Gira, não é?
Também é giro, certo?
E são parecidos, verdade?
Serão irmãos? Não.
Serão rapaz e rapariga, certamente? Também não!
O que diferencia então os dois grupos de fotografias? Nada. Ou melhor, somente o cabelo.
É a mesma pessoa, Andrej Pejic, sérvio e "modelo andrógena". Quer isto dizer, no mundo da moda, que tanto serve para modelo feminino ou masculino. Conforme os ângulos, dá para ser uma mulher relativamente curvilínea, embora magra, ou um machão.
E por isso faz desfiles de rapaz e de rapariga, e ninguém consegue reconhecer a diferença.
É uma achado, dirão. Mas não. Para o mundo fashion, é o prenúncio de uma nova geração de modelos, e quiçá, de pessoas. Um coisa fantástica, libérrima, hoje sou Cate, amanhã sou Mike, faço o que quero, como gosto e quando quero.
Eu tenho opinião diversa acerca desta questão.
Não sou de teorias da conspiração, mas o facto é que isto já está pensado há muito tempo. Crescemos numa era em que o bonito é ter uma cara angulosa, um corpo definido, magro necessariamente, sem gordura, ser alto, ... e tudo isto vale para rapazes e raparigas. E achamos bonito, não porque na verdade estas características encerrem alguma beleza em si, mas porque foi isto que nos bombardearam desde que nascemos.
Na publicidade, nos outdoors, nos filmes, nos jogos, nas revistas, nos livros... em toda a parte! E por isso, também nós achamos estas caras angulosas e estes corpos, lindos. Fashion, clean, hiper fotogénicos.
E não duvido que as cabeças por detrás desta cultura do falso belo tivessem como objectivo primordial o que está agora a acontecer: um "aperfeiçoamento" tal que levaria a que, um dia, não houvesse distinção entre homem e mulher, e essa qualidade estivesse à disposição das próprias pessoas, dos criadores de moda, dos empregadores, conforme der mais jeito.
Pior que triste, é assustador.
E não duvido que as cabeças por detrás desta cultura do falso belo tivessem como objectivo primordial o que está agora a acontecer: um "aperfeiçoamento" tal que levaria a que, um dia, não houvesse distinção entre homem e mulher, e essa qualidade estivesse à disposição das próprias pessoas, dos criadores de moda, dos empregadores, conforme der mais jeito.
Pior que triste, é assustador.
(Mais explicações tenho eu da razão que leva a que tudo isto seja assim tão assustador, mas não cabem na teleologia deste blog)
E cabe-nos a nós lutarmos contra nós próprios e reeducarmo-nos na nossa concepção de beleza.
É difícil, bem sei, mas ajudamo-nos uns aos outros.
Não se diga que faço aqui o Elogio da Gordura, qual Erasmo, que não sou humanista de tal categoria, nem a minha obesidade chegou a tamanho ressabiamento, nem o objectivo é outro senão o de procurar que todos nós vivamos condignos com a nossa natureza e sejamos, por fim, felizes.
Mas é facto que NÃO PODE ser relevante uma pessoa ser magra. É importante que seja saudável, que respeite o seu corpo...mas é importante também aprendermos a reconhecer a beleza noutras formas...mais redondas. Sem depreciações nem grandes esforços, porque ela, a beleza, nessas formas já existe. O problema somos nós. E o nosso verdadeiro pré-conceito de que o redondo não é desejável, nem clean, nem fotogénico ou fashion.
4 comentários:
Isto é mentira, os homens nas imagens não são todos o Andrej Pejic, apenas o da direita, que é a imagem em que se vê pior. Se é para fazer posts destes ao menos que se acerte os factos. O da esquerda chama-se River Viiperi e o de baixo Tim Ruger (o Google às vezes é útil).
Independentemente de ser ele ou não em todas as fotografias - isso não me parece ser muito relevante naquilo que tentaste mostrar com este post - acho que esta história, que eu já conhecia bem, mostra o relativismo absurdo em que nos andamos a meter. Até já ser homem ou ser mulher é relativo.
Caro Anónimo, se se quiser revelar e dar-me o seu mail, dar-lhe-ei as fontes que afirmam que nestas fotografias está o Andrej Pejic.
Encontrei dezenas, postei aqui as três imagens mais pequenas.
Parabéns! O primeiro sinal de que um blogue tem influencia é que digam mal dele. Por isso aqui deixo ao senhor anónimo o endereço do meu blogue para ir lá dizer mal, que tem muito material para o efeito. O endereço é http://fashionstatement-mulherescomestilo.blogspot.pt/ . Como ando ansiosa que digam mal e que até me chamem de nomes, era um favor que me fazia ir lá: dizer mal, chamar-me de nomes, o que quiser! Quanto a este ser andrógino? híbrido?, o último trabalho que lhe vi foi vestido de noiva para uma marca espanhola de vestidos de noiva (Rosa Clara, para que saibam). E estava lindo ou linda, nem sei dizer o "género". Mas o que eu penso é nele. E tenha imensa pena dele. Agora anda numa de ludribiação, acha-se bonito - e é (na forma feminina com fotoshop e maquilhagem é!) - e depois? Que vai ser dele? Quem lhe vai dizer quem é? Quem o vai ajudar quando as portas se lhe começarem a fechar porque passou o prazo? Porque, por mais que falem dele, anda aqui a prazo e prazo curto. O que eu gostava de o ajudar! Porque o problema quem o vai sofrer, na pele e na cabeça, vai ser ele. Não somos nós que, mais curva, menos curva, andamos bem arreadas (de cabeça ... e do resto também).
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