"(...) Na realidade a questão já não se centra apenas na discordância entre o Governo e alguns colégios, mas envolve outras forças: sindicatos, movimentos de professores, figuras públicas. (...) A não ser assim correm-se dois riscos: primeiro, o risco de apenas os ricos terem liberdade objetiva de escolha; segundo, o risco de a escola ser instrumento de manipulação ao serviço de uma qualquer força dominante, seja ela de que natureza for. Ao procurar utilizar o tema dos contratos de associação, mero instrumento, como catalisador de movimentos a favor ou contra a “escola pública” ou “privada” está-se a minimizar o conceito fundamental: o respeito pelas opções das famílias. (...) O Estado dizer que não tem nada contra a escola privada ou cooperativa mas não lhe dar apoio, não procurar dinamizá-la para em conjunto responderem aos desafios, é o mesmo que dizer que não tem nada contra os desempregados mas depois não lhes pagar o subsídio de desemprego nem procurar desenvolver iniciativas ativas de criação de emprego."
Raul Bessa Monteiro, A discussão sobre os contratos de associação: retórica ou ideologia?
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