quarta-feira, 11 de maio de 2016

[O Pintor abstrato]


Wassily Kandinsky - Russo

Viveu entre 4-XII-1866 a 13-XII-1944
Corrente artística: abstracionismo
Experiência: Pintor I Professor de aulas de pintura 
Formação: Escola de Ažbè I Curso dado por Franz von Stuck 
Percorre os vários lugares:  Bauhans I Weimar I Dessau I Berlim I França I Munique I Neuilly-sur-Seine
O que pinta: objetos que não são próprios da nossa realidade concreta exterior
Influência de outros pintores Pablo Picasso I Vincent van Gogh I Henri Matisse I Claude Monet
Característicasas telas pretendem afastar-se da realidade e chegar à transcendência através de linhas, cores, formas geométricas (círculo, quadrado, triângulo, pontos)

Wassily Kandinsky

Um autêntico artista contraciclo que não se inspira por objetos e nem por temas da natureza. Uma tela pura e perturbadora que foge da imitação e da figuração, não incluindo os seus primeiros anos de carreira em que se aproxima do impressionismo. 
A mistura da improvisação com o mundo da música faz das suas telas pequenas peças sinfónicas.A prova disso é que se inspira na ópera de Wagner e desenvolve o princípio da senestasia que se propõe em definir equivalências entre perceções de ordem diversa – imagens e sons, cheiros e sabores. Pintor que para perceber a pintura refugia-se na elevação da música. As obras estão claramente catalogados com nomes musicais. 

Um pintor excelso no jogo das cores, que casam com os sons e as harmonias que se enlaçam com estados de alma. O romantismo não podia estar melhor personificado e por isso, afirma os seus princípios em ideias espiritualistas, que derivam da teosofia e das ciências ocultas.

Kandinsky descreve o sentido da cor que imprime nas suas obras numa forma muito própria a cor é um meio para exercer uma influência direta sobre a alma.

Um homem fortemente emocional cria uma grande ligação à sua cidade natal. Nasce em Moscovo. Até aos seus 30 anos a pintura foi um escape para elevar o seu lado sonhador e romântico. Estudou Direito e Economia. Mas a pintura ganhou no jogo de interesses. Em Munique, 1896 com influência do Jugendstil, o termo alemão de Arte nova, Kandinsky segue cegamente o ramo da pintura.
Wassily torna-se fundador de pequenas associações de artistas como Phalanx, onde conhece vários pintores. 
Entre 1906 e 1908 viaja pela Europa ocupa o Salão de Outono com as suas obras e conhece mais de perto as correntes artísticas contemporâneas o fauvismo (link) e o cubismo. Durante esta viagem funda a Nova Associação de Artistas de Munique – NKVM. Com ajuda de Jawleusky, Kubin e Munter. Ainda forma outro grupo e mais conhecido – O Cavaleiro Azul, em Munique.
Com 1ª Guerra Mundial 1914 volta para a Rússia. A convite de Walter Gropius viaja para a Alemanha onde se junta à direção do Atelier de Pintura Decorativa e ao curso de iniciação de 1922 a 1933. Reencontra os seus amigos e forma último grupo – Os Quatro Azuis. Com o nazismo acaba por sair da Alemanha porque a sua obra entra na lista de arte degenerada.


Em 3 palavras a obra de Kandinsky - Romântica I Contracorrente I Abstrata


Obra
Murnau. Vista com Caminho-de-ferro e Castelo, 1909
O aplanamento das figuras e o seu tratamento em forma de silhuetas recorda as xilogravuras, que Kandinsky tanto praticou nos primeiros anos em Munique.
Improvisação VI, 1909
Kandinsky visitou Tunes em companhia de Gabriele Munter e o eco dessa viagem vislumbra-se em alguns quadros da época; daí o subtítulo africana acrescentado a esta obra, na qual o pintor prossegue a conquista da linguagem cromática que o ocupa nesta etapa da sua carreira.
Canto do Volga, 1906

O pintor evoca o ambiente das lendas populares russas da sua infância com o sentido decorativo do Jugendstil alemão. Não é estranho que acentue os elementos ornamentais- os ícones nos mastros, as carrancas lavradas das embarcações - sem perder por isso vigor no tratamento da cena.


Moscovo II, 1916
O Sol transforma Moscovo numa mancha que, como uma tuba frenética, faz vibrar todo o interior, a alma inteira (...). O último acorde da sinfonia é que eleva cada uma das cores à sua expressão paroxística e faz com que toda a cidade ressoe como um fortíssimo final de uma orquestra gigantesca. Assim descreveu Kandinsky a recordação da sua cidade natal ao entardecer. Essa apoteose sonora, salpicada de alusões às decorações cerâmicas das cúpulas, é a que este quadro reflete, pintado no seu regresso à Rússia, após o rebentar da Primeira Guerra Mundial.
Festa de Todos os Santos I, 1911
Neste mesmo ano Kandinsky faz uma versão figurativa do mesmo quadro, que aqui só reflete a sua estrutura cromática. Os planos de cor interpenetram-se numa magma de tensões direccionais sem qualquer hierarquia.
Juízo Final, 1912
A imaginação apocalítica é muito frequente nesta época de transição para a abstração. Nessa altura são o suporte - vidro - e o tratamento decorativo da moldura que remetem para o universo da cultura popular.
Alguns Círculos, 1926
As esferas e discos aparecem pela primeira vez na obra de Kandinsky na série Pequenos Mundos , de 1922. Neles encontra uma via para conciliar a disciplina analítica de Bauhaus com o o seu impluso romântico e espiritualista: o círculo não pode ser catalogado senão de romântico (...). É um bocado de gelo em que arde uma chama. Se os homens só conseguem sentir o gelo e não a chama, tanto pior para eles.
No cinzento, 1919
O caos cromático começa a organizar-se: duas manchas vermelhas e outra preta no centro da tela anunciavam a preferência pelas tensões diagonais. Os traços pretos e as formas filamentosas recordam ainda a linguagem dos quadros de Munique.

Azul Celeste, 1940
As figuras, que parecem evocar animais, remetem para o mundo dos brinquedos ou da arte popular eslava, embora a Kandinsky não o incomodassem, em geral, essas associações decorativas que a crítica fazia às vezes a essas obras.




Voltem sempre!!!





texto- from - Grandes Pintores do Século XX
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