domingo, 20 de novembro de 2016

A propósito do dia de hoje*, a propósito das eleições, a propósito da democracia...



(*dia de Cristo Rei)

selfishness

Crash! by Werner Knaupp
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Há cerca de dois meses estava em casa de um grande amigo meu, um homem de fé, cristão (não católico) e, por curiosidade, perguntava-lhe acerca da fé e da religião dele, como encaravam Cristo, os Santos, católicos, judeus, etc. Às tantas, a meio da conversa confessei-lhe: “Já tive Fé, já soube o que é tê-la e ter esse conforto na Fé que tu tens. E pergunto-me muitas vezes como a perdi, não faço ideia” e ainda eu não tinha acabado responde-me ele: “Não sabes como a perdeste? Não é óbvio? Perdeste-a porque não a praticaste”
Meu, aquilo bateu-me. Poucas vezes nesta minha não tão curta vida ouvi tanta sabedoria numa coisa tão simples. Porque é assim em tudo, rigorosamente tudo.
Como perdemos a paixão pelos/as parceiros/as que escolhemos? Não praticamos essa paixão. Como lhes perdemos o amor? Não o praticamos. Como perdemos amizades? Não as praticamos.
No meio disto, há esta coisa muito new age do direito a sermos felizes, nada mais interessa, “eu quero ser feliz”, “eu tenho o direito a ser feliz”, eu, eu, eu, eu isto, eu aquilo e no meio, perdemos completamente a noção do que é importante e do que nos faz realmente felizes. Que não é mais que isto: praticar a paixão, praticar o amor, praticar as amizades, praticá-las sempre. Isto implica muito mais que o eu, eu, eu, eu.
Bem sei que falar é fácil e ainda por cima não sou exemplo de coisa nenhuma. Mas aquela afirmação deste meu amigo sobre a fé, fez mais pela minha visão do Mundo e pela noção do que é a felicidade verdadeira (que não é um estado, são momentos, a felicidade como estado não existe) do que os milhares, sim milhares, de livros que já li e que todas as experiências porque passei.
Por isso, não me venham com merdas, lembrem-se da epifania do Kevin Spacey em A Beleza Americana quando tem a miúda, amiga da filha, nua na cama. E deixem-se de merdas de ir à procura da felicidade noutro sítio diferente daquele em que vocês estão. Aí onde vocês estão exactamente agora, quando lêem isto, vocês praticam o que vos faz felizes, a paixão que já conheceram, o amor que já tiveram por quem anda por aí à vossa volta? Aposto que não. E nem dais conta e eu idem. Foda-se lá a burrice.

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

E se o buraco no Japão tivesse acontecido em Lisboa...


Parece que no Japão havia um super, mega buraco na rua, daquelas cenas que se imagina só em filmes.... Mas o mais incrível, é que os Japoneses taparam o buraco em menos de 2 dias.



Vamos imaginar:  "E se o buraco no Japão tivesse acontecido em Lisboa..." (muahahahah)
Os primeiros 6 dias seriam para tratar da papelada na câmara municipal, os outros 6 dias seriam para escolher o empreiteiro, por fim passado 3 meses havia uma entidade, que pertence ao Estado, que emitia a autorização da obra. 
A obra começava, mas não demorava 2 dias, demorava 2 anos, depois haveria uma inauguração onde José Sócrates estaria presente, porque o seu Governo já previa este buraco!

Lisboa, a minha cidade, que tem autarcas apaixonados por betão.




Tradições que não falham

Bons costumes portugueses: somos óptimos a tratar bem os prisioneiros/criminosos/inimigos/Alemãs/subsidiários 
desde sempre
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 Prisioneiros alemães na I Guerra viviam nos Açores em melhores condições que a população local
 Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, acolheu um dos principais “depósitos de concentrados” alemães de Portugal na I Guerra Mundial, onde, apesar da falta de liberdade, os prisioneiros chegavam a ter melhores condições que as da população local. 13 Novembro 2016 (Lusa)

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Conclusão:



 ... A Mónica não anda de metro, nem de transportes públicos, nem de transportes... Mónica em Lisboa anda a pé, mesmo assim não anda nas horas de ponta dos turistas.

Só Há uma coisa que não Muda!


Nada se repete.......























nenhum segundo é igual ao segundo anterior






(pensamento)


QUE NADA
TE PERTURBE,
QUE NADA TE ESPANTE;
TUDO PASSA,
Só Deus
NÃO MUDA.



STA TERESA ÁVILA









Dúvidas do pôs-modernismo #6

(quando não entendes o sexo oposto é bom, porque é uma questão de ser contra a ideologia do genero)

Quando a Gillette oferece um boneco, como brinde, aos seus clientes, penso que um é sinal, bastante evidente, da indubitável imaturidade do sexo masculino...!

