Desde que a minha vinda ficou decidida que a minha vida sofreu uma reviravolta.
Por esta é que não esperavas.
Os meus dias que até então tinham uma rotina mais ou menos estabelecida foram achincalhados.
Primeiro as burocracias.
Tem paciência, engole os sapos e deixa a senhora das finanças ficar arrogantemente feliz porque ela é percebe do assunto.
Fazer as malas.
E agora? Como é que vou levar o meu armário às costas?
Horas de sono reduzidas com festas de despedida.
Fiquei completamente mimada com tantos abraços.
Dia 25. Dei as últimas voltas. Fechei a mala.
Percebi que a partir de agora simplificar ia ter de constar muito mais no meu vocabulário.
Fui com a mãe ao Jumbo.
Enquanto ela explorava todas as prateleiras do super-mercado eu chorava pelos corredores.
A T apareceu lá em casa para almoçar.
Habituada à confusão do costume de uma casa de família numerosa.
A caminho do aeroporto passei em Alvalade para um último adeus à S.
Desculpa, vamos ter de adiar o sonho da nossa casinha.
Bebemos uma coca-cola no parque das nações.
E a mãe obrigou-me a comer, coisa que estava difícil há vários dias.
Na fila para o check-in reconheço ao longe três cabecinhas.
Os meus olhos enchem-se de lágrimas, não posso acreditar que se vieram despedir de mim.
Furo a fila sem pensar nem pedir desculpa.
Vai ter de me deixar passar, é que tenho ali três amigas!
Num passo lento pelo aeroporto a R dizia umas piadas.
Por favor, vão me visitar rápido. Eu vou tentar vir muitas vezes!
E por fim o último passo.
Aquele que marcou o primeiro passo do princípio de uma grande aventura.
A partir daquela linha já ninguém pode passar.
As lágrimas romperam quando parei e olhei para trás para dizer adeus. E desde aí só pararam quando me sentei no avião.
Finalmente aterrei.
E aqui está a minha nova casa.
3 comentários:
=') miss you so...! És linda a escrever minha aventureira. E és linda a viver!
querida! que sorte em ter uma amiga como tu! e em relação ao aventureira: olha quem fala!
Ni quando voltas aqui????
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