Achas que é o fim do mundo. Porque é mesmo o fim do mundo.
De repente, cai-te o mundo aos pés, tudo tão inesperadamente. Tão inesperado que na verdade era bem esperado. Mas é curioso- mesmo o que é esperado pode ser uma surpresa, e das desagradáveis.
O mundo acabou e não sabes o que fazer. E agora? Esse teu mundo partiu-se aos bocadinhos, desfez-se por completo. Ainda pegas na supercola e te armas em heroína- "lutar até ao fim- vou colar isto tudo!" Mas começas a pensar melhor. Será que vale a pena gastar a supercola nesse mundo? Olha que ela ainda foi cara...
Não. Porque há coisas pelas quais não vale a pena lutar. E é mesmo uma pena. É uma pena porque te enganaste, e a culpa é tua e de mais ninguém. Não te preocupes, todos nós cometemos erros.
Pode-te custar horrores, mas o melhor mesmo é pegar na vassoura.
E já não é isso que interessa. O que interessa é o agora. O agora é uma página em branco.
E finalmente vais ter a oportunidade de pegar naquela caixa de lápis de cera que tinhas tão bem guardadinha naquele cantinho, e na caixa dos guache, e na caixa das aguarelas, e na caixa das canetas, e na caixa dos carimbos, e na caixa das canetas com cheiro, e nas esferográficas, e nas lapiseiras, e na tesoura- e fazer o que te der na real gana.
E começas a pintar, a desenhar, a rabiscar, a cortar, a colar, a coser, e de repente percebes.
Percebes que o projecto de vida que tinhas em mente já não vai acontecer- e não faz mal.
Percebes que tens uma família extraordinária que te adora.
Percebes que tens amigas e amigas e amigas que só te querem ajudar.
Percebes que tens viagens a chamar por ti.
Percebes que tens projectos para concretizar.
E percebes que afinal até vale a pena. Porque percebes o essencial do teu novo mundo: é Ele.
E desde que não te esqueças d'Ele, e o fizeres sempre com Ele em mente- tudo vai correr bem.
É mesmo mesmo pena. Mas não vale a pena. Mas Ele sim, Ele vale bem a pena.
quarta-feira, 27 de março de 2013
segunda-feira, 25 de março de 2013
Uma viagem para Roma, se faz favor
Saí às 7h25. O caminho de casa
até ao metro são quatro minutos que, bem contados, dão para pensar em muita
coisa. Na minha mão, o guarda-chuva, mas nesse dia estava sol; nos meus olhos,
as olheiras de sempre devidamente camufladas; na minha cabeça, as notícias que
acabara de ouvir na rádio: a greve do metro tinha sido desconvocada – boa!, já
não ia demorar três horas e meia a chegar ao meu destino - a greve da TAP também
foi cancelada – boa!, as minhas amigas que, em breve, partiriam para Roma para
passar a Semana Santa, também não iriam demorar três dias e meio a lá chegar. E
iam ver o Papa Francisco! Que sorte, o Papa Francisco… a amizade é
“ um mútuo guardar-se na intimidade, no respeito e no bem”… como não
guardar todas as suas palavras! E que sorte puder ouvi-las de perto! Por mim, também
ia com elas, mas duvido que o meu passe desse para chegar até lá.
Às 7h29 entro na estação. Quando
passo pelas máquinas dos bilhetes sou interpelada por alguém:
- Psssttt, menina. Podia ajudar-me a comprar uma viagem para Roma, se
faz favor?
E eu? Nada. Apenas silêncio e
perplexidade como quem pensa “minha
senhora, isso também eu queria, mas a máquina infelizmente não o permite.
Resta-nos mandar lá o coração enquanto ouvimos o Papa pela televisão”.
- … Roma-Areeiro, menina!
Lá lhe comprei o bilhete.
Às 7h35 sentei-me no comboio. A senhora do bilhete estava à minha frente. Sorrimos. Quanto a ela não sei, mas
quanto a mim… o que me fez sorrir não foi a coincidência dos lugares, nem tampouco os absurdos devaneios da minha imaginação. Foi ter a grande sorte de saber
que, quando queremos, todos os caminhos
vão dar a Roma.
domingo, 24 de março de 2013
sexta-feira, 22 de março de 2013
Dia Mundial da Trissomia 21
Ontem, 21 de Março, foi o Dia Mundial da Trissomia 21.