#EuSeiStarWarsNãoÉParaCrianças

Misericórdia.

Talvez seja o desafio mais difícil do ser humano, mas é aquele que o aproxime mais de Deus: a Misericórdia: um amor tão profundo, uma compaixão integra, sem egoísmo, generoso, sem receber nada em troca, grande e completo.
O mundo não acredita na Misericórdia, por isso mais do que nunca o mundo necessitou tanto da Misericordiosa.
Neste domingo, dia 20 dia do Cristo Rei, acaba o Jubileu do Ano Santo da Misericórdia, decretado pelo Papa Francisco. 
Faltam 4 dias, mas durante 4 dias ainda se pode fazer muitas coisas... fica aqui a sugestão:

As obras de Misericórdias são \\14// (\\7// Espirituais e \\7// Corporais) _______________________________________________________

Obras de misericórdia corporais:
1) Dar de comer a quem tem fome 
2) Dar de beber a quem tem sede
3) Vestir os nus
4) Dar pousada aos peregrinos
5) Visitar os enfermos
6) Visitar os presos
7) Enterrar os mortos
Obras de misericórdia espirituais: 
1) Dar bons conselhos 
2) Ensinar os ignorantes
3) Corrigir os que erram
4) Consolar os tristes 
5) Perdoar as injúrias
6) Sofrer com paciência as fraquezas do nosso próximo
7) Rezar a Deus por vivos e defuntos.
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(imagem tirada d'aqui)

terça-feira, 15 de novembro de 2016

“APRENDI QUE NÓS ESTAMOS AQUI PARA AMAR E SERVIR”



Dulce Frazão tem dezanove anos e uma história para contar. Está a começar o segundo ano da Licenciatura em Ciências da Comunicação, na Universidade Nova de Lisboa, tendo passado um ano da sua vida a fazer voluntariado no estrangeiro.
É alegre e decidida. Os olhos escuros e exóticos brilhavam quando se sentou na mesa do café. Durante a conversa, mostrou-se segura das suas palavras, soltando frequentemente sonoras gargalhadas enquanto revivia as experiências do último ano. A sua descontracção e expressividade não a impediram de manter, simultaneamente, uma atitude serena. Sentada à sua frente, interroguei-a sobre a viagem que realizara, com o objectivo de descobrir o impacto que tivera na sua vida.

Dulce, quando acabou o 12º ano decidiu ir um ano fazer voluntariado para o Peru e para os Camarões. O que a motivou a tomar esta decisão?

Bem, eu desde que era pequenina não sabia que curso ia escolher, nem que rumo a minha vida ia tomar. Por isso, achei que fazer esta viagem seria uma óptima maneira de me conhecer melhor.

Qual foi a reacção dos seus pais quando lhes disse que queria ir um ano para fora?
Os meus pais receberam demasiado bem (risos). Foram espectaculares!

Foi sozinha?
Sim. Completamente sozinha mas a confiar imenso nas associações que me iam receber no outro lado do mundo.

Que associações eram?
No Peru foi o instituto Condoray, que é um instituto para formação profissional da mulher. Nos Camarões estive com a APF, Association Pour La Promotion De La Femme, que organiza imensos cursos de empreendorismo. Estas associações são óptimas, pois apoiam muito as mulheres de lá, para que possam viver bem a sua vida e aprendam a geri-la.

Como confiava tanto em associações que não conhecia?
Não conhecia mas identificava-me com os valores e isso dava me muita segurança. Não iria com uma associação que nunca tivesse ouvido falar na minha vida sem recomendação nenhuma. Tinham sido recomendadas.

Quando chegou lá, ao aeroporto do Peru, o que é que sentiu? Como foi recebida?
No Peru fui acolhida por uma família portuguesa, uma semana antes de ir viver para a residência porque a minha mãe achou que ia ser um choque muito grande para mim (risos) Comecei a aprender a falar espanhol porque eu não sabia nada. Foi óptimo para poder descansar e adaptar-me.
Quando efectivamente fiz a aterragem não foi no aeroporto às 5 da manhã quando cheguei pela primeira vez ao Peru. Quando cheguei à aldeia, à residência de Condoray é que foi a minha verdadeira aterragem! (risos) Até lá, não estava muito bem consciencializada ainda do que me esperava. Foi impactante. Era tudo em espanhol, havia coisas que não percebia e a barreira da língua faz imensa diferença mas pronto, passado um mês já estava tudo bem.

Conseguiu adaptar-se à língua?
Sim é muito fácil quando se está a contactar com a língua o dia inteiro, sempre a ouvir. Eu perguntava tudo!

