José Ribeiro e Castro, comentando as notícias, escreveu no seu FB um testemunho sobre a "morte assistida", ele que acompanhou por perto a incrível história do seu irmão Fernando, doente oncológico, fundador da Associação das Famílias numerosas e mentor do dia Nacional do Irmão, a história de um homem generoso que, pelo visto, teve uma "morte assistida":
Isto da "morte assistida" é uma hipocrisia e uma mentira pegada. Uma fraude deliberada de linguagem.Morte assistida é o que se passa todos os dias nos hospitais, com os doentes que são cuidados clinicamente até ao último momento. Morte assistida é o que se passa naquelas famílias que assistem e acompanham, com carinho, os seus familiares nos últimos dias e momentos de vida. O meu irmão morreu, há pouco, assistido, no hospital. A minha avó paterna morreu, assistida, em casa, quando eu era criança. É a primeira morte de que me lembro. O meu avô materno morreu, assistido, no hospital. O meu avô paterno morreu, assistido e acarinhado, em casa de meus pais. A minha mãe, a minha avó materna e o meu pai morreram todos subitamente, pelo que não foram assistidos. O médico e a família apenas puderam constatar os óbitos.Não se pode despenalizar a morte assistida, porque a morte assistida não está penalizada. A assistência na morte é um dever de todos os próximos dos moribundos: médicos, familiares, outros profissionais de saúde, cuidadores em geral. Não só é legal, como é devida.Este debate não é sobre morte assistida. Este debate é sobre eutanásia, isto é, sobre morte provocada.Também eu, se não morrer de morte súbita, ou violenta, ou de acidente, terei certamente uma morte assistida: ou em estabelecimento de saúde ou social, ou em minha casa com a família. Não temos que nos preocupar com isso. Já é assim.
José Ribeiro e Castro
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