Foi com agrado e surpresa que recebi a medida anunciada
pelo nosso Ministro da Solidariedade e da Segurança Social no passado dia 3 de
Abril. Anuncia o Sr. Ministro que o estado, recorrendo a fundos comunitários
comparticipará tempo que os pais trabalhadores reduzam à sua carga laboral, em
prol da família.
Na prática ninguém percebeu como se vai processar e quem
serão os felizes contemplados, mas esperamos todos sinceramente que esta medida
queira abranger todos os pais portugueses preocupados em Educar verdadeiramente
os seus filhos e não deixá-los ao cuidado de outras pessoas ou instituições
grande parte das horas do dia, como muitos são “obrigados” a fazer, pois
idealmente os pais devem ser efectivamente os Educadores por excelência dos
filhos, cabendo à escola e outras instituições cooperar com os mesmos e não
substituí-los nesta sua importante missão.
Esperamos que
possam fazer esta opção todos os pais que entendam que é muito mais importante
uma hora na vida de um filho do que mais uma hora no local de trabalho.
Esperamos sinceramente que esta medida não contemple apenas as famílias com
baixos rendimentos, mas todas as famílias que o desejem.
A ser verdade,
pela primeira vez este governo resolve apoiar as famílias, incindindo também num
grave problema do nosso país, tão pouco falado, tão grave e tão esquecido: a
baixa taxa de natalidade. Portugal enfrenta já de há alguns anos a esta parte e
com tendência a agravar, um verdadeiro Inverno Demográfico. Certamente muitos
são os factores que levam os Portugueses a ter menos filhos, mas sem dúvida que
a falta de apoios do estado às famílias e aos nascimentos está no “Top” dessa
lista. Nos últimos anos o Governo tem cortado com todas as formas possíveis e
imagináveis de apoio à natalidade e à Família. Muitas famílias viram
desaparecer o abono dos seus filhos ou reduzir drasticamente o valor do mesmo,
as licenças de maternidade deixaram de contemplar os subsídios de natal e
férias no seu cálculo e por isso reduziram o seu valor, cada filho não é
contabilizado como um, contando como “uma percentagem de pessoa” o que atinge
todas as famílias e principalmente as famílias numerosas sendo que muitas destas
vivem uma “pobreza mascarada” visto não ser tido em conta o número de elementos
efectivos debaixo do mesmo tecto.
Quando os Pais se sentem competentes na sua função
Parental, quando há equílibrio e estabilidade Familiar e os pais não carregam
em si diariamente o peso de não estarem o tempo suficiente com os filhos ou de
não lhes darem o devido acompanhamento, cresce a tão falada auto-estima, que no
fundo representa uma capacidade de viver melhor, trabalhar melhor, de forma
mais competente. Sentindo-se mais capaz como pai/mãe, qualquer ser humano se
sente mais confiante de uma forma geral, o que obviamente se traduzirá no seu
trabalho e consequentemente na produtividade do mesmo. Falamos pois da velha
máxima que defende que quantidade nem sempre é qualidade, e neste caso
acreditamos que menos horas de trabalho se podem traduzir numa maior
produtividade dada a satisfação pessoal em poder acompanhar os filhos que nos
são confiados.
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