No Peru que tipo de voluntariado fazia?
De manhã trabalhava na residência. Fiquei na parte da cozinha. Lavava pratos, descascava batatas… Isso ajudava-me a manter os custos da estadia lá. Depois era o almoço e à tarde ia fazer promoção rural.
No início, quando comecei, ia às aldeias e tinha uns planos de actividades para os miúdos, simples e pouco estruturados. Só quando os comecei a conhecer melhor é que percebi quão preciosas eram essas horas que passava com eles para dar o máximo de mim e realizar atividades que eu considerasse boas para eles crescerem.  Se calhar não vamos mudar o mundo mas podemos fazer uma pequena diferença…

Normalmente eram crianças com poucos recursos económicos?
Sim eram pobres. Eu não sabia disto mas depois disseram-me que à medida que fiquei lá mais tempo, ia trocando para aldeias sempre mais pobres. Havia miúdos descalços, só com a mãe porque o pai os tinha abandonado, outros viviam com a avó… Algumas realidades eram um bocado duras. Sim, eram pobres. Todos. Alguns iam à escola e notava-se que os que eram mais interessados e gostavam de ler eram mais despachados naqueles jogos que nós fazíamos. Mas sabiam pouquíssimo de história e de geografia. Alguns nem sequer queriam saber. Tinham idades muito diferentes, dos 3 aos 12 anos.

Todos no mesmo grupo?
Sim.

E nos Camarões? Como era?
Nos Camarões era completamente diferente. Eu também participei num programa de voluntariado, se bem que não foi logo desde o início. Quando cheguei, sabia que a residência tinha sido instalada numa casa nova, que estavam a ter imensas obras e que eu ia ajudar no que fosse preciso.

Então ficou lá a viver?
Sim, fiquei a viver num centro para universitárias em Yaoundé. No início eu ajudava no que fosse preciso, desde catalogar a biblioteca toda e pôr os livros na base de dados a limpar.

O que é que notou em Yaoundé a nível social? Nota-se à distância as dificuldades que as pessoas passam?
Não é assim tão visível porque a maior parte dos miúdos vai a escola e vêm-se imensos, muito mais do que na Europa, todos fardados. É um costume óptimo. Nas aldeias é que se vem mais crianças na rua a brincar ou a ajudar os pais.
O povo camurenês é muito forte. Não são nada de se andar a queixar, de cabeça baixa. Podem ter um problema mas andam sempre de queixo erguido, com compostura, a rir e a fazer piadas sobre as desgraças da vida. É mesmo impressionante. Claro que eles sofrem e não escondem o sofrimento, na medida em que não fingem que não sofrem, mas também não andam a chorar pelos cantos.

Que aconselharia a alguém que estivesse a pensar embarcar numa aventura destas?
Aconselharia a ir com um plano definido e concreto do que quer fazer, de como quer ajudar e como é que quer ser útil. Mas mais importante que esse plano, é ir com uma atitude de completa disponibilidade. Isso é fantástico porque já que estamos noutro pais para ajudar, não temos nada que nos prenda para não aceitar tudo o que nos peçam.

Se tivesse que escolher uma experiência deste ano, qual é que seria a mais marcante para si?
Um projecto que fizemos durante dois meses, que se chamava “Mulheres Empreendedoras”. Eu e outras universitárias recebíamos uma formação relacionada principalmente com gestão da casa e assim, e depois cada uma, encontrava dez mães numa aldeia para ajudar com essa formação. Eu estive com uma mãe que era costureira, outra que trabalhava nos campos, outra que guardava porcos… Íamos ver se estava tudo bem e ajudávamos nas contas que fosse preciso. Foi o mais interessante porque eram conversas de meia hora de forma muito pessoal. Tinha que saber bem o que queria ensinar e dizer de uma forma simples e com exemplos muito concretos que se aplicassem à vida dessa pessoa. Quando saía de lá para apanhar os táxis colectivos e as carrinhas que houvesse para voltar para casa estava sempre demasiado feliz (risos), ficava mesmo contente no fim.

Uma experiência destas pode ser muito enriquecedora se se souber aproveitar bem. Como contribuiu este ano para a sua vida? Era uma pessoa diferente antes de ir?
Acho que era mais egoísta. Mas não posso dizer que esta experiência me mudou completamente e que tudo o que eu aprendi agora aplico a cem por cento. Não, é uma luta constante. Mas aprendi que literalmente nós estamos aqui para amar e servir. Não é possível estarmos cá e o tempo da nossa vida ser para sermos bem sucedidos, para pensar na nossa carreira, na nossa vidinha, nas nossas coisas…  Logicamente é impossível. Nós não podemos ser todos servidos, não dá.  Nós estamos aqui para amar e para nos darmos.

