terça-feira, 6 de março de 2012

Fim ou projecto Frágil em Estrutura Suspensa


Fui ao teatro, é uma coisa que gosto muito e que nos últimos anos tem sido raro. Já lá vão os anos em que os dedos do corpo não chegavam para contar as minhas idas ao teatro num ano, mas agora o tempo escasseia.
Ainda assim fui ao teatro da trindade, na passada quinta feira ver "Fim ou projecto Frágil em Estrutura Suspensa" e sinceramente gostei.
A peça é sobre o Fim, sobre vários fins. É uma peça um pouco louca, e eu como boa psicóloga que sou gostei desta loucura de 4 personagens, cada uma no seu estilo, cada uma com sua neurose, cada uma com seus fantasmas, com seus mecanismos de defesa internos (e outros mais externos).
As suas frases evocam recordações e actualidades, deixam-nos a pensar não só nelas e nas suas vidas, mas também em nós, no nosso mundo, no nosso presente e no nosso passado. A peça incomoda, arrepia, comove, faz rir, uma miscelânia de sentimentos e emoções capazes de ser sentidos numa só noite, numa sala pequena e acolhedora.
Alguém canta, elas dançam, pulam... e eu já estava cheia de vontade de ir saltar naqueles trampolins ao som de "Pump a Jam" tema da minha adolescência... Deixo aqui o repto, a quem quiser ir ao teatro! Ultima oportunidade esta quinta, sexta e sábado no Trindade à noite, Domingo à tarde, depois contem-me o fim :)
(Na imagem a minha amiga de sempre... Rita Neves, e não há palavras para descrever esta amizade*)
Alexandra Chumbo

O que resta depois do fim? E como lidamos com a percepção de um fim? Destas interrogações nasceu uma “reflexão sobre a condição humana” e a “limitação perante a morte e o universo e sobre o silêncio de Deus.”



A base foi o testemunho real de uma mulher idosa e a sua própria reflexão sobre passado e presente — os fragmentos e restos de memórias, o olhar —, que impulsionou as quatro actrizes a uma introspecção sobre as próprias vidas, medos, sonhos, percursos e escolhas.



E isso levou-as a “partir do fim e de vários fins para reflectir sobre a sua inevitabilidade”, explorando as reacções humanas. Assim surgem as personagens: uma que não sabe porque ficou, porque espera; outra que deixa a dúvida instalar-se enquanto afoga os risos e as lágrimas em água doce; uma Ofélia no centro de uma ou outra tragédia; e outra ainda que resiste e já não consegue chorar, tendo como objectivo último correr até à próxima oportunidade…

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