sexta-feira, 19 de abril de 2013

Será...?



Foi com agrado e surpresa que recebi a medida anunciada pelo nosso Ministro da Solidariedade e da Segurança Social no passado dia 3 de Abril. Anuncia o Sr. Ministro que o estado, recorrendo a fundos comunitários comparticipará tempo que os pais trabalhadores reduzam à sua carga laboral, em prol da família.

Na prática ninguém percebeu como se vai processar e quem serão os felizes contemplados, mas esperamos todos sinceramente que esta medida queira abranger todos os pais portugueses preocupados em Educar verdadeiramente os seus filhos e não deixá-los ao cuidado de outras pessoas ou instituições grande parte das horas do dia, como muitos são “obrigados” a fazer, pois idealmente os pais devem ser efectivamente os Educadores por excelência dos filhos, cabendo à escola e outras instituições cooperar com os mesmos e não substituí-los nesta sua importante missão.

 Esperamos que possam fazer esta opção todos os pais que entendam que é muito mais importante uma hora na vida de um filho do que mais uma hora no local de trabalho. Esperamos sinceramente que esta medida não contemple apenas as famílias com baixos rendimentos, mas todas as famílias que o desejem.

 A ser verdade, pela primeira vez este governo resolve apoiar as famílias, incindindo também num grave problema do nosso país, tão pouco falado, tão grave e tão esquecido: a baixa taxa de natalidade. Portugal enfrenta já de há alguns anos a esta parte e com tendência a agravar, um verdadeiro Inverno Demográfico. Certamente muitos são os factores que levam os Portugueses a ter menos filhos, mas sem dúvida que a falta de apoios do estado às famílias e aos nascimentos está no “Top” dessa lista. Nos últimos anos o Governo tem cortado com todas as formas possíveis e imagináveis de apoio à natalidade e à Família. Muitas famílias viram desaparecer o abono dos seus filhos ou reduzir drasticamente o valor do mesmo, as licenças de maternidade deixaram de contemplar os subsídios de natal e férias no seu cálculo e por isso reduziram o seu valor, cada filho não é contabilizado como um, contando como “uma percentagem de pessoa” o que atinge todas as famílias e principalmente as famílias numerosas sendo que muitas destas vivem uma “pobreza mascarada” visto não ser tido em conta o número de elementos efectivos debaixo do mesmo tecto.

Quando os Pais se sentem competentes na sua função Parental, quando há equílibrio e estabilidade Familiar e os pais não carregam em si diariamente o peso de não estarem o tempo suficiente com os filhos ou de não lhes darem o devido acompanhamento, cresce a tão falada auto-estima, que no fundo representa uma capacidade de viver melhor, trabalhar melhor, de forma mais competente. Sentindo-se mais capaz como pai/mãe, qualquer ser humano se sente mais confiante de uma forma geral, o que obviamente se traduzirá no seu trabalho e consequentemente na produtividade do mesmo. Falamos pois da velha máxima que defende que quantidade nem sempre é qualidade, e neste caso acreditamos que menos horas de trabalho se podem traduzir numa maior produtividade dada a satisfação pessoal em poder acompanhar os filhos que nos são confiados.

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