Se tivesse que definir esse ano numa palavra, ou em poucas frases quais seriam?
Dom. Foi um ano em que recebi muito. Foi uma dádiva. Agradeço imenso os sítios onde estive, era mesmo onde devia ter estado.

Foi um presente…
Sim, é que não foi outra coisa. Não posso dizer que foi um ano em que eu mudei a vida das outras pessoas e elas mudaram a minha porque as mudanças estão sempre a acontecer. Fez-me muita confusão perceber isso, que de um dia para o outro, nós podemos desaprender. Sair daquele “ oásis” foi uma chapada na minha humildade porque imensas coisas que eu tinha aprendido, desaprendi por não estar a aplicá-las todos os dias. Agora é reaprende-las a aplica-las, sendo que a missão não é tão concreta de voluntariado mas é um “dar “diferente: o dar da família, dos amigos, dos transportes públicos, é dar mas de outra maneira…

Como é que uma pessoa pode dar-se no dia – a - dia, no meio em que se encontra?
Eu acho que é nas coisas mais pequeninas. Estar atento às pessoas que estão ao nosso lado e às pessoas por quem passamos e que estão mais próximas. É muito importante ir às periferias e ajudar mas às vezes há pessoas que estão mesmo ao nosso lado e precisam de ajuda.

Darmo-nos também pode ter a ver com fazer aquilo que temos que fazer em cada momento?
Sim sim, é essa a ideia. Estar onde devo e estar no que faço. Estar nas precisas obrigações que temos que cumprir, dos estudos e nos sítios onde passo e com as pessoas com quem estou. E estar a 150 por cento. Onde eu estou tenho que estar.

Portanto, viver muito o presente?

Sim. Porque se não estamos a viver no presente, estamos a viver no futuro ou no passado, acabamos por estar fechados. E isso não é nada bom. Se somos precisos para estarmos aqui, é para estarmos a 150 porcento. Ou tudo ou nada não é? Não é para vivermos e fazermos meias coisas ou vivermos a meias, meia vida. Não, é viver uma vida inteira e só da para viver uma vida cheia se formos cheios em cada momento. 




Maria Calderón

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Marianne

Este post é sobre Leonard Cohen, por isso chama-se Marianne
Porque nós somos quem somos graças a quem amamos.



Para aqueles que não acreditam no amor até a fim, para aqueles que andam a marcar a agenda ocidental, para aqueles que dizem que é só um papel, para aqueles que não se comprometem, para aqueles que não amam... eis Leonard Cohen, um génio da alma humana, um visionário dos sentimentos, um jogo de escuridão e de luz:

"Chegámos a um tempo em que somos tão velhos que os nossos corpos se desfazem; penso que serei o próximo, dentro em pouco. Quero que saibas que estou tão próximo de ti que, se estenderes a mão, talvez possas tocar a minha. Sabes que sempre amei a tua beleza e sabedoria, mas não preciso de discorrer sobre isso porque já sabes de tudo perfeitamente. Quero apenas desejar-te boa viagem. Adeus, velha amiga. Todo o amor, encontramo-nos no caminho"
 (Marianne Ihlen tinha 81 anos, morreu no hospital de Diakonhjemmet, em Oslo, poucas semanas depois de lhe diagnosticarem uma leucemia)




Porque só ele sabia conjugar o verbo dançar: "Dance me to the wedding now, dace me on and on"  uma homenagem aos que acreditam.
















Por fim, a obra prima do mestre: "Love is not a victory march" isto nunca foi  tão actual.



Existem homens que não morrem. Simplesmente ficam, mesmo partindo. 
Obrigada mestre.

Alguém que deve ser famoso disse uma vez: nunca desistas


Volto (desta vez espero que seja para ficar) nestes dias a vida deu-me muitas voltas, e o mundo ainda voltas maiores. 

O balde de água fria na política internacional, as minhas eleições regionais, os meus 15 dias no desemprego, quis arrumar a casa, na verdade queria arrumar a cabeça, mudei de quarto, mas os caixotes ficaram, vi as lembranças do passado (foi mesmo bom), lembrei-me daquilo que eu queria ser, estou longe de ser essa filosofia.
Não fico triste, fico sim com mais força, com mais vontade, voltei a ser ideologia, fiz as pazes com Thomas More, é que dividimos a mesma ilha da Utopia e por vezes discutimos sobre o que devia ser, mas nunca o que é.

Na vida o que, realmente, faz falta é uma cerveja à beira mar.
That's the motto: Relativiza os problemas, absolutiza a entrega, porque gosto de ser politicamente incorrecta.