por dia, quase todos se referem a potenciais crianças do sexo feminino, e uma proporção de rapazes/raparigas de 130 para 100.
Hoje, China
Década de 2010, China
Mais de 1,3 biliões de habitantes. Prevê-se um total de 80 milhões de filhos únicos, designados pequenos imperadores. Estima-se que o número de crianças-não-nascidas, que envolve diversas técnicas para assim o serem, se situa nos 400 milhões. Vamos fazer alguns cálculos: 35 mil abortos por dia, quase todos se referem a potenciais crianças do sexo feminino, e uma proporção de rapazes/raparigas de 130 para 100.
Hoje, China
Feng Jianmei, 22 anos e Deng Jiayuan, 29 anos. Vivem no campo e têm uma filha com 6 anos. Esperavam agora a segunda filha, com 7 meses de gravidez. De acordo com a legislação chinesa, para terem um segundo filho, os pais têm que preencher um formulário onde solicitam a autorização do Governo de Planeamento Familiar.
Aos 7 meses, 20 oficiais apareceram em casa do casal e levaram Feng. Ao que parece o casal não preencheu o dito requerimento, não sendo possível precisar de momento a razão que os levou a não o fazer. Durante 3 dias, foram enviadas mensagens à família por parte dos oficiais, a exigir o pagamento de 40.000 yuan, por forma a "fecharem os olhos" à burocracia. Deng fez todos os esforços para reunir o montante mas foi tarde demais. Ao fim dos 3 dias, contra toda a resistência de Feng, foi-lhe administrada uma injeção letal que matou a criança. Tentou suicidar-se após o aborto. Possíveis causas, para além das óbvias: colocaram a filha, já morta, ao seu lado, dentro de um saco de plástico.
Way to go, China!
Way to go, China!
4 comentários:
Li esta notícia e tive um mix de emoções... nem sei explicar!! Tristeza. O dinheiro e a burocracia superam os valores da VIDA humana!? Lembremo-nos destes casos nas nossas orações!!
Maria
Que chocante! Não há muitas palavras...
Só não percebo uma coisa: com este controle como é que eles são tantos????? Percebo que vão cair, mais cedo ou mais tarde, porque "cá se fazem cá se pagam". Cambada de anormais a quem andamos a vender as nossas mais preciosas empresas.
Queridos, circula um vídeo na internet, que eu recusei ver depois do meu marido me ter contado a história, mas que, por engano, acabei por ver há uns tempos:
China, uma menina de 2 anos, está num mercado e é atropelada na zona do ventre por um camião com as rodas da frente. O senhor vê, avança, atropela com as rodas de trás e segue.
Passam dezenas de pessoas por ela e ninguém faz nada. Julgo que é atropelada mais uma vez por um outro carro, até que uma senhora passa, arrasta-a de uma maneira tal para fora da estrada que quem está a ver fica a perceber que a menina tem a coluna partida, pela maneira como pende o tronco.
A bebé acabou por morrer já depois de muito tempo ter passado desde o atropelamento. Digo bebé, porque, para mim, até aos 5, as crianças precisam tanto de nós como os bebés.
É horrível, chocante e sobretudo doloroso. Chorei muito depois de ter visto o vídeo e tomei a resolução firme de amar e cuidar tão bem os meus bebés que possa compensar de algum modo aquilo que outras crianças e famílias sofrem noutras partes do mundo.
Julgo que o importante é perceber que temos uma parte activa nestas situações, ainda que estejamos a milhares de quilómetros.
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