Lógico que parecendo-me muito bem que se lute pelos direitos das pessoas com trissomia 21, que se combata a discriminação contra estas pessoas, que haja um esforço no sentido de as incluir o melhor possível nas vivências da sociedade, me impressiona que se fale pouco de um direito básico de todas as pessoas e, por isso, também das pessoas com trissomia 21, que é o seu direito à vida! Até às 24 semanas de vida - sim, vida! - os bebés com trissomia 21 correm sérios perigos de perder esta vida, uma vez que a nossa legislação, neste caso (e noutros!) esquece que um dos seus objetivos é proteger os mais fracos e débeis e, até esta data, permite a morte do embrião. Desta discriminação pouco ou nada se fala. Incrível a incoerência que é falar-se tanto em tolerância, em aceitar o outro com as suas diferenças, como ele é, com as suas qualidades e defeitos, todos diferentes, todos iguais... e como na prática há pouca aplicação.
Barbarella- O Novo Blow Dry Bar
O conceito já existe "lá fora", mas só agora chegou a Lisboa, pelas mãos de Antony Millard: o primeiro blow-dry bar de Portugal.
O melhor mesmo é deixá-los explicar:
É no Largo da Trindade, alí no Chiado, nº15.
1. Escolhe-se do menu fixo (afinal de contas é um bar!), e depois o "blow out" que se quer, do menu que vai mudando de estação para estação.
THE MENU
BARBARELLA Blow Out
Com lavagem, massagem, secagem
e penteado.
18€
Red Carpet please
Tratamento Oil Miracle que inclui
lavagem, massagem, tratamento,
secagem e penteado.
22€
Boyfriend is Waiting
Sem lavagem, apenas penteado
e styling.*
14€
2. Também há manicure! O Essie Nail Bar (como indica o nome) só trabalha com os produtos Essie.
ESSIE Nail Bar
Super Star manicure com assinatura Essie. Todos os produtos utilizados, desde vernizes, base coat, top coat, removedor, tudo Essie.
12€
Super Star manicure com qualquer serviço
de Blow Dry Bar 8€*
3. Para as marcações feitas de 2ª-5ª antes do meio dia oferecem o pequeno-almoço. De resto, a primeira bebida é sempre oferta! (WHAT???)
O melhor mesmo é deixá-los explicar:
"Barbarella é o primeiro Blow dry bar de Portugal. Com a
assinatura de Antony Millard, proprietário do salão Facto BA, este espaço é um
paraíso para todas as raparigas e mulheres! Além da lavagem, tratamento e penteados dos teus cabelos, a Barbarella também é um Essie
Nail Bar, onde
podes arranjar as tuas unhas. E como o próprio nome indica...Barbarella é um bar! A primeira bebida é oferta, e poderás escolher
entre sumos, vinho, chás. A partir de agora, não há desculpa para não te
sentires fantástica todos os dias!"
É no Largo da Trindade, alí no Chiado, nº15.
1. Escolhe-se do menu fixo (afinal de contas é um bar!), e depois o "blow out" que se quer, do menu que vai mudando de estação para estação.
THE MENU
BARBARELLA Blow Out
Com lavagem, massagem, secagem
e penteado.
18€
Red Carpet please
Tratamento Oil Miracle que inclui
lavagem, massagem, tratamento,
secagem e penteado.
22€
Boyfriend is Waiting
Sem lavagem, apenas penteado
e styling.*
14€
2. Também há manicure! O Essie Nail Bar (como indica o nome) só trabalha com os produtos Essie.
ESSIE Nail Bar
Super Star manicure com assinatura Essie. Todos os produtos utilizados, desde vernizes, base coat, top coat, removedor, tudo Essie.
12€
Super Star manicure com qualquer serviço
de Blow Dry Bar 8€*
3. Para as marcações feitas de 2ª-5ª antes do meio dia oferecem o pequeno-almoço. De resto, a primeira bebida é sempre oferta! (WHAT???)
quinta-feira, 21 de março de 2013
Fatos-de-banho!
Não me venham cá com tretas- sei muito bem que já andam todas à coca....
Eu não faço de todo guerra ao biquini- acho que quem tem figura para isso, e se sente à vontade, faz muito bem em usar biquini. Agora- não haja dúvida de que o fato-de-banho voltou à moda, é bem mais elegante (é sim senhora, não inventem), e (por vezes!) bem menos revelador. Temos é um piqueno grande problema: onde comprar? É muito mais difícil encontrar um fato-de-banho giro que encontrar um biquini giro.
