Hoje falo-vos do coração. A Pilar faz um ano.
Nasceu no dia 11 de Maio, e no ano anterior, no mesmo dia, nas mesmas horas, tive a graça de estar side by side com o Papa Bento XVI. Eu, o padrinho da Pilar, e muitos outros nossos amigos, que por terem certas funções nessa visita, puderam usufruir de uma situação privilegiada. Foram dias únicos, esses.
E este, o ano passado, voltou a ser um dia único. Num parto que, à distância, posso dizer que foi difícil, doloroso e deixou sequelas. Mas nada se passou assim. Para mim, tudo foi mágico. Aconteceu com o timing certo, tudo concorreu para o nosso bem estar físico e psicológico, e não podia ter sido melhor. Às 16h21, numa cesariana complicada, a nossa bebé nasceu. E tudo mudou.
O Miguel acompanhou sempre todo o processo. E enquanto eu, tremendo de medo e descompensada, era aberta, segurou-me nas mãos e disse-me coisas lindíssimas que a anestesia não permitiu recordar em bloco. Mas lembro-me das ideias principais: que a Pilar era personificação do amor que tínhamos um pelo outro, mas que eu era a sua mulher e portanto seria sempre a sua prioridade. Porque sem um dos dois, deixa de haver frutos. Que era a primeira de muitos, se Deus quiser. Que amava desde logo o amor que tinha por mim, o nosso amor, a Pi. E que vê-la nascer e crescer seria como ver o nosso amor a nascer e crescer também.
Assim que ouvi o choro da bebé, sorri espontâneamente e não voltei a tirar-lhe a vista de cima.
Por isso, deixem-me falar-vos da minha filha.
Pilar, Maria do Pilar, em honra de Nossa Senhora do Pilar, a quem fui devotamente consagrada, em Saragoça, quando era pequena. Nasceu e no mesmo dia fez saber que quando chorava e dizia "Nanh" queria leitinho. É assim até hoje. "Nanh" ficou leitinho. No dia 2 já franzia o sobrolho, com ar zangado. Antes de fazer um mês já estava baptizada, e talvez por essa razão o afecto que hoje tem pela Cruz lhe seja tão genuíno. E aos 4 meses atirou pela primeira vez os óculos do avô ao chão. Aos 6 já gatinhava e no dia 6 de Janeiro de 2012 disse: "Maaa-maaa". Agora já diz muito mais, quase anda e está a formar a sua personalidade. Extremamente teatral, devo dizer. E por isso, com montes de graça.
É o nosso pequeno tesouro, o primeiro de muitos, esperamos, porque a grandeza deste nosso amor tende necessariamente a perpetuar-se. Transborda qual copo de água cheio. Cheio de alegria, felicidade, dificuldades, dor, VIDA! Cheio de amor e, no nosso caso, isso significa que está cheio de Deus.
E por isso a Ele agradeço os dons que temos recebido -a vida da Pilar, o nosso casamento, os nossos amigos.
E por isso a Ele agradeço os dons que temos recebido -a vida da Pilar, o nosso casamento, os nossos amigos.
7 comentários:
Muiiiiiiitos PARABÉNS! :)
E é tão bom, mesmo sem a conhecer, saber que dá graças pela Vida :)
Parabéns!
Nos dias de hoje, por vezes sinto, que poucas pessoas falam tão abertamente da felicidade. É bom de ler :)
Muitas Felicidades :)
Querida Cate, adorei a forma como falas sobre a Pilar e sobre o teu casamento! Sabes tantos pormenores sobre o crescimento dela, que hoje em dia vejo em poucas mães: parece que a maternidade não as pode afetar, não podem deixar-se enternecer pelas palavras ou pelos gestos daquele bebé que, no entanto, é seu para tratar e educar. Parece que não podem engordar um kg a mais que seja, e que os que ganham têm de ser perdidos antes de o bebé nascer. Para depois serem aplaudidas por "nem se notar que tiveram um filho". Queremos ser mulheres bonitas, mulheres elegantes, mulheres interessantes. E a maternidade é um mais em tudo isso. Parabéns por uma filha tão querida que é reflexo dos pais que tem!
Obrigada, Teresa!!
Obrigada! Temos mesmo que dar graças pela Vida e não nos queixarmos só; há que dar graças pelas coisas boas que vamos vivendo!
Um beijinho grande!
Querida Padrinha, este teu comentário dava um post.
É mesmo verdade: há cada vez mais falta de generosidade. E as pessoas esquecem-se de que para amar verdadeiramente, é preciso conhecer. É simultaneamente causa e efeito, porque o amor pede sempre mais conhecimento, mais tempo, mais de nós.
Um beijinho grande!
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