quinta-feira, 22 de junho de 2017

Sanjoaninas 2017

As sanjoaninas são (as minhas) festas especiais. Enquanto não escrevo o meu aqui fica o artigo do meu companheiro das touradas, Miguel de Sousa Azevedo, do famoso Blogue Porto das Pipas:





Dias de Festa

Angra do Heroísmo fervilha por estes dias. Ano após ano é assim, e até o tempo tem ajudado aos contrastes, com manhãs sombrias e tardes de verão puro, daquelas em que rogamos pragas ao facto de estarmos a trabalhar...

O São João é já bem mais que uma espécie de padroeiro da nossa cidade património mundial - a única nos Açores e a primeira de Portugal, só para relembrar alguns... -, é uma instituição. Se os folguedos demonstram bem o espírito do nosso povo, nunca é demais frisar que as Sanjoaninas marcam o calendário a vários níveis: Político, económico e social. E de forma cada vez mais vincada.
Na Política, e especialmente em ano de Autárquicas como o presente, porque são o período latente para limpar armas e começar a esgrimir argumentos. Isto para os que se lançam na busca da eleição. Para o poder instalado, há que lançar também...mas alguns concursos - quase todos - e autorizações, e programas, de forma a parecer que quase tudo foi feito a tempo e horas. Também em tempo de festas, o povo leva passes e escorrega...

Na Economia, porque é inegável o impacto que as festas têm. Vem gente de fora, vem gente de perto, e sai de casa gente aqui do lado, que no restante ano nem sequer costumamos ver. As tascas e tasquinhas surgem em cada canto, os hotéis enchem, a cerveja corre pela cidade voraz como um tsunami.

Na vertente social nem é preciso explicar. Há uma disposição diferente nas pessoas durante estes dez dias - que este ano até são onze... -. É fácil sorrir, é fácil esquecer os impostos e as agruras da vida terrena. É fácil despejar a carteira e chegar a casa sem sentir remorsos. Até é fácil aceitar que uns espertalhões tenham acorrentado cadeiras no passeio para verem as festas. Tudo se facilita em tempos de São João, na cidade património mundial dos Açores. São tempos que se escondem das crises, arreganhando os dentes numa descarada satisfação.

Valha-nos este santo. Que ele nunca nos falte. Porque é tão bom conviver com ele.
Boas festas, Angra. Afinal e sempre a cidade dos nossos encantos.



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