Portanto aqui ficam algumas sugestões:
Oysho Verde 27,99€ H&M Preto 19,95€
Topshop Encarnado/Cor-de-rosa 42€ Topshop Verde Esmeralda 42€
Asos Preto 38.96€ Asos Encarnado 45.45€
Eu não faço de todo guerra ao biquini- acho que quem tem figura para isso, e se sente à vontade, faz muito bem em usar biquini. Agora- não haja dúvida de que o fato-de-banho voltou à moda, é bem mais elegante (é sim senhora, não inventem), e (por vezes!) bem menos revelador. Temos é um piqueno grande problema: onde comprar? É muito mais difícil encontrar um fato-de-banho giro que encontrar um biquini giro.
Portanto aqui ficam algumas sugestões:
Oysho Verde 27,99€ H&M Preto 19,95€
Asos Preto 38.96€ Asos Encarnado 45.45€
segunda-feira, 18 de março de 2013
E não é que...
...o meu jogador de futebol preferido é o mesmo do Papa Francisco!!! Chama-se Beto Acosta, também conhecido como "El Matador" e foi um ídolo do San Lorenzo (clube de Almagro, região onde vivia o Santo Padre) e do meu Sporting!
Sim, isto não é minimamente interessante, mas achei uma coincidência muito engraçada
Nesta fotografia, Bergoglio entrega a Acosta um prémio depois de o jogador se retirar do clube. Aquando da entrega, disse-lhe: "Porque acabaste a carreira? Tens de voltar, vamos precisar dos teus golos!"
Este fim de semana, o San Lorenzo entrou em campo com uma pequena fotografia do Papa Francisco estampada na camisola e com a seguinte frase: "Papa Francisco, rezamos por si. Reze também por nós!" O clube já não ganhava há alguns jogos e o Santo Padre lá terá outros assuntos mais importantes com que se preocupar...mas o certo é que o clube ganhou e deve ter dado uma "pequena grande alegria" ao seu sócio mais famoso!
sábado, 16 de março de 2013
Durante um tempo existimos
até que chega o dia, não sabemos quando nem como, em que acabamos de existir. Deixamos por cá o que foi nosso: os livros, as roupas, a bimby, a caneta preferida, os brincos da tetra-avó que tivemos tanto medo de perder… tudo o que tivemos fica por cá e só levamos o que fomos.
Ora no
que diz respeito a pertences terrenos, o Sr. Mota tinha muitas coisas e,
aparentemente também tinha saúde para dar e para vender até ao dia em que
decidiu ir à farmácia e medir a tensão arterial. Nesse dia, veio à consulta muito
angustiado com os resultados.
Sr. Mota, tem cuidado com a sua alimentação?
– perguntei-lhe.
Doutora: impecável. São hortaliças e grelhados. Zero doces. Nem tempero
a alface. Sempre sopa. Zero gorduras. Pão integral. Tudo sem sal. Fiambre de
perú. Meia peça de fruta. Meia batata cozida. Meia colher de arroz.
E eu, meia abananada, jamais lhe poderia dizer, mas pensei que também nós
vamos acabar por deixar por cá a nossa saúde: os rins maravilhosos porque toda
a vida bebemos muita água; a coluna alinhada porque toda a vida endireitamos as
costas; os pulmões perfeitamente arejados porque, por amor à vida, deixamos de
fumar. Enfim, coisas que um médico deve evitar pensar para não se frustrar.
E porque nem só de batatas vive o
homem: e álcool, bebe?
Não doutora, bebo muita água. Duas vezes ao dia, a seguir às refeições,
ponho um bocadinho de uísque num copo e depois encho o resto com água. Doutora,
água faz bem, não faz?
Acenei que sim com a cabeça, fiz
o ar mais sério que consegui e ficámos conversados. Passamos então à parte da
observação que, para além de permitir conhecer muitas coisas do estado geral do
doente, também é um excelente instrumento de mimo: medir a tensão é como se
fosse um beijinho, auscultar o coração e os pulmões é quase igual a dar-lhes um
abraço. E enquanto se mima vão-se deixando cair as perguntas mais difíceis:
Então e o Sr. Mota teve uma boa infância? Considera
ter tido uma boa relação com os seus pais?
Doutora, muito boa! Eramos muito unidos. Até
já comprei uma campa em frente à deles ali no Cemitério de Benfica para
ficarmos juntos para sempre.
É que a
história é sempre a mesma: durante um tempo existimos, mas depois há um dia,
não sabemos quando nem como, em que deixamos se existir. Tem toda a razão
quando diz que é para sempre, mas o que é que é para sempre, que parte de nós verdadeiramente
nunca acaba? Que tesouros devemos acumular nesta vida, entre rins, bimbys e afins? A que é que temos que aspirar
para além do metro quadrado no Cemitério de Benfica?
Sr. Mota: um lugar
debaixo da terra ou um lugar no alto dos Céus?
quarta-feira, 13 de março de 2013
Foodie: Restaurante Tomo
Este é o restaurante Tomo: http://www.tomo.pt/.
É aconselhado cinquenta mil vezes na Time-Out. (Literalmente em todas as edições...)
Tanto insistiram tanto insistiram que eu achei "vá, vamos lá dar-lhe uma segunda oportunidade".
Achei uma óptima oportunidade para fazer o primeiro post "Foodie".
E lá fomos, a minha Mãe e eu. Pois.
Tipo: Japonês.
Pedi: Um combinado de sushi e sashimi (um bocadinho de tudo portanto).
Serviço: Mau. Não há paciência quando parece que nos estão a fazer um favor.
Ambiente: Era uma antiga cervejaria. Continua a ter ambiente de cervejaria, mas serve sushi.
Variedade: Uma extraordinária e infinita variedade. Tanta tanta que até irrita. Não há coisa pior que me possam fazer que dar-me um daqueles menus de plástico pegajosos com listas e listas infindáveis de coisas. É só frustrante!!
Localização: Algés. De fácil acesso.
Quantidades: No mundo do sushi isto é difícil de avaliar, é o que é! Normal.
Preço: Bastante caro. Não serve para se ir almoçar. Com "caro" digo que pagamos mais do que o almoço valia.
Repetir? Não.
Vá, acho que estou a ser mazinha. Eis a minha teoria: o Tomo é um restaurante genuinamente japonês (no que toca ao que serve, porque o sítio em si...). E nós estamos mal habituados. Habituamo-nos ao sushi que achamos ser o original, quando de facto é sushi de fusão. Portanto quando nos espetam o verdadeiro sushi à frente, a coisa nem sempre corre bem. Mas foi verdadeiramente uma desilusão; o restaurante perdi imenso com a falta de ambiente e o mau serviço.
É aconselhado cinquenta mil vezes na Time-Out. (Literalmente em todas as edições...)
Tanto insistiram tanto insistiram que eu achei "vá, vamos lá dar-lhe uma segunda oportunidade".
Achei uma óptima oportunidade para fazer o primeiro post "Foodie".
E lá fomos, a minha Mãe e eu. Pois.
Tipo: Japonês.
Pedi: Um combinado de sushi e sashimi (um bocadinho de tudo portanto).
Serviço: Mau. Não há paciência quando parece que nos estão a fazer um favor.
Ambiente: Era uma antiga cervejaria. Continua a ter ambiente de cervejaria, mas serve sushi.
Variedade: Uma extraordinária e infinita variedade. Tanta tanta que até irrita. Não há coisa pior que me possam fazer que dar-me um daqueles menus de plástico pegajosos com listas e listas infindáveis de coisas. É só frustrante!!
Localização: Algés. De fácil acesso.
Quantidades: No mundo do sushi isto é difícil de avaliar, é o que é! Normal.
Preço: Bastante caro. Não serve para se ir almoçar. Com "caro" digo que pagamos mais do que o almoço valia.
Repetir? Não.
Vá, acho que estou a ser mazinha. Eis a minha teoria: o Tomo é um restaurante genuinamente japonês (no que toca ao que serve, porque o sítio em si...). E nós estamos mal habituados. Habituamo-nos ao sushi que achamos ser o original, quando de facto é sushi de fusão. Portanto quando nos espetam o verdadeiro sushi à frente, a coisa nem sempre corre bem. Mas foi verdadeiramente uma desilusão; o restaurante perdi imenso com a falta de ambiente e o mau serviço.
segunda-feira, 11 de março de 2013
domingo, 10 de março de 2013
quinta-feira, 7 de março de 2013
Sofrer por antecipação
Há um ano deu-lhe um anel como
quem diz sou teu. E ela, sem hesitar,
respondeu claro que sim, porque há
nove anos que esperava dizer sim.
Não há dúvida de que querem ser um para o outro e é a certeza disso que os faz muito felizes e capazes de enfrentar qualquer dificuldade. São muito iguais em certas coisas, nas fundamentais, nos ideais. Mas nas outras é tudo diferente: nos passeios, nas cores, nos filmes, nas pipocas - ela é mais doce, ele é mais salgado; na maneira de agir - ele é mais do tipo preto no branco, enquanto, para ela, há toda uma incrível gama de cinzentos para contemplar.
Mas sempre tiveram um problema. Enquanto ela vive no seu jardim na estratosfera até cair nos acontecimentos, ele vive nos factos com um realismo notável reagindo a tudo por antecipação.
Então, três dias antes de ela partir, ele já deprimiu. Em vez de aproveitar plenamente todos os minutos para estar com ela, dá-lhe para a melancolia e, porque nunca perde a compostura, justifica-se com estas pérolas: a situação dos que ficam é sempre mais triste do que a dos que partem. Partir é um movimento que dissipa, e nada distrai as pessoas que ficam.
Nunca voltarei,
Nunca voltarei porque nunca se volta.
O lugar a que se volta é sempre outro,
A gare a que se volta é outra.
Já não está a mesma gente, nem a mesma luz...
Não há dúvida de que querem ser um para o outro e é a certeza disso que os faz muito felizes e capazes de enfrentar qualquer dificuldade. São muito iguais em certas coisas, nas fundamentais, nos ideais. Mas nas outras é tudo diferente: nos passeios, nas cores, nos filmes, nas pipocas - ela é mais doce, ele é mais salgado; na maneira de agir - ele é mais do tipo preto no branco, enquanto, para ela, há toda uma incrível gama de cinzentos para contemplar.
Mas sempre tiveram um problema. Enquanto ela vive no seu jardim na estratosfera até cair nos acontecimentos, ele vive nos factos com um realismo notável reagindo a tudo por antecipação.
Então, três dias antes de ela partir, ele já deprimiu. Em vez de aproveitar plenamente todos os minutos para estar com ela, dá-lhe para a melancolia e, porque nunca perde a compostura, justifica-se com estas pérolas: a situação dos que ficam é sempre mais triste do que a dos que partem. Partir é um movimento que dissipa, e nada distrai as pessoas que ficam.
Ela exprime o seu lado mais
sensato ao sugerir-lhe: pensa no “agora”
sem te lembrares do “ontem”, que já passou, e sem te preocupares com o
“amanhã”, que não sabes se chegará para ti
e diz-lhe isto com a convicção de quem chuta para o lado o que lhe apetece
sentir:
Partir!Nunca voltarei,
Nunca voltarei porque nunca se volta.
O lugar a que se volta é sempre outro,
A gare a que se volta é outra.
Já não está a mesma gente, nem a mesma luz...
É uma arte - ensinaram-lhe desde cedo - a de chutar as coisas bonitas, mas que não têm
sentido. É a arte de saber pôr rédeas no coração e de sermos donos dos nossos pensamentos, desejos e anseios. Por isso, há coisas que se chutam, não vamos nós senti-las, muito menos, dizê-las. E assim, à força de chutar, no momento da verdade:
Ainda não foste, mas já estou com saudades – disse ele.
É só uma semana, meu amor.
Do Amor e da dor
No ocaso da vida seremos julgados pelo amor, diz-nos S. João da Cruz.
No dia em que fazia um mês do seu aniversário, o Padre José Afonso partiu.
Se, por um lado, a certeza de que Deus é Pai nos anima, conforta e ampara, por outro a ausência humana inesperada deixa-nos em choque, numa dor silenciosa.
Era um amigo. De sempre. Que acompanhava a tantos, e a nós também.
Que administrou os sacramentos ao meu avô paterno durante sete anos. Que administrou os mesmos sacramentos à minha tia, antes de morrer.
Que esteve presente, comovido, no nosso Matrimónio, cuja cerimónia concelebrou.
Que benzeu a nossa casa com a solenidade de um sacerdote e o amor de um amigo.
Que baptizou a nossa filha.
Que tanto fez por nós!
Que viria a nossa casa em breve, já tínhamos um Cartuxa à sua espera, vinho da sua terra natal, e que muito apreciava.
Não se esquecia de nenhuma data festiva e fazia questão de nos felicitar, sempre, com palavras, gestos, de amizade sincera e genuína.
Faltámos-lhe nós há um mês, e não lhe demos os parabéns como devíamos. Um pormenor irrelevante, motivado pela desorganização do quotidiano, mas que agora tem um sabor amargo.
Rezámos por ele, é certo, mas não é a mesma coisa. As palavras têm que ser ditas. Dizer às pessoas o quanto gostamos delas, o quanto agradecemos a bênção que é as suas vidas. Ficou isto por dizer, da nossa parte. Sabia, sem dúvida, mas menosprezámos a força do verbo.
Adormeço e acordo repetindo para mim mesma que nunca mais voltaremos ao Oratório para as missas com o Padre Guedes. Uma sensação tão estranha, que pede esta repetição mental, para me habituar à ideia de que não vamos ouvir mais a sua voz, que tenho tão presente, as suas graças, as suas prédicas acertadas. Temos ainda as suas mensagens nos nossos telemóveis, os seus mails. Era o nosso Padre Guedes, e nada disto faz sentido. Nada-disto-faz-sentido.
Há poucos dias, no 11º aniversário do meu irmão mais novo, sabendo da paixão pelo futebol, e em particular, pelo Benfica, ofereceu-lhe uma bola autografada por um dos grandes jogadores do clube.
Escusado será dizer que foi o melhor presente que o meu irmão poderia ter recebido naquele dia. Mas não o melhor daquele sacerdote. O melhor, para o meu irmão e para todos nós, foi mesmo o dom da sua vida e o amor que tinha pelo rebanho que lhe foi confiado. Obrigada, querido, queridíssimo, e muito amado Padre Guedes!
Peço a Deus Pai que não nos falte a Fé neste momento de dor e incompreensão. E à Mãe do Céu que o acolha no seu regaço terno, para que participe e goze das maravilhas da verdadeira Vida em Deus.
No ocaso da vida seremos julgados pelo amor. Deus é Amor e quem n'Ele viveu, n'Ele permanecerá.
Disto não há dúvidas.
No nosso Casamento. |
segunda-feira, 4 de março de 2013
Babyshower Surpresa!!
Tenho a dizer que fui muitíssimo bem enganada pelas minhas amigas e marido este sábado.
Na véspera, ligou um dos amigos de colégio do Miguel dizer que um outro amigo iria trabalhar para o estrangeiro (coisa que costuma fazer de tempos a tempos) e que por essa razão fariam um lanche surpresa de despedida no sábado, num café perto do Rato.
O telefonema foi atendido à minha frente, o M. ainda resistiu a dizer que estava cansado, que iria fazer mau tempo, e apercebendo-me disso insisti para que fôssemos, porque achava que nos tínhamos que despedir do J.
AFINAL ESTAVA TUDO COMBINADO ENTRE OS DOIS, e caí que nem uma patinha!!
Sempre a fazer o ar contrariado e eu a tentar entusiasmar, no sábado à tarde fomos para S. Bento para a dita festa do J.
Estávamos a subir a Rua e vejo a Nana, uma das minhas madrinhas de casamento! Há muito tempo que não nos víamos, disse o que íamos fazer ao Rato e perguntei-lhe porque razão andava por ali. Resposta: ia lanchar com a mãe e com a irmã. O Miguel sugeriu que entrasse com a N. para não apanhar frio, que ele ligaria aos amigos para saber ao certo onde estavam. Ainda lhe disse que se apressasse, porque não podíamos chegar depois do J.
Entrámos na Casa de Chá de Santa Isabel e fui atrás da N., já agora aproveitava para dar um beijinho à Tia.
Chegámos ao fundo da sala e....
E foi tãaaao giro!!! Ainda demorei uns segundos a perceber o que se estava a passar, depois caí em mim, feliz da vida, e apercebi-me de que já estavam em preparações há 2 meses (e eu que acho que tenho tudo sobre controlo e óptimo faro, não tive suspeita de n-a-d-a)!!
Em ambiente cosy, típico deste sítio tão agradável, foi uma espécie de tea-party que deu para matar saudades, para conversar um pouco (para nós nunca é suficiente), rirmo-nos e ter um verdadeiro lanche de princesas com óptimos chás, scones, doces, bolos e tarteletes.
A todas e ao querido marido (que espero que só use este seu talento de me enganar para coisas boas!)
Na véspera, ligou um dos amigos de colégio do Miguel dizer que um outro amigo iria trabalhar para o estrangeiro (coisa que costuma fazer de tempos a tempos) e que por essa razão fariam um lanche surpresa de despedida no sábado, num café perto do Rato.
O telefonema foi atendido à minha frente, o M. ainda resistiu a dizer que estava cansado, que iria fazer mau tempo, e apercebendo-me disso insisti para que fôssemos, porque achava que nos tínhamos que despedir do J.
AFINAL ESTAVA TUDO COMBINADO ENTRE OS DOIS, e caí que nem uma patinha!!
Sempre a fazer o ar contrariado e eu a tentar entusiasmar, no sábado à tarde fomos para S. Bento para a dita festa do J.
Estávamos a subir a Rua e vejo a Nana, uma das minhas madrinhas de casamento! Há muito tempo que não nos víamos, disse o que íamos fazer ao Rato e perguntei-lhe porque razão andava por ali. Resposta: ia lanchar com a mãe e com a irmã. O Miguel sugeriu que entrasse com a N. para não apanhar frio, que ele ligaria aos amigos para saber ao certo onde estavam. Ainda lhe disse que se apressasse, porque não podíamos chegar depois do J.
Entrámos na Casa de Chá de Santa Isabel e fui atrás da N., já agora aproveitava para dar um beijinho à Tia.
Chegámos ao fundo da sala e....
"SURPRESA, é um babyshower!!"
E foi tãaaao giro!!! Ainda demorei uns segundos a perceber o que se estava a passar, depois caí em mim, feliz da vida, e apercebi-me de que já estavam em preparações há 2 meses (e eu que acho que tenho tudo sobre controlo e óptimo faro, não tive suspeita de n-a-d-a)!!
Em ambiente cosy, típico deste sítio tão agradável, foi uma espécie de tea-party que deu para matar saudades, para conversar um pouco (para nós nunca é suficiente), rirmo-nos e ter um verdadeiro lanche de princesas com óptimos chás, scones, doces, bolos e tarteletes.
A todas e ao querido marido (que espero que só use este seu talento de me enganar para coisas boas!)
OBRIGADA
POR AQUECEREM DESTA FORMA O MEU CORAÇÃO NUM DIA TÃO FRIO
Assim que tiver fotografias, fica prometido o post
sábado, 2 de março de 2013
João Paulo II, Bento XVI e Paul Josef Cordes
Assumindo o risco de estar a entrar numa onda de posts maioritariamente católicos, de facto a situação actual assim o exige ao meu Coração. É que não me canso de pensar em Bento XVI, aquele que foi o nosso Pai Espiritual até há poucas horas atrás, e sem nos deixar totalmente, deixa uma saudade, deixa um legado, deixa memórias, sorrisos e olhares.
Todos os Papas nos marcam, se somos amigos de Jesus, gostamos de todos e todos nos moldam, cada um no seu tempo, na sua fase, ou melhor, na fase da nossa vida que estamos a atravessar.
Quando o Papa João Paulo II morreu fiquei muito triste. Tinha sido o Papa da minha juventude, o Papa que "sempre conheci", o "meu" Papa. Foi a caminho de umas JMJ com ele em 2000 que conheci o meu marido, foi para o ver, o ouvir que já como namorados fomos às JMJ de 2002 em Toronto, foi com ele que estvemos em Madrid. É a fotografia dele que figura na Benção Papal do nosso casamento e que orgulhosamente temos exposta na parede do nosso quarto. (A este propósito não resisto a contar: uma senhora amorosa que trabalhou em nossa casa quando casámos, um dia vem ter comigo e diz-me "sabe, eu estou muito nervosa de trabalhar na casa dos senhores" "Sim? Mas porquê?" Perguntei eu - "É que eu quando vim para cá não sabia que os senhores eram amigos do Papa..." :) Ou seja, a senhora viu a benção e pensou que eramos íntimos do Papa, o que não deixa de ser verdade! Eu ri-me e expliquei-lhe "Sabe, é verdade que somos amigos do Papa, e muito amigos, mas qualquer pessoa pode ter um desses, basta pedir! Por isso, quando o seu filho casar, se quiser podemos pedir! Mas para que fique esclarecido, o Papa não nos conhece pessoalmente!"
Quando João Paulo II morreu fui a Roma no primeiro avião possível. Tenho na minha memória a imagem do seu corpo à minha frente. Como estava "incinta" (grávida) tive muita sorte... pude passar à frente, e talvez pela barriga os guardas que estavam a mandar toda a gente "seguir caminho rapidamente" me tenham deixado ali sossegada a contemplar o corpo de um Santo. Toda esta história para dizer que nessa altura pensei... e o novo Papa, como vai ser a "minha relação com ele"? Receios à parte, o nosso coração (se somos amigos verdadeiros de Jesus repito) deve ter um espaço muito especial com o nome "Papa" - seja ele qual for, pois assim que Bento XVI tomou posse, para mim, já o amava de todo o Coração.
Não resisto ainda a partilhar convosco que desde quarta feira que estou a rezar especialmente pelo Cardeal Josef Cordes. É um cardeal alemão e a bem dizer nunca tinha ouvido falar nele! Acontece que descobri este site onde podemos "adoptar" um Cardeal. Não é preciso fazer nada de transcendente, não há obrigatoriedades associadas, cada um reza o que quer, como quer, oferece o que bem entende. O objectivo é rezarmos para que o Espírito Santo ilumine o Cardeal que nos calhou em sorte, para que ele tenha muita presença de Deus, em especial por estes dias e no Conclave propriamente dito. Tem sido giro aproximar-me deste senhor... mal sabe ele! Qualquer dia, já tenho uma foto dele aqui em casa e vem alguém perguntar-me se ele também é meu amigo...
sexta-feira, 1 de março de 2013
11 de Maio de 2010
A propósito deste post, não pude deixar de reviver esses dias maravilhosos do Papa em Portugal. Obrigada, Xana, porque abri a caixa de recordações e não consigo deixar de me arrepiar e emocionar!
Tinha 20 anos, estava noiva e o noivo estava fora. Triste por não estarmos juntos neste momento marcante, decidi aproveitar o bom da situação: podia dedicar-me a 100% a ajudar na organização.
Foi o que fiz. Ainda o Papa não tinha chegado ao aeroporto e já eu e muitos outros bons amigos estávamos cansadíssimos, como se nota nos vídeos. Olheiras sem fim, já não falávamos, só gritávamos...E se nós, miúdos, ficámos naquele estado, como não estaria o Santo Padre?
E mesmo assim...a entregar-se a 1000% ao seu ministério petrino, e por isso nele a fadiga não se deixava adivinhar.
11. Maio. 2010
Dia:
Neste dia integrei a equipa de protocolo da Missa no Terreiro do Paço. Estava encarregue de sentar os convidados com o tal convite que a Xana fala, procurar os melhores lugares, verificar que ninguém passava essa área restrita. Sentar os membros do governo, da presidência da República, da Família Real, etc.
Estávamos desde manhã, vestidos de preto e branco, a preparar tudo. Um calor abrasador, mas um vista magnífica, linda!! Um altar belíssimo, e os barcos a comporem a tela. Um céu azul e um mar calmo.
O nosso único medo: nas vésperas, à hora em que seria a Missa, vinha sempre aquele cheiro incómodo típico de Rio Tejo, e muitos de nós rezámos para que o Papa não se apercebesse (como se isso fosse possível...). Mas Deus sabe sempre mais e, no dia 11, nenhum cheiro afectou aquele momento de Céu na Terra.
Neste vídeo percebe-se a grandiosidade de toda a celebração e, no canto esquerdo, uma das voluntárias da equipa de protocolo.
(vídeos Youtube e SapoVídeos)Estávamos desde manhã, vestidos de preto e branco, a preparar tudo. Um calor abrasador, mas um vista magnífica, linda!! Um altar belíssimo, e os barcos a comporem a tela. Um céu azul e um mar calmo.
O nosso único medo: nas vésperas, à hora em que seria a Missa, vinha sempre aquele cheiro incómodo típico de Rio Tejo, e muitos de nós rezámos para que o Papa não se apercebesse (como se isso fosse possível...). Mas Deus sabe sempre mais e, no dia 11, nenhum cheiro afectou aquele momento de Céu na Terra.
Neste vídeo percebe-se a grandiosidade de toda a celebração e, no canto esquerdo, uma das voluntárias da equipa de protocolo.
Antes da Missa começar tive a graça de estar ao lado do papa-móvel, que estava descapotado, e de receber, do Papa, a sua bênção. Olhos nos olhos, penetrantes.
Embora de pé, de um lado para o outro, também pude viver esta Missa num local privilegiado, enquanto "passeava" pelas filas da frente.
E quem diria que, passado um ano, precisamente nesse dia, por essas horas, estava na sala de partos e a nossa primeira bebé nascia? E que durante a cesariana, médico e pais recordaram este dia e minutos depois, a Pilar estava cá fora? E que o L. seria o padrinho e que agora se vai casar com a minha querida T.?
Noite:
A serenata ao Papa. Muitas horas de ensaios, de reuniões, de preparação, de boa-disposição e de bons momentos, de organização exaustiva. Como dizia antes, o que se vê são olheiras sem fim, cansaço físico, mas...uma felicidade inexplicável.
Quisémos dizer ao Papa que os jovens também são dele. Também são de Cristo. E desejar uma boa noite, à nossa maneira, cantado, batendo palmas, fazendo barulho. Cantando as nossas músicas preferidas e uma em alemão, da sua terra natal.
O Papa veio, sorriu, abençoou e...pediu para que o deixássemos descansar. A nós jovens, que achamos sempre que estamos preparados para tudo, o Papa deixou-nos desconcertados.
Fomos como filhos, e o Papa respondeu-nos como Pai.Com um carinho imenso e com toda a intimidade, confiança e amor paterno.
Como diz o Capelão da Católica no vídeo: Viva o Papa, e que viva sempre nos nossos corações!
E quanto a Fátima... Xana fico à espera do teu post para depois poder relatar a minha experiência também